Será porque lá "conseguimos" que deixassem que o Estado possa gastar mais mil milhões de contos por ano, daqui a 2015 (via Viriatos), dinheiro que não tem, e que, assim, vai directamente engrossar a dívida pública que já atinge os 125% do PIB?
Mais tempo, mais dívida. Mais dívida...
4 comentários:
Sobre a percentagem da dívida, não é estranho e incompreensível que este governo em ano e meio tenha aumentado tanto como nos 6 anos de Sócrates? Como se explica?
Caro Miguel,
Não, não é incompreensível. É o que se designa por "dinâmica" da dívida cujo comportamento, à semelhança da de uma bola de neve a descer a montanha cuja massa se deixou que atingisse um valor criminosamente letal (os especialistas costumam apontar para os 90% do PIB como o limiar que, sendo ultrapassado, irá ter consequências, digamos, não triviais).
Acresce que, nos últimos dois anos, o "perímetro de consolidação" orçamental foi alargado e, por essa via, a dívida “oficial” também cresceu (e corremos o "risco" de este ano ainda o voltar a ser) passando a incluir a dívida de várias empresas do sector dos transportes (Estradas de Portugal, REFER, Metros de Lisboa e Porto, etc.). Aliás, nesta matéria, como noutras, ainda há muito esqueleto nos armários...
Por fim, há a razão de índole aritmética: se, ano após ano, o Estado gasta mais do que arrecada em impostos - o que acontece connosco há quase 40 anos consecutivos - e não havendo já muitos activos para vender com valia (resta pouco mais que a CGD), a única forma de que a dívida venha a diminuir sustentadamente é conseguirmos passar a obter, ano após ano, um período longo de excedentes orçamentais. Haverá outra saída - o default - mas isso significaria que, instantaneamente, o Estado teria que ajustar a despesa. É a minha favorita mas, suspeito, que poucos verdadeiramente a queiram...
"Precisamos de uma Europa que tenha competências para resolver os problemas, não os nossos, mas os que cada país individualmente não consegue resolver sozinho",diz Seguro. Infantilidade e falta de nexo, bem na linha dos seus antecessores.
Importante sim, é a direcção que a "Europa" está a tomar, mesmo, e sobretudo, na Alemanha.
Se fosse obrigado a apostar, poria algum dinheiro na hipótese da Europa do Norte (ou seja, a Alemanha e os restantes países AAA) vir a exercer o direito de secessão - aliás, inteiramente legitimo - da dos confrades do Sul.
Não viria, em minha opinião, grande mal ao mundo pois da "Europa", o que há realmente a concretizar e a promover é o desimpedimento de tudo o que dificulta o desenvolvimento das trocas comerciais entre os seus membros bem como com os países terceiros. (Em especial no domínio da agricultura onde os franceses continuam, como sempre fizeram desde os primórdios da CEE, a banquetear-se em generosíssimos subsídios em boa medida financiados pelas tarifas aduaneiras que impedem os consumidores da UE de aceder a bens agrícolas a preços bem mais favoráveis).
Tal significa, necessariamente, acabar com a bizantina e incrivelmente custosa "regulação" dos burocratas de Bruxelas, seguramente um dos factores da sua crescente descompetitividade a nível mundial.
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