Quando hoje li "[a]dmito que o privatização de escolas públicas que têm sistematicamente maus resultados possa ser uma alternativa ao seu fecho pura e simples. Mas generalizar o princípio a toda a rede é um exagero. O Estado deve manter uma forte rede de escolas estatais", como comentário a esta entrevista, fiquei triste embora, claro está não surpreendido. O horror a qualquer proposta radical em que nos deixámos enredar, mesmo após 37 anos de permanente e crescente acção do Estado em todos os sectores (=socialismo), nomeadamente na Educação, em que, em rigor, não houve diferença substantiva entre os diferentes Ministérios, desde os tempos de Veiga Simão (com a fugaz excepção de Magalhães Godinho), será a raíz do nosso permanente definhamento. Por que razão cósmica terá o Estado que deter uma "forte rede de escolas estatais?". Admito que nem todos os professores pretendam ser empreendedores, mas para privatizar as escolas não bastará que haja uns poucos milhares?
Contraste-se este nosso atavismo, com a frescura intelectual de um homem de 75 anos, médico ginecologista de profissão, que faz do "radicalismo" do seu discurso a defesa dos seus princípios a começar pela defesa da Constituição Americana, a simplicidade desarmante com que responde às pequenas(?) armadilhas das suas entrevistadoras. Quando lhe perguntam como acabaria com a guerra do Afeganistão, a resposta é imediata: "da mesma forma que entrámos em guerra (sem a declarar): saindo de lá!!!"
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