No Portugal Contemporâneo, Joaquim Sá Couto, médico de formação, de há muito que nos proporciona excelentes posts que veiculam a perspectiva do economista defensor da economia de mercado. Num contraponto que se diria perfeito, hoje assistimos, tanto quanto creio pela primeira vez, ao economista Pedro Arroja escrever sobre medicina, mais propriamente sobre o cancro, para tal evocando a sua qualidade, em "acumulação", de estaticista (sinónimo de estatístico, aquele que se ocupa de estatísticas).
No seu habitual estilo combativo e, com frequência, provocador, Pedro Arroja conclui, explicitamente invocando estudos estatísticos que o próprio levou a cabo, que a medicina hoje "trata" cancros que o não são e que o "tratamento-rei" - a quimioterapia -, é muito menos eficaz do que temos por adquirido.
Não sou estaticista de profissão mas a Estatística é uma disciplina a que não sou alheio, não tivesse eu frequentado um curso de Economia de extrema ortodoxia neoclássica e a associada e vasta canga estatística e econométrica... Digamos que creio saber o suficiente para a considerar como uma matéria muito, muito tricky.
O ponto que gostaria de destacar é outro: não existindo uma teoria que explique a relação causal (a fonte) do surgimento do cancro (o efeito), pouco mais resta que a Estatística, ou seja, o estabelecimento de correlações, para tentar escorar uma ortodoxia de tratamento do cancro, ortodoxia que vai variando no tempo. Ora, se a exercícios estatísticos que apontam num sentido se sucedem outros que apontam em sentido diferente, e talvez oposto... outra atitude que não seja a de uma profunda humildade científica (Popper) é, a meu ver, de uma sobranceria intolerável.
E se o que precede é válido nas ciências naturais e biológicas como a Medicina, que dizer então das ciências sociais onde a estatística só é útil para contar o que já sucedeu (Mises)?
O ponto que gostaria de destacar é outro: não existindo uma teoria que explique a relação causal (a fonte) do surgimento do cancro (o efeito), pouco mais resta que a Estatística, ou seja, o estabelecimento de correlações, para tentar escorar uma ortodoxia de tratamento do cancro, ortodoxia que vai variando no tempo. Ora, se a exercícios estatísticos que apontam num sentido se sucedem outros que apontam em sentido diferente, e talvez oposto... outra atitude que não seja a de uma profunda humildade científica (Popper) é, a meu ver, de uma sobranceria intolerável.
E se o que precede é válido nas ciências naturais e biológicas como a Medicina, que dizer então das ciências sociais onde a estatística só é útil para contar o que já sucedeu (Mises)?
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