Há pouco, no frente-a-frente do programa de Mário Crespo, assisti ao "debate" entre Carlos Zorrinho e José Eduardo Martins e uma vez mais confirmei o bloco central de interesses que se traduz na cega aceitação dos dogmas habituais em matéria energética. Refiro-me à "inevitabilidade" dos subsídios às renováveis pela "defesa do ambiente" que as mesmas proporcionariam justificados pela "infância" da indústria renovável (uma infância já com 40 anos no caso das eólicas...), à "inevitabilidade" da subida de preços no "curto prazo" (em troca do nirvana energético do futuro...) e, finalmente, pela suposta bondade inerente à substituição de importações. No clip seguinte, podemos recordar o candidato Obama a tocar esta partitura nos seus diversos andamentos:
Nós, portugueses, deveríamos ter bem presente o que pode representar uma campanha de substituição de importações promovida ou subsidiada pelo Estado, em rigor, a defesa da autarcia em prejuízo do bem-estar da generalidade dos cidadãos. Bastará recordar a celebérrima "campanha do trigo" de Salazar. Quando às falácias de Obama (e dos seus compagnons de route nacionais), aconselharia reflectir nas sábias palavras do Ace of Spades HQ (minha tradução):
«Eu prefiro a "velha" abordagem às tecnologias emergentes: adoptamos uma nova tecnologia quando ela for melhor e mais barata que a tecnologia antiga, não quando ela for pior e mais cara, e formos forçados a convertermo-nos por um governo que nos exige que paguemos mais por menos. Para que possamos colher todos esses benefícios especulativos num futuro hipotético.»
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