Ainda que seja um grande consumidor de livros, quase exclusivamente em língua inglesa, o ritmo a que os consigo ler é lamentavelmente muito inferior ao que os compro (a justificação quanto à (ir)racionalidade deste comportamento é excessivamente bizarra para a publicar). Significa isto que sou um frequentador assíduo da Amazon pelo que uma figura como a seguinte, obtida às 17:30 de hoje, e relativa aos preços dos diferentes formatos da biografia de Steve Jobs recentemente publicada, me é muito familiar:
Eu, que já sou um tanto "casca grossa", sempre achei que o preço do livro digital (no caso, Kindle Edition), sendo apenas marginalmente inferior ao das edições em papel, não justificaria um "investimento" na compra e adaptação a um leitor digital quando, afinal, me sentia tão confortável com a "plataforma" que sempre manuseei, anotei e me habituei a ver nas prateleiras cá de casa, dela fazendo parte integrante. Não obstante, devo confessar que, recentemente, acabei por ceder perante a inultrapassável exiguidade do espaço caseiro.
Eis-me pois, ainda em fase de habituação, apenas tendo lido alguns pequenos ensaios que estão hoje no domínio público e que a Amazon mos proporciona de borla. Aqui chegado, fico disponível para ponderar na "justeza" do preço do livro digital. Será "justo" que, por exemplo, no caso acima espelhado, a edição digital custe apenas menos 4 dólares que a edição em papel, ainda por cima em hardback? Afinal o livro físico não implica o dispêndio de papel, de tinta, de complexo equipamento de impressão, prensagem, corte e encadernação, para além do seu manuseamento, transporte e armazenagem numa logística tremenda? Em contrapartida, o custo de fabrico cada unidade digital (custo marginal) é virtualmente zero. Como compreender, então, a pequena diferença de preço? Mais: como compreender que estejam a subir de preço face aos formatos tradicionais e em alguns casos sejam mesmo superiores aos da versão em paperback? E isto em simultâneo quando, na Amazon, de acordo com a própria companhia, o número dos livros digitais vendidos suplantam já o dos formatos tradicionais. A resposta dá-a Douglas French, presidente do Mises Institute: Consumers decide prices, not producers. O preço? Justo, portanto.
4 comentários:
Subscrevo a resistência, e quase pelas mesmas razões. E será pelo espaço que me obrigarei a fazer a transição. Mas diga-me, os problemas de leitura de pdf´s estão totalmente ultrapassados?
Em caso afirmativo, lá confirmarei (mais uma vez) uma tese que emana do Mises Institute.
Saudações e boas leituras,
Luís Vilela.
Pode ler sem problemas os pdf depois de efectuar a sua conversão para o formato mobi. O Calibre, freeware, resolve o problema.
Caro LV,
Reafirmo, de minha própria experiência, a indicação do Anónimo precedente.
Muito obrigado a ambos. Lá vou eu contribuir para reforçar a tese de D. French. Vale, todavia, a liberdade que a acompanha.
Saudações e boas leituras,
Luís Vilela.
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