quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Para além do anúncio

Governo suprime 1712 lugares dirigentes na Administração Central e decide a extinção líquida de 137 organismos (extingue 162 e cria 25 novas estruturas), anunciou o primeiro-ministro hoje durante o debate quinzenal no parlamento. A poupança daqui decorrente, segundo anunciou Passos Coelho, será da ordem dos 100 milhões de euros (cerca de 0,06% do PIB de 2010). Repito assim, reforçando-a, a observação que aqui deixei ontem: o esforço reorganizativo é meritório mas não é assim que se fará a diferença necessária. Posta em perspectiva, trata-se apenas de uma migalha.
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Leitura complementar: A despesa será finalmente reduzida, por LR

Actualização: Divulgados pormenores da reorganização administrativa do Estado (15-9-2011)

1 comentário:

Fean disse...

Poupanças mas sob que perspectiva?

É que, sem extinção real de postos de trabalho e o despedimento colectivo associado, como em qualquer empresa, a poupança é uma ilusão. Contar como reduções de custos os que se reformam antecipadamente não é sério.

Como é possível esperar uma genuína reforma do Estado, enquanto no Estado não estiverem disponíveis os mecanismos e instrumentos disponíveis nos provados? Refiro-me a extinção do posto de trabalho exactamente com os mesmos motivos e custos associados que tem qualquer empresa privada.

O principal componente da despesa corrente do Estado é vencimentos. Há que cortar ai. O Estado tem demasiada gente que não acrescenta qualquer valor, recebe muito acima da sua capacidade de trabalho e nem sequer têm disso consciência, tendo exigindo os sucessivos aumentos de vencimento.

Infelizmente não vejo coragem para isso, e não havendo coragem neste momento – em que muitos portugueses o compreenderiam, vamos perder a oportunidade de tornar este país um país competitivo e onde valha a pena trabalhar.