quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O nobelizado e eco-teócrata Paul Krugman

Imagem retirada daqui
O supremo epígono keynesiano dos últimos anos, Paul Krugman, na sua coluna do New York Times, alude com frequência às matérias ambientais, para defender a expansão das (novas) energias renováveis e combater o recurso aos combustíveis fósseis para evitar a "carbonização" da atmosfera através, claro está, de fortes "estímulos" (subsídios) estatais.

Na sua mais recente incursão nestas águas, Krugman invoca a lei de Moore para anunciar que, num futuro próximo, se irá verificar uma grande melhoria na competitividade da produção de electricidade a partir da energia solar relativamente a outras fontes, ao mesmo tempo que, pelo meio, ataca violentamente a exploração do gás shale, através da tecnologia designada por hydraulic fracking (fracturação hidráulica). Supostamente, a utilização desta tecnologia provocaria a erupção de fortíssimas externalidades negativas de grande impacto. Desta forma, Krugman ataca por duas vias que convergem para a sua estratégia descarbonizadora: 1) por um lado, a produção de electricidade a partir da energia solar, até aqui caríssima, está prestes (?!) a ser competitiva; 2) por sua vez, o gás de xisto (shale), com um custo de extracção de facto baixo é, afinal, quando se têm em conta as "externalidades" negativas, através de impostos/taxas, o seu custo real total é muito mais alto. Reconheça-se a acutilância do estilo de Krugman mas, como vamos ver, por aí se fica quanto à substância.

O insuspeito Robert Bryce resume a argumentação de Krugman da seguinte forma: "[Ele] exibe um surpreendente desinteresse pelos números e uma lamentável ignorância pelos factos". E Bryce recorda que a tecnologia da hydraulic fracking existe e é utilizada há mais de 60 anos sem que haja registo de contaminação de poços e lençóis de água (cf. estudo do MIT) sendo que, entretanto, a própria tecnologia é hoje muito mais segura do que já foi. Por outro lado, como as mais recentes estimativas  da Energy Information Administration evidenciam, o custo actual de geração de um MW/h de electricidade, a partir do gás, é de 63 dólares, contra 210 dólares, quando proveniente da energia solar. Para 2015 e 2025, a expectativa é que a relação se mantenha no essencial (privilegiando relativamente o gás), de acordo com a Electric Power Research Institute. Por fim, Bryce acusa Krugman, com justeza, por este ignorar o efeito de escala entre a mínima parcela de electricidade produzida de origem solar e a correspondente resultante da queima de gás, para não falar dos  insignificantes "empregos verdes" contra os robustos e volumosos empregos reais resultantes da extracção de gás...

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