segunda-feira, 11 de março de 2013

Sete pisos com vista para o Tejo ou a loucura continua

Ao que leio no Público, na versão em papel, "Biblioteca de 5,6 milhões [está] em risco por falta de empréstimo bancário". Segundo parece, com o intuito de substituir a actual biblioteca que apresenta "más condições de acesso e sérios problemas de infiltração de águas" e em projecto enquadrado na reabilitação da frente ribeirinha, terá sido estabelecido um contrato-promessa de compra e venda entre a Câmara de Vila franca de Xira e a empresa construtora mediante o qual, perante a obra acabada, aquela pagaria a esta o remanescente do adiantamento inicial previsto de 1,5 milhões de euros. Sucede que o empreiteiro corre o sério risco de não conseguir o financiamento bancário pelo que a presidente da autarquia, Maria da Luz Rosinha, tem neste momento "muitas dúvidas" que o projecto se concretize.

Está em causa, como o leitor já terá adivinhado, "aproveitar" a oportunidade [dos fundos europeus disponíveis] "que não se vai repetir de ter na cidade uma biblioteca com características únicas em Portugal" (itálicos meus). Eis pois mais uma ilustração, ao vivo e a cores, dos "estímulos" europeus que nos impelem, mesmo que às vezes a contragosto (tese peregrina de António Costa), a gastar o dinheiro que não há (neste caso, note-se, com o beneplácito do "bloco central" municipal e a louvável oposição dos comunistas).

Termino transcrevendo parte da "caixa" com uma pequena memória descritiva da coisa, intitulada "Sete pisos com vista para o Tejo" (meus itálicos):
"O projecto desenhado por Miguel Arruda contempla um conceito relativamente inovador, criando um equipamento que é muito mais que uma biblioteca, funcionando também como espaço de convivência intergeracional (...) Inicialmente, a ideia passou até pela instalação de meios robóticos para transporte de livros, mas depois foi necessário [austeridade a quanto obrigas...] reduzir o custo estimado de 7 milhões para os actuais 5,6 milhões. Segundo Miguel Arruda, os sete pisos distribuem-se pelas valências de átrio de entrada e sala polivalente (piso zero), áreas de exposição e cafetaria (piso 1), secção infantil (piso 2), secção de adultos (pisos 3 e 4), arquivos (5) e área social (piso 6)."
 A loucura despesista continua infrene.

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