Os portugueses sufragaram, por duas vezes, quem banalizou a utilização da mentira permanente. Fizeram-no, suponho, porque preferiram o discurso "social" do Estado que a tudo acorre e todos "subsidia", "regula", "apoia" e "incentiva", através da sucessiva e crescente punção fiscal sobre os contribuintes e, na (grande) parte restante, do endividamento exponencial. Todos percebemos que assim era. Preferimos não enfrentar a realidade. Quando a "solução" para o problema dos que gastam mais do que ganham, como nós, passa por extorquir recursos aos que mais produzem (os contribuintes germânicos) chamando a isso a "solidariedade devida", virámos o mundo ao avesso Quando, entre muitos, Faria de Oliveira entende que [a descida do rating efectuada pela Moody's] é «imoral e insultuosa», «inadequada e ofensiva» para Portugal, para a União Europeia e para o FMI [!], "até porque o Governo tomou posse há apenas 15 dias e porque tomou de imediato medidas para cumprir o acordo estabelecido" quando, por exemplo, é o insuspeito Silva Lopes quem afirma que o empréstimo que obtivemos é «largamente insuficiente», passámos a insurgirmo-nos com o mensageiro e não com a mensagem. Quando sucumbimos à retórica keynesiana que renega o verbo "poupar" substituindo-o por "entesourar", açoitando aqueles que continuam a achar que a poupança é, pelo contrário, uma virtude, cultivamos o despesismo hoje, comprometendo o futuro. O nosso e o dos nossos filhos. Quando, numa sondagem, dos inquiridos com a pergunta "pagar custa a todos, mas diga-me com sinceridade o que acha desta decisão do governo?", 45,6% responde que o aumento "extraordinário" de impostos "é uma boa ideia", a doença é mesmo profunda.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
A nossa doença: uma colossal degradação moral
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