e suspeito que permanecerei com este impedimento cognitivo para todo o sempre, qual será o passe de mágica a que o Governo irá recorrer para que o descongelamento das promoções das forças armadas não implique aumentos na despesa pública. Será que os efeitos remuneratórios, digamos, da promoção de um tenente a capitão serão compensados com a diminuição da remuneração do novo capitão? Custa a acreditar, não é? Desta nem o grande Houdini seria capaz!
Responder-me-ão que não é isso que o Governo, através do ministro da Defesa, quer de facto dizer mas apenas que os limites projectados para a despesa pública (este ano? no próximo? no próximo quinquénio?) não serão excedidos por causa destas promoções. Sim, aceito que seja esse o sentido último, que não literal, das palavras de Aguiar-Branco. Mas, por favor, não queiram fazer de nós parvos, ok? Repare-se que, se há espaço para aumentar remunerações à custa da compressão de outras despesas (como por exemplo diminuição dos postos militares que implicam a designação de generais com a consequente cascata de excedentes no quadro de coronéis, tenentes-coronéis, majores e por aí fora), cabe perguntar por que razões essas despesas, naturalmente desnecessárias, continuaram orçamentadas.
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