domingo, 5 de dezembro de 2010

Crises, Leviatã e Wikileaks


Acabei ontem de ler o livro representado na imagem da esquerda e a minhas impressões são as melhores. O seu autor, Artur A. Ekirch, Jr. (1915–2000), historiador de matriz liberal clássica, desenvolve ao longo do livro a tese segundo a qual o momento alto do liberalismo americano ocorreu por altura da Guerra da Independência e que, daí até à guerra da Coreia (a 1ª edição do livro é de 1955 e a 2ª edição de 1967 não alterou o texto original) ocorreu um declínio tendencialmente sistemático dos valores liberais nos EUA. O autor escreve num inglês límpido e parco nos adjectivos. Na edição que possuo, a 3ª, de 2009, o autor do livro da direita escreve o prólogo; curiosamente, o inverso sucede no livro da direita, de 1987, em que é Artur A. Ekirch, Jr. quem escreve o prólogo. Não é por acaso que tal sucede.

Robert Higgs, economista e historiador filosoficamente tido por anarco-capitalista, desenvolve a tese que o próprio título do livro deixa intuir depois de analisar diferentes hipóteses explicativas do aparecimento e sucessivo reforço do Big Government. Debruçando-se sobre o período que decorre entre finais do século XIX e a primeira metade dos anos 80, o economista alia-se ao historiador e ao estudioso da evolução das ideologias sendo que o resultado final é soberbo.

Há fortes razões para suspeitar que o Wikileaks possa ser uma destas crises como já era a cada vez mais frequente abordagem à "regulação" da internet. Estejamos vigilantes.
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Adenda: pelo que li nas últimas horas nas minhas andanças pela blogosfera, creio que esta e esta outra posição quanto ao último dump doWikileaks, que ainda não terminou,  ilustram o extremar do contraste do julgamento ético perante a acção de Julian Assange e seus colaboradores. Embora, até ver, ainda não tenha sido divulgado nada que seja particularmente explosivo, não queria deixar de me associar com a posição que João Luís Pinto assume no Insurgente no post muito justamente intitulado Wikigate.

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