«(...) Por inúmeras razões estratégicas e históricas, nenhum governo americano interveio militarmente em países como a Argélia, Jordânia, Iémen em defesa dos direitos humanos. Na Arábia Saudita, um aliado de longa data dos EUA, os homossexuais, os apóstatas e traficantes de drogas podem ser condenados à morte, às vezes por decapitação. Em casos extremos, o corpo do condenado é crucificado em público. E no entanto, o mesmo governo dos EUA que proporciona um apoio inabalável ao reino saudita liderou, nos bastidores, uma intervenção na Líbia para impedir um suposto massacre em Benghazi. No vizinho Egipto, entretanto, o governo dos EUA, durante 29 anos, incensou o ex-presidente Hosni Mubarak com elogios, apesar do seu recurso generalizado à tortura e à repressão sistemática de presos políticos. Washington também continua a apoiar e armar o regime no Bahrein que, deliberadamente, mata manifestantes desarmados e oprime seu povo.
Promover os direitos humanos na Líbia ao mesmo tempo que se apoia algumas das tiranias mais abomináveis do mundo pode reflectir as preferências geopolíticas da América, mas mais não faz que parodiar o discurso da defesa dos direitos humanos revelando uma discrepância enorme entre o que a América pretende estar a fazer e o que realmente faz. Por mais que Obama e os seus defensores pretendam pavonear-se promovendo o seu triunfo sobre Muammar Kadhafi, os povos do Médio Oriente e em todo o mundo estão bem conscientes dessa discrepância. Tais políticas não só são abomináveis, mas também prejudiciais a longo prazo para os os interesses dos Estados Unidos (...)»
Of Qaddafi and Kim Kardashian, por Malou Innocent (tradução minha)
terça-feira, 1 de novembro de 2011
A suprema hipocrisia do imperialismo
"America doesn't have friends, America only has interests" - Henry Kissinger
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