segunda-feira, 26 de março de 2012

Sem grandes eufemismos

Depois de um escrito que de todo não gostei, de saudar o regresso da costela da "pulsão liberal" de José Pacheco Pereira. Um excerto do seu artigo de sábado passado, no Público (realce meu):
«O Estado está mais pobre, deixou de ter dinheiro para muito que fazia? Verdade, mas isso não significa que esteja mais fraco, significa apenas que tem menos dinheiro. Está o Estado-providência a encolher, com uma progressiva retirada do Estado de muitas funções sociais? Verdade, mas a substituição de um Estado-Providência por um estado assistencialista não diminui o seu papel "providencial", apenas muda a concepção do seu lugar e função, substituindo-se um mundo regulado de direitos colectivos (e de expectativas) por um mundo mais pontual de protecção individualizada aos pobres. Está o Estado a recuar de algumas das suas prerrogativas de decisão em matéria de economia, de sociedade, de vida das pessoas? Não está. Bem pelo contrário. Continua a ser impossível fazer um grande negócio em Portugal, sem o beneplácito do Governo, e, a um nível mais localizado, sem o apoio da autarquia, processos como as privatizações continuam a ser feitos de forma discricionária, ao mesmo tempo que a regulação não existe ou está subordinada aos interesses dos sectores regulados.»

Público, 24-03-2012

Sem comentários: