domingo, 21 de agosto de 2011

Obama e a desastre económico dos empregos verdes

Agora que o mês de Agosto se aproxima do fim, talvez seja de recordar a declaração de Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado, segundo a qual serão apresentadas, aquando da próxima reabertura do Congresso, várias propostas de lei no domínio da política energética com o fito na “criação de empregos verdes”.

Provavelmente antecipando a próxima discussão desta matéria, foi publicado no New York Times um artigo com o título “Number of Green Jobs Fails to Live Up to Promises” de que destaco os excertos seguintes:
In the Bay Area as in much of the country, the green economy is not proving to be the job-creation engine that many politicians envisioned. President Obama once pledged to create five million green jobs over 10 years. Gov. Jerry Brown [governador da Califórnia] promised 500,000 clean-technology jobs statewide by the end of the decade. But the results so far suggest such numbers are a pipe dream.

A study released in July by the non-partisan Brookings Institution found clean-technology jobs accounted for just 2 percent of employment nationwide and only slightly more — 2.2 percent — in Silicon Valley. Rather than adding jobs, the study found, the sector actually lost 492 positions from 2003 to 2010 in the South Bay, where the unemployment rate in June was 10.5 percent.

Federal and state efforts to stimulate creation of green jobs have largely failed, government records show. Two years after it was awarded $186 million in federal stimulus money to weatherize drafty homes, California has spent only a little over half that sum and has so far created the equivalent of just 538 full-time jobs in the last quarter, according to the State Department of Community Services and Development.

The weatherization program was initially delayed for seven months while the federal Department of Labor determined prevailing wage standards for the industry. Even after that issue was resolved, the program never really caught on as homeowners balked at the upfront costs.

“Companies and public policy officials really overestimated how much consumers care about energy efficiency,” said Sheeraz Haji, chief executive of the Cleantech Group, a market research firm. “People care about their wallet and the comfort of their home, but it’s not a sexy thing.”
Só os distraídos se surpreenderão pois a política(?) económica de Obama ("Obamanomics"), parafraseando uma passagem deste artigo, pode ser resumida numa única frase: subsidiar empresas bem relacionadas políticamente com o dinheiro dos contribuintes - e que os consumidores não desejam -, estabelecendo quadros regulatórios que forçam os americanos a comprar produtos a essas empresas.

A visita que Obama fez à Johnson Controls em Holland, Michigan, no passado dia 11, ilustra bem o que precede. A Johnson, empresa que se dedica ao desenvolvimento de novas tecnologias na fabricação de baterias [para os carros eléctricos], recebeu do governo federal, através da celebração de 17 contratos no quadro do grande “Estímulo” criado pela administração Obama, a quantia de 316,537,977 dólares. Como se escreve aqui, Obama deveria antes visitar a Holanda, Países-Baixos. Ficaria a perceber, ou pelo menos a interrogar-se, qual a razão que leva o governo holandês a cortar nos subsídios às eólicas e a revisitar o dossiê nuclear1.
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1Convite extensível ao ministro Álvaro Santos Pereira, bem entendido, até pelo problema que tem em mãos...

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