quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Culpado até prova em contrário redux

Já me tinha pronunciado acerca do caso de Lance Armstrong tendo na altura concluído que estávamos provavelmente em presença de um caso típico de "culpado até prova em contrário". Nestes últimos dias em que o assunto voltou às primeiras páginas, nada li que me levasse a alterar a ideia que tinha formado.

Mas agora que, por intermédio de Gabriel Silva, dei conta da "prova" que "justifica" a retirada dos títulos de Armstrong, não posso calar a minha veemente indignação. Com a devida vénia ao blasfemo Gabriel Silva, reproduzo os dois excertos relevantes (meus realces):
«Armstrong’s refusal to testify and his refusal to confront the evidence against him leads to a strong inference that Armstrong doped exactly as charged by USADA [United States Anti-Doping Agency]» [página 88].

«Each of the six (6) witnesses who were still active cyclists at the outset of their cooperation with USADA has voluntarily accepted a sanction of six (6) months ineligibility and loss of competitive results as a consequence of his own rule violations.»[página 129]
Uma condenação pois sem qualquer prova e onde as testemunhas de acusação tinham interesse próprio em a sustentar pois eles sim foram "apanhados" em controlo anti-doping e deste modo se livraram de maiores penalizações. Uma vergonha sem nome.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu diria que este caso Armstrong, sem agora cuidar de "inocente ou culpado" e depois da declaração do porta-voz da USAD,a qual foi de uma inaudita violencia, faz lembrar o conto de Lord Dunsany, no qual os deuses mandam que o Rei Arad, considerado culpado de insubmissão ante eles, não só deixe de existir mas, ainda, de ter existido! Creio que este caso ainda vai dar água pela barba a alguém...!

Mochila