O texto de que junto cópia digitalizada, da autoria de Paula Blank, inserto na edição em papel no Público de hoje, é um dos melhores exemplos que conheço em que se ilustra, com a crueza da realidade, a inutilidade do exercício voluntarista que constitui o Acordo Ortográfico de 1990. Falo dos propósitos enunciados pelos seus adeptos, em defesa da língua portuguesa, de um património que o Estado, na sua insuportável e aliás ilegítima presunção, entende ser de sua conta - e monopólio - tratar.
Andar há mais de 20 anos preocupados com algo de acessório, cuja adopção desfigura a forma escrita do português europeu (e africano) quando a evolução das variantes se vem realmente afirmando mas por uma cada vez maior dissemelhança vocabular e sobretudo sintáctica, é, também aqui, andarmos preocupados com o totalmente irrelevante e teimar em não querer ver a realidade. A tradução, de há muito, é uma das actividade em que a emergência das marcadas diferenças entre as variantes de português do Brasil e de Portugal é mais evidente. Trata-se de algo com que tenho lidado desde o tempo da faculdade e atravessou todo o meu percurso profissional. Hoje em dia, basta usar o Google (ou o Bing) para tentar traduzir um texto de uma qualquer língua que nos seja mais próxima. E retirar as devidas conclusões.
4 comentários:
Um phoda-se para essas futilidades.
Vivendi, deve dirigir a sua indignação para os governos portugueses do psd e ps.
São eles que se afanam a criar o caos onde antes a situação era semelhante à de qualquer país europeu.
Lido o texto de Paula Blank, resulta que os direitos dos consumidores portugueses estão a ser grosseiramente violados, com a conivência dos organismos estatais e com repercussões que podem ir até à morte, quando se trata de aparelhagem médica.
A gentalha que costuma andar pelo governo, como, ao primeiro sinal de perigo corre para o estrangeiro considera-se a salvo... já que também não haverá tribunais que condene um colega de loja.
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