Confrontar o que alguém disse que ia suceder com o que sucedeu, o que alguém defendeu no passado, às vezes recente, com o que agora defende, é uma actividade a que, infelizmente, a comunicação social um pouco por todo lado, e muito em particular em Portugal, muitas vezes ignora. Em inglês, designa-se por fact-checking essa actividade trabalhosa, é certo, mas indispensável para desmascarar os pantomineiros habituais da aldrabice e revelar a qualidade do serviço público, ou a sua ausência, por parte dos media.
Este post do WattsUpWithThat é um dos melhores exercícios de fact-checking a que tive acesso ultimamente pondo a ridículo uma das principais instituições alarmistas de todo o mundo: o Met Office. A sucessivas profecias de invernos amenos sucedem-se, de forma impiedosa, tempos de frio e neve intensos.
Já sabíamos que qualquer acontecimento de frio intenso ou de verão ameno resulta do "tempo" e não do "clima" (ao contrário da situação inversa, onde todo o acontecimento decorre do "aquecimento global", leia-se, do "clima". É por isso que o quarto ano consecutivo de Outonos gélidos e de neve intensa na Grã-Bretanha não podia deixar de ser consequência do - adivinharam - aquecimento global. Pelo menos na opinião do alarmista residente do Guardian, George Monbiot.
É como dizer: se concordas comigo, estás certo; se discordas estás errado. Independentemente dos argumentos que se terçem. É o que acontece quanto se adopta uma religião fundamentalista.
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Adenda: ver a diferença abissal para quem trata de problemas de enorme complexidade com humildade (Via O Insurgente).
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