Na sequência de Este país não é para jovens, tivemos hoje duas notícias que infelizmente reforçam esta ideia e que Henrique Raposo, em reacção a esta notícia, tão eloquentemente traduziu no seu post "Em bom português, go fuck yourselves".
À regulamentação existente, que praticamente inviabiliza a contratação a tempo indeterminado, responde o mercado quer contratando a termo quer, procurando obter custos de trabalho mais baixos, recorrendo aos famigerados regimes verdes. Mas mesmo este último escape procura o Governo, a todo o transe, impossibilitá-lo na estúpida intenção (não há outro termo) de, assim, promover "emprego digno". Digno? Onde está a dignidade de um emprego inexistente?
Leio, também, um outro disparate crime contra o emprego jovem. Já não bastava a fixação de um salário mínimo que assim afasta, entre outros, muito adolescente que não quer estudar do mercado de trabalho, como agora se pretende que, após a frequência de um estágio profissional de nove meses, haja lugar ao acesso no regime geral da Segurança Social, passando a ter direito a protecção no desemprego e na doença. Parece bom, não parece? Mas sabiam que a lei exige que os estágios profissionais sejam remunerados? Ou seja, que a possibilidade de uma efectiva formação em contexto de trabalho esteja dependente de uma remuneração ainda que comparticipada pelo Estado (e paga por nós, contribuintes). Não se percebe que, assim, se está ainda a dificultar mais o acesso ao emprego dos jovens dificultando a obtenção de verdadeiras qualificações? Decididamente, este país não é para jovens. Na minha família são já quatro os licenciados que foram para o estrangeiro. Outros, muitos, se seguirão. Com eles, irá boa parte do futuro do nosso país.
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