quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A promoção de embustes à custa dos contribuintes

Henrique Neto, um dos nossos empresários mais lúcidos e corajosos na intervenção pública, expõe umas quantas inconvenientes verdades: a catastrófica "economia verde", o parolismo tecnológico dos governos, o tráfico de influências conseguido à custa do aparelho do Estado, a constante promoção da não-concorrência, o permanente favorecimento das "empresas do regime", etc., etc. Henrique Neto só não chega ao corolário lógico da sua enumeração: a defesa da saída do Estado da economia, especialmente na actividade, na expressão anglo-saxónica, de "picking winners and loosers".

Os verdadeiros empresários, numa economia sã, não necessitam de "incentivos" (i.e., subsídios). Necessitam, outrossim, de quadros legais e regulatórios estáveis, de fiscalidade baixa e de liberdade económica que lhes permitam arriscar investimento na expectativa de virem a obter adequado retorno. É o que basta - é o que deve bastar - para seu incentivo. Prosseguir na habitual via da diarreia normativa, supostamente necessária para a defesa do "interesse público/geral", dos "interesses estratégicos" do país, dos "centros de decisão" nacionais na sucessiva procura de "desígnios nacionais", não é mais que receita certa para o para aprofundamento do desastre. Ou acaso acreditarão que persistir em fazer mais do mesmo irá conduzir a resultados diferentes?

3 comentários:

Pinho Cardão disse...

Tem toda a razão.
E aproveito para informar o Eduardo F. que o Espectador Inteessado foi adicionado à reduzida lista de Blogs constantes da página inicial do 4R. Um lapso tardiamente corrigido. Mas mais vale tarde que nunca!

Eduardo Freitas disse...

Caro Dr. Pinho Cardão,

Fico muito honrado pela distinção.

Alexandre Gonçalvces disse...

Numa simples frase (2º parágrafo) o resumo de todos os nossos males.