sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sempre que ouvir falar em liberalização "cega" ou "selvagem"

tome como infalivelmente boa uma consequência: querem meter a mão no seu bolso. Um exemplo de ontem mesmo relativo à liberalização da produção de vinho, até agora prevista para 2018, aqui aflorada pela CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal):
"A liberalização dos direitos de plantação poderia causar grandes mudanças nas regiões vitícolas da Europa e também aumentar os desequilíbrios existentes na cadeia alimentar, em detrimento do sector produtivo."
No linguajar dos instalados, "em detrimento do sector produtivo" significa em prejuízo dos consumidores; já por "direitos de plantação" deve entender-se - obviamente - a proibição, ou pelo menos o condicionamento, de novas plantações de vinha. Ora a liberalização arrastaria a possibilidade (horror, vejam só!) de os agricultores poderem plantar a vinha onde entenderem! Está bem de ver que a concretizar-se essa possibilidade ela
"se traduzir[ia] numa deterioração da qualidade. O regime de direitos de plantação 'é positivo' porque permite 'algum equilíbrio de regulação da oferta', defendeu o secretário de Estado português José Diogo Albuquerque"
E, claro está, por "regulação da oferta" deve entender-se uma promoção de escassez relativa, através da força da lei, para tornar os preços mais altos do que seriam na sua ausência.

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