Devo começar por confessar que não vi nenhum dos debates televisivos, o que é indicativo do meu entusiasmo relativamente às próximas eleições presidenciais. Quando olhamos para a absoluta vacuidade, sucessivamente repetida ao longo de décadas, do único challenger ao actual inquilino do palácio de Belém, é-me fácil desculpar-me deste alheamento.
Hoje, no Público, depois de ler Pedro Lomba e preparando-me para ler Helena Matos (costumo ler o jornal da última para a primeira página), reparo no título do editorial colectivo: "O debate em que Alegre regressou". Faço um esforço e leio-o. Fiquei a saber que o "colectivo" do Público acha que "(...) Alegre ganhou o debate de ontem. E, talvez mais importante que isso, Cavaco perdeu-o. O candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco conseguiu surpreender pela forma ponderada com que se apresentou. Explorou muito bem as contradições do adversário e conseguiu falar para os eleitores do centro, o que foi decisivo". Já Cavaco "[f]icou prisioneiro do seu guião (...) [f]oi arrogante. E facilitou a tarefa ao seu adversário(...)".
Hoje, depois da visita ao ABC do PPM, reforcei duas ideias: a primeira é que o Público se esforça, com denodo, por merecer o longo caminho do definhamento que está a trilhar; a segunda é que, como seria de esperar, "[s]e os debates contassem para alguma coisa, este contava para dar uma vitória ainda mais esmagadora ao Presidente da República".
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