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Apesar da sua juventude, o Professor Philipp Bagus, discípulo do "austríaco" Jesús Huerta de Soto, é uma reconhecida autoridade, dos dois lados do Atlântico, em matéria monetária, sendo disputada a sua presença e intervenção em variadíssimos fóruns em plena crise do euro. Hoje mesmo foi publicado mais um artigo sobre a matéria intitulado Is There No Escape from the Euro?, cuja leitura integral recomendo, onde volta a pronunciar-se favoravelmente quanto a "haver vida para além do euro". Para Bagus, ela existe, e é mais saudável - e livre - que a actual, embora reconheça a existência de dificuldades e mesmo de perigos que todavia, na sua opinião, serão ultrapassáveis com reformas e adequada habilidade táctica no período de transição. O artigo termina assim (minha tradução):
A honestidade intelectual exige que se reconheça existirem custos importantes numa de saída do euro, tais como problemas jurídicos ou os associados ao "desemaranhar" do BCE. No entanto, estes custos podem ser atenuados por reformas ou por hábil pilotagem. Alguns dos alegados custos são na verdade benefícios do ponto de liberdade, tais como os custos políticos ou a liberalização dos fluxos de capitais. Na realidade, outros podem mesmo ser vistos como uma oportunidade, como uma crise bancária que seja usada para reformar o sistema financeiro e, finalmente, colocá-lo sob uma base sólida. Em qualquer caso, estes custos devem ser comparados com os enormes benefícios em sair do sistema que consistem na possível implosão do Eurosistema. Sair do euro implica deixar de fazer parte de um inflacionário sistema de auto-destruição monetária, de crescentes estados de bem-estar, queda de competitividade, resgates financeiros, subsídios, transferências, risco moral, conflitos entre nações, centralização, e, em geral, uma perda de liberdade.Nota: o artigo aqui referenciado retoma uma intervenção, que também dei conta por aqui, que Bagus fez em Bruxelas, num fórum patrocinado pelo UKIP e dirigido por Godfrey Bloom.
1 comentário:
Qual teria sido o nosso caminho fora do Euro?
Não acha que, com os mesmos políticos que tivemos nos últimos anos, o caminho sem o Euro teria sido muito mais doloroso?
O apetite do Estado por despesa só parou quando já ninguém nos emprestava dinheiro. Felizmente que temos as impressoras de notas fora de Portugal. Caso não o tivéssemos, as notas de conto pouco mais valeriam do que o seu peso em papel velho. Os erros e os crimes económicos teriam sido os mesmos ou certamente piores sem a supervisão de Europeia. Só a palavra supervisão lembra-me o nulidade do mandato do Victor Constâncio à frente do BP.
Acredita que com gente desta o facto de ter moeda própria seria uma vantagem e não uma maldição?
Eu não tenho os seus conhecimentos de economia, limito-me a fazer uso do bom senso, pelo que me deve perdoar a franqueza. Mas acho que sobrevalorizamos o poder da política monetária e perdemos tempo e energia, que devíamos usar para atacar a verdadeira origem dos nossos problemas: um Estado que se transformou num parasita económico da sociedade.
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