Poucas pessoas como Christopher Booker terão tamanha autoridade para perspectivarem o "drama" a que assistimos nas duas últimas semanas, relativamente à publicação do novo Assessment Report do IPCC (o 5º, ou AR5, depois dos de 1991, 1996, 2001 e 2007), em particular quando em boa parte se trata de mera reprise, como faz recordar na sua mais recente crónica no Telegraph. Presença frequente por aqui, Booker, em mais de 50 anos de profissão, sempre se reclamou como perseguindo o senso comum, rejeitando todo o injustificado alarmismo. (A tradução que se segue da sua crónica é da minha responsabilidade.)
"No fim-de-semana passado, algo de muito estranho aconteceu. Na Sexta-feira, fomos informados que em Estocolmo o Painel Intergovernamental da ONU para as Alterações Climáticas (IPCC) havia publicado um relatório onde se afirmava que era agora "extremamente provável" que o mundo venha a enfrentar alterações climáticas desastrosas provocadas pela actividade humana. Mas este era apenas um "sumário" destinado aos políticos e aos media de um relatório científico que só viria a ser publicado três dias depois.
Em seguida, ficámos a saber que este "sumário para decisores políticos" tinha sido debatido ao longo de dias e noites sem dormir por centenas de políticos, funcionários e cientistas, mas, estranhamente, que o relatório científico que ele supostamente resumia tinha sido posteriormente alterado para ficar "alinhado" com o sumário. Uma alteração evidente face a versões anteriores foi a acentuada minimização da importância ou a qualquer referência à forma notável como, nos últimos anos, as temperaturas globais se recusaram a subir segundo as previsões dos modelos computacionais do IPCC.
Esta foi uma misteriosa repetição do primeiro escândalo a atingir o IPCC, em 1996, quando mais uma vez o "sumário" brandido pelos políticos e por alguns cientistas-chave foi modificado para o tornar mais alarmista do que o próprio relatório ao inserir a alegação de que havia agora "uma influência humana perceptível" sobre o clima do mundo.
Cientistas que tinham aprovado o relatório protestaram por nada haver no seu texto que justificasse aquela inserção. Mas, para seu espanto, descobriram que a versão com que tinham concordado tinha sido alterada para incluir esta mesma frase, citando como [fonte de] autoridade dois trabalhos que não tinham ainda sido publicados, da autoria de Ben Santer, um cientista americano que também tinha desempenhado um papel fundamental na elaboração do sumário.
Há alguns anos atrás, quando estava a fazer investigação para uma história detalhada do alarme em relação ao aquecimento global, poucas coisas me surpreenderam mais do que descobrir quão descontroladamente enganadora era a imagem transmitida ao mundo do IPCC como um corpo genuinamente científico, que desapaixonadamente avaliava o conhecimento actual de todos os factores que afectam o nosso clima. O IPCC foi criado em 1988 por um pequeno grupo de cientistas que já então estavam totalmente convencidos de que o aumento dos níveis de CO2 era o factor primordial que causava a subida das temperaturas globais. Eles eram liderados pelo Prof. Bert Bolin, nomeado como o primeiro presidente do IPCC, e pelo Dr. John Houghton, então chefe do UK Met Office, o qual, durante 14 anos, permaneceu à frente do seu central Grupo de Trabalho 1, responsável pela elaboração de relatórios sobre a ciência climática.
No futuro isto será visto retrospectivamente como o mais espantoso exemplo na história de como o prestígio da "ciência" pode ser utilizado para promover um específico sistema de crenças, no caso com a ajuda daqueles distorcidos modelos computacionais cada vez mais em dissonância com a evidência observada.
Tudo isto não seria tão grave se o IPCC não tivesse sido vendido ao mundo, e com tanto sucesso, como um organismo científico objectivo e não apenas como um grupo de pressão política, porque ninguém tão prejudicialmente atingido como todos aqueles crédulos políticos que utilizam o falso prestígio do IPCC para justificar fazer recair sobre nós algumas das mais desastrosas e infundadas políticas a que o mundo alguma vez assistiu."
3 comentários:
Na verdade aquilo que o IPCC tenta fazer, controlar a sociedade com uma retórica não baseada em realidade, nada tem de novo. Foi aquilo que o comunismo ou o nazismo se propuseram fazer. O problema é que estas ideologias estão tão distante da realidade que a dissonância fica exposta nalgumas décadas e entra em descrédito. Não acredito que o ecologismo promovido pelo IPCC dure muito mais tempo. Particularmente porque o Sol está a entrar numa fase menos ativa o que fará arrefecer a Terra nos próximos anos.
A exceção claro é a religião. Esses são movimentos totalitários que duram milénios. A diferença está na genialidade de basearem a sua história em fatos não terrenos e assim ficarem ao abrigo da confirmação por parte do cidadão comum. A religião tem conseguido gerir a dúvida sobre a existência de deuses eximiamente. Apesar de a ciência já ter descartado a sua existência o homem comum não consegue entender certos conceitos de formação do Universo que não têm aplicabilidade no quotidiano terrestre.
Podemos imaginar o que seria a humanidade se mitos como a existência de deus, o keynesianismo ou a responsabilidade humana na formação de catástrofes naturais fossem desmascarados por uma racionalidade generalizada.
o seguir a manada tem destas incongruencias que povos inteiros a seguiremuma ideia que masi tarde num moviemnto sincrono de cardume rejeitam(Nazi,comunismo..)
Agora devido aos TIC estamos perto de recebr as mais dispares ideias e vir a formar uma independente por nós.
O que entrava isso é as mainstreams de obrigar as crianças a seguir crenças unicas antes de saberem pensar por si;tambem aqui com sabedoria de seculos e negando o que a ciencia nos pode mostrar -e com ajuda de bem intencionados que alimentam a contarprudecente antaginismo ciencia-religiao, vamos aceitando como cultura o que é pura estupidez de seguir ritos logicos e uteis a mais de 1500 anos e fanaticos cretinos como pura religiao. Ver Putin ou Obama Ig nobel apoiarem-se em nababos cheios de riqueza ofensiva causa nauseas e medo.
conheço e respeito muitos amigos que necessitam das crenças e deus para o seu bem estar e percebo que eles "precisam mesmo" .querer obrigar pessoas como eu a por temer seja o que for papar ostias devia ser crime em todo o mundo,mas o ONU é um corpo inutil.. e bem caro.
O cúulo dos cúmulos
Monsanto compró The Climate Corporation por 930 millones de dólares -
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