A propósito de um ataque de urso polar em Svalbard, Christopher Booker escreve (tradução e realces meus) uma parábola do Ártico para o nosso tempo:
Quanto mais aprendemos sobre a história infeliz de Chapple Horatio, esquartejado até a morte por um urso polar em Svalbard, mais ela se torna uma arrepiante parábola do nosso tempo.
Primeiro, foi a triste notícia do ataque em si, da morte do rapaz e dos ferimentos graves em outras quatro pessoas, antes de o animal ter sido finalmente abatido a tiro. Depois, fomos informados que a expedição tinha ido para Spitzbergen para estudar os efeitos das alterações climáticas. Nesta altura, a BBC entrou inevitavelmente em cena, com um longo artigo no seu website explicando que, "devido às alterações climáticas, o número de ursos polares poderá diminuir rapidamente", e que cada vez mais os turistas acorrerão ao Árctico "para conseguir um último vislumbre final destes animais ".
Finalmente, ficámos a saber que o a instituição de que organizou a expedição fatal foi alertada seis meses antes para a necessidade de tomar todas as medidas de protecção contra aos ursos polares, desde a colocação de vigias à necessidade de verificação de as espingardas e pistolas de sinalização estarem em boas condições de funcionamento. Parece que a importância destas precauções não foi tida em conta. O arame perimétrico não fez disparar os foguetes de sinalização, a pistola de sinalização não funcionou de todo e a espingarda apenas funcionou à quinta tentativa.Assim, uma geração de jovens está sendo educada para ver os ursos polares como criaturas carinhosas cuja sobrevivência está ameaçada pelo aquecimento global - não sendo informada que na metade do século passado, a população de ursos polares facto quadruplicou. Desligadas da dura realidade da natureza, as crianças perdem de vista o facto de estas duras realidades poderem literalmente virar-se para as morder. Um resultado é a tragédia que, há duas semanas, fez manchetes em todo o mundo.
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