Thomas Malthus (1766-1834) foi um académico inglês que ficou conhecido pelo seus trabalhos em economia política e, especialmente, no âmbito da demografia. Segundo Malthus, a não se estabelecer um controlo sobre o acréscimo da população mundial, a catástrofe seria inevitável. Como o próprio escreveu em “Um Ensaio sobre o Princípio de População”
“The power of population is so superior to the power of the earth to produce subsistence for man, that premature death must in some shape or other visit the human race (…) But should they fail in this war of extermination, sickly seasons, epidemics, pestilence, and plague advance in terrific array, and sweep off their thousands and tens of thousands. Should success be still incomplete, gigantic inevitable famine stalks in the rear, and with one mighty blow levels the population with the food of the world".
Embora as terríveis profecias de Malthus não se tenham concretizado, a atracção alarmista pelas iminentes catástrofes, essa, ficou. O próprio Keynes, em “The Economic Consequences of Peace”, retoma o tema sensivelmente onde Malthus o deixou. Mas irá ser a partir das décadas de 60 e 70 do século passado que o neo-malthusianismo viria a emergir sob as roupagens da defesa do meio ambiente. O biólogo Paul Ehrlich (incansável anunciador de catástrofes nunca concretizadas) com o seu livro “Population Bomb” (1968) ou o Clube de Roma que editou “The Limits to Growth” (1972), foram dos principais amplificadores da ideia que a Mãe Natureza estava em perigo já não tanto pelo medo – sucessivamente refutado – da falta de comida mas pela próxima escassez e mesmo desaparecimento de recursos naturais (não “renováveis”). Houve quem se lhes opusesse, como Julian Simon, mas o não-alarmismo não “vende”, mesmo quando se prova verdadeiro.
O hype neo-malthusiano, ultrapassado o episódio do “Nuclear? Não, obrigado”, virou-se depois (sensivelmente desde a "Cimeira da Terra" em 1992) para o anunciado fenómeno do aquecimento global (ultrapassado um temporalmente limitado receio de arrefecimento global) e, uma vez mais, para a iminente catástrofe que se abaterá sobre todos nós (“mesmo que comecemos agora, já não iremos conseguir evitar todos os seus terríveis malefícios”) caso mantenhamos um comportamento de crescente carbonização da atmosfera.
(Continua)
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