Suspiram os adeptos lusos do crescimentismo perante a realidade, cumpridos que são 100 dias da presidência de Hollande. Nem o admirável Público consegue esconder uma (contida) frustação:
"Os primeiros 100 dias de Hollande mostram um mandato marcado pela deterioração da economia francesa, ameaçada de recessão [crescimento zero no 2º trimestre do ano face ao trimestre anterior, 0,3% em termos homólogos]. Hollande cortou os salários do seu Governo, propôs um novo imposto sobre os altos rendimentos, mas hoje, por força da situação complicada na indústria e no emprego, é um Presidente prudente, cuja acção, segundo uma sondagem do Figaro, não agrada a 54% dos franceses."
Absolutamente extraordinário! O paraíso crescimentista, que estava ali mesmo ao virar da esquina, revela-se afinal mais difícil de atingir porque (de repente, só pode) se veio a verificar uma "situação complicada" na indústria e no emprego. Veremos se a França, daqui a algum tempo (6/9 meses?), não está a fazer declarações do género "A França não é a Espanha, nem a Itália". Mas, para os mais optimistas que continuam a crer que para que a mesma receita funcione (a que prescreve a injecção de "estímulos" na economia) apenas basta aumentar a dose dos ingredientes e manter a retórica "anti-austeridade excessiva", o Público deixa-lhes uma mensagem de esperanças: "Mas 100 dias não definem um mandato". Haja Deus!
5 comentários:
Por cá, depois de um ano de governação e aplicação de políticas não crescimentistas, antes de austeridade, estamos muito pior do que antes... Ou não?
Por cá, como seria de esperar, estamos a sofrer as consequências da última década de despesismo e de contas 'à socialismo'. Num ano nem um génio conseguiria inverter a situação (muito menos o actual governo também ele amarrado a interesses), engana-se no entanto que acha que o peso colossal da dívida acumulada e a falta de rigor orçamental se corrigem sem dores e muitas amarguras, no meu ponto de vista ainda nem começamos a sério e já está tudo a gritar... gritem sim com quem nos levou a isto!!
O que me espanta mais é que continua a haver imbecis que argumentam em favor de menos austeridade (logo mais despesa), para resolver o problema provocado pelo excesso de despesa, o que me leva a acreditar que nas escolas não se ensina a pensar, mas apenas a debitar o que dizem os gurus de uma qualquer religião que se perfilhou.
O problema de Portugal é a austeridade estar a ser aplicada às empresas e às pessoas e não ao próprio estado.
Era mil vezes preferível ter despedido 30% da função pública e baixar impostos do que impor esta “austeridade”, que não é mais do que taxar para o Estado continuar a gastar acima das posses dos portugueses.
Teríamos um desemprego inicialmente mais elevado, mas a decrescer. Com esta receita temos um desemprego de 15% mas sempre em subida.
Caro Miguel Loureiro,
Por cá, estamos e vamos continuar a pagar, com língua de palmo, o desvario criminosamente irresponsável dos nossos governantes, com especial destaque para Guterres, Durão (ainda que um mero interregno) e, claro está, Sócrates e Teixeira dos Santos, os Coveiros.
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