O Inenarrável(*) que desgraçadamente nos governa(?) descobriu agora que "o crescimento económico e a redução do endividamento externo de Portugal" resultarão do aumento das exportações portuguesas. Para tal, entendeu dar "um primeiro sinal" ao reunir-se com as maiores empresas exportadoras "nacionais" (Repsol, Autoeuropa, Bosh Car Multimedia, Peugeot Citroen...) para "delinear" uma estratégia que "potencie" as exportações nacionais. Anunciou também que o objectivo do governo é "facilitar o emprego e o trabalho" mas através de medidas "exequíveis" e "pragmáticas".
Potenciar, dinamizar, delinear, facilitar. Estes são os verbos socráticos, os do desgoverno. O que o país precisa, isso sim, é que o governo não atrapalhe, não esteja permanentemente a mudar as regras do jogo e desista de intervir em todos os sectores aos diferentes níveis.
Hoje instalou-se entre nós uma explicação relativamente cómoda para explicar a estagnação em que vivemos nos últimos 10 anos: a adesão ao euro, ao tornar impossível o recurso à desvalorização, retirou-nos o único mecanismo verdadeiramente eficaz para repormos a nossa competitividade externa. Este facto, conjugado com o deslumbramento de um "acréscimo" de riqueza motivado pela a brutal descida da taxa de juro, transportou-nos para o descalabro em que temos vivido, muito em especial, quanto ao desequilíbrio nas contas externas.
Mas o problema é, a meu ver, bem mais profundo e advém de termos construído um Estado "social" crescentemente incompatível com a debilidade do nosso tecido económico. É, aliás, o que Medina Carreira não se tem cansado de chamar a atenção.
Em Welfare state crack-up, o articulista, George Bragues, da Universidade de Guelph-Humber em Toronto, num artigo inteiramente dedicado ao nosso país, termina-o escrevendo:
(*) - Na sintética e feliz cunhagem de José, do blogue
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