Nota prévia: este post resultou da leitura disto.
Em 2007, a Câmara dos Representantes, de maioria Democrata, aprovou o chamado Fair Minimum Wage Act que o inquilino republicano da Casa Branca viria a assinar, legislação essa que consistia na subida, faseada, do salário mínimo, em todo o território americano. Em concreto, ela previa que o salário mínimo horário passasse de 5.15 dólares/hora no início de 2007 para 7.25 dólares/hora a partir de meados de 2009, exceptuando os territórios "especiais" do Pacífico (Samoa America e Ilhas Marianas do Norte). A estes territórios foi-lhes fixada uma regra de convergência para o salário mínimo nacional que consistia na sua subida anual de 50 cêntimos.
À época da passagem da legislação, 607 economistas (incluindo 2 prémios Nobel) assinaram uma petição onde se dizia: "Acreditamos que um modesto aumento no salário mínimo melhorará o bem estar dos trabalhadores com mais baixos salários e não provocará os efeitos adversos [desemprego] que os críticos têm apontado."
A Samoa Americana é um território "não incorporado" dos Estados Unidos situado no Pacífico Sul cujos habitantes têm a particularidade de serem considerados de naturalidade americana mas sem cidadania plena razão pela qual não podem, por exemplo, votar nas presidenciais americanas. Pequeno território com cerca de 60 mil habitantes, a indústria principal, tradicionalmente, assentava no fabrico de conservas de atum.
Ora sucede que, de acordo com um comunicado de 30 de Setembro último do governo da Samoa Americana, o "Governador Togiola Tulafono expressou hoje a sua sincera gratidão ao President Barack Obama pela sua assinatura de legislação que diferirá no tempo o acréscimo no salário mínimo previsto para 2010 and 2011"!
O que aconteceu? O costume. Em 2009 uma das duas fábricas de conserva de atum fechou perdendo-se 2000 empregos na Samoa America, trocados por uma fábrica automatizada no estado da Geórgia com 200 trabalhadores. A outra fábrica, que ainda permanece e que chegou a dar emprego a 3000 pessoas em 2008, já só tem 1200 trabalhadores.
Será que nunca mais aprendemos? Inclusive certa espécie de economistas?
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Adenda: Jcd, blogger residente do Blasfémias, assinala-me que este mesmo assunto já tinha sido abordado num seu post, aqui. As minhas desculpas pela inadvertida repetição.
Em 2007, a Câmara dos Representantes, de maioria Democrata, aprovou o chamado Fair Minimum Wage Act que o inquilino republicano da Casa Branca viria a assinar, legislação essa que consistia na subida, faseada, do salário mínimo, em todo o território americano. Em concreto, ela previa que o salário mínimo horário passasse de 5.15 dólares/hora no início de 2007 para 7.25 dólares/hora a partir de meados de 2009, exceptuando os territórios "especiais" do Pacífico (Samoa America e Ilhas Marianas do Norte). A estes territórios foi-lhes fixada uma regra de convergência para o salário mínimo nacional que consistia na sua subida anual de 50 cêntimos.
À época da passagem da legislação, 607 economistas (incluindo 2 prémios Nobel) assinaram uma petição onde se dizia: "Acreditamos que um modesto aumento no salário mínimo melhorará o bem estar dos trabalhadores com mais baixos salários e não provocará os efeitos adversos [desemprego] que os críticos têm apontado."
A Samoa Americana é um território "não incorporado" dos Estados Unidos situado no Pacífico Sul cujos habitantes têm a particularidade de serem considerados de naturalidade americana mas sem cidadania plena razão pela qual não podem, por exemplo, votar nas presidenciais americanas. Pequeno território com cerca de 60 mil habitantes, a indústria principal, tradicionalmente, assentava no fabrico de conservas de atum.
Ora sucede que, de acordo com um comunicado de 30 de Setembro último do governo da Samoa Americana, o "Governador Togiola Tulafono expressou hoje a sua sincera gratidão ao President Barack Obama pela sua assinatura de legislação que diferirá no tempo o acréscimo no salário mínimo previsto para 2010 and 2011"!
O que aconteceu? O costume. Em 2009 uma das duas fábricas de conserva de atum fechou perdendo-se 2000 empregos na Samoa America, trocados por uma fábrica automatizada no estado da Geórgia com 200 trabalhadores. A outra fábrica, que ainda permanece e que chegou a dar emprego a 3000 pessoas em 2008, já só tem 1200 trabalhadores.
Será que nunca mais aprendemos? Inclusive certa espécie de economistas?
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Adenda: Jcd, blogger residente do Blasfémias, assinala-me que este mesmo assunto já tinha sido abordado num seu post, aqui. As minhas desculpas pela inadvertida repetição.
3 comentários:
http://blasfemias.net/2010/05/30/a-crueldade-do-salario-minimo/
Caro Jcd,
Lamento não ter dado conta que este mesmo caso já tinha sido abordado por si no post correspondente ao link que remeteu.
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