Quando passei os olhos por aqui, fiquei roído de indignação pelo facto de as autoridades, há muito na posse destes dados, nada terem feito para obstar ao que os dados apontam como indisputável: uma fortíssima discriminação contra os homens em matéria de acidentes de trabalho fatais!
É certo que isto se passa numa sociedade - os EUA - onde, como é sabido, os valores do ultraneoliberalismo imperam o que por sua vez é indissociável da discriminação pelo género... oooooops (narrativa não conforme)!
E entretanto, o que se passará em Portugal e na União Europeia nesta matéria? Fui investigar, com ajuda do Pordata. E concluo que a situação é bem mais grave deste lado do Atlântico, o que é inteiramente inaceitável. Por que esperará Bruxelas? É lá admissível que a repartição das mortes por acidente seja, em Portugal e em 2008, de 3,85% e 96,15%, para mulheres e homens, respectivamente (e sensivelmente a mesma repartição na UE-27)? Homens e mulheres de boa vontade de Portugal: uni-vos no combate a esta profundíssima desigualdade! Proponho-vos mesmo, à boleia do Prof. Mark Perry, que empenhemos todos os nossos esforços no sentido do estabelecimento de metas vinculativas por forma a que, digamos, a partir de 1 de Janeiro de 2028, esta desigualdade gritante seja, para todo o sempre, aplainada!
4 comentários:
Isso é porque os homens são mais frágeis, deixam-se morrer com mais facilidade, eheheh!
Nunca ouviu dizer que as mulheres são muito dissimuladas? Nós até a morte enganamos!
Bem disposta, como sempre, a Julie! Chapeau!
Caro Eduardo
Nestas coisas da "igualdade" põe-se sempre a questão: Vamos nivelar por cima ou por baixo? No caso, será bom aumentar os acidentes com as mulheres, ou diminuir os dos homens? Perversidade, que se estende a todas as áreas do social...
Caro Miguel Loureiro,
Repare que invoquei valores relativos e não absolutos.
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