quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Confiança e Legitimidade

Ladar Levison
Nos dias que correm, uma interpretação que desafie a versão normalizada dos factos é muitas vezes tratada como conspirativa. Procurar uma visão mais alargada e profunda dos acontecimentos é tarefa que, pelos vistos, apenas um punhado de indivíduos, com propósitos decadentes ou condenáveis, deseja alcançar. Sejamos honestos, esses propósitos existem e estão ao alcance de qualquer frequentador da internet. Deve o receio de ser apelidado de conspirativo traduzir-se na desistência de procurar, individualmente ou em grupo, coligir e compreender o máximo de informação factual relevante? Esse receio pode ser tão forte que nos faça desistir de dar enquadramento crítico ao que, numa velocidade cada vez maior, acontece por esse mundo fora? Disputando a versão oficializada? Devem os indivíduos abdicar de fazer perguntas? Devem os indivíduos desistir de lembrar que a Liberdade não se compatibiliza com a intromissão, com a ameaça (velada ou directa), com a violência, com o roubo?

Consideremos a seguinte intervenção de Ladar Levison. Se as perguntas acima elencadas lhe parecerem ser meros artifícios retóricos, volte a considerá-las depois de ouvir Ladar Levison.

Para enquadrar a intervenção de Levison, basta dizer que é um empresário que se encontra em litígio legal com o estado e a sua máquina de poder. No seguimento de uma política de intimidação e (suposta) prevenção anti-terrorista, foi requerido à sua empresa que permitisse o acesso aos dados dos seus clientes e que possibilitasse o controlo de algumas dimensões do seu negócio por parte das autoridades federais. Tudo em nome da luta contra o terrorismo, sublinhe-se. E, não esqueçamos, da liberdade. Levison decidiu fechar o seu negócio, pois tinha em alta estima os seus clientes, a sua privacidade e, presume-se, também a liberdade. Ouçamos a sua intervenção:

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Citação do dia (155)

"Não estou a tentar endereçar um insulto de despedida a Ben Bernanke ou aos seus colegas da banca central. Pelo contrário, estou a sublinhar as capacidades e a determinação necessárias aos banqueiros centrais para levar adiante um dos trabalhos mais exigentes e importantes do mundo. Da mesma forma que James Bond tem, nos livros de Ian Fleming, "Licença para Matar", os banqueiros centrais têm uma "Licença para Mentir" - ou colocando de um modo mais diplomático, autorização para fazer promessas acerca do futuro que não podem ser honradas, e muitas vezes se mostram falsas."

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Coreia do Norte tão perto de si

Uma história "exemplar", aquela que Simon Black nos conta hoje e que procurei traduzir abaixo (minha inteira responsabilidade). Mas não exemplar no sentido de servir de modelo para atitudes e comportamentos. Esta é a exemplaridade de um quotidiano cada vez mais delimitado, regulado e opressivo. De um estatismo triunfante ainda em ascensão.
25 de Fevereiro de 2014

Por Simon Black (em viagem para a Colômbia)



Li Mi-Yung apenas queria ser livre.

Esta viúva de 55 anos da Coreia do Norte passou os últimos 18 meses a construir uma habitação, não dependente da rede de distribuição eléctrica, na sua propriedade no campo. Ela era, no essencial, completamente independente.

Recolhia e armazenava a água da chuva para assegurar água potável. Dispunha do seu próprio sistema de deposição de resíduos. Gerava a sua própria electricidade a partir do sol.

Admirável, não vos parece? Sobretudo num local onde há tão poucas pessoas independentes.

Infelizmente, após se terem dado conta das condições de vida da Sra. Li, as autoridades locais da Coreia do Norte enviaram brigadas de funcionários governamentais à residência da Sra. Li, com a intenção de a expulsar e de a levar perante um tribunal.

Algo de verdadeiramente infame. Pensar-se-ia que o governo norte-coreano estaria muito interessado em aprender com a experiência da Sra. Li com o propósito de tentar melhorar a vida de toda a gente.

Mas, enfim, que mais se pode esperar do governo da Coreia do Norte...?

Há todavia duas pequenas correcções que é necessário introduzir nesta história antes que possa prosseguir.

Li Mi-Yung é na realidade Robin Speronis [link]. E ela não vive na Coreia do Norte. Mora em Cape Coral, na Florida... na Terra dos Livres. Tudo o demais é verdade.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O plano inclinado dos aquecimentistas

Durante anos (décadas, na realidade) as legiões da fé aquecimentista, aka "alterações climáticas", fustigaram todos aqueles que se atreveram a sugerir a existência de um constatado desfasamento empírico entre o que era possível assistir pelas janelas e se sentia nos ossos (para além das imagens e medições dos satélites) com o que os "modelos" climáticos continuavam a profetizar ("é mais grave do que supúnhamos!"). Esse era o tempo em que, do alto da cátedra cuja lema era "science is settled", se ensinava, com cada vez menos paciência para uns quantos tão teimosos quanto ignaros, que uma coisa era "o tempo" e outra, completamente diferente, era "o clima". E ai de quem misturasse uma coisa com outra! 

Wikipedia
Eis senão quando, perante a passagem sucessiva dos anos sem que as temperaturas subissem (entre 14 a 17 anos, dependendo das diferentes séries estatísticas - "datasets" - utilizadas), o establishment não teve forma de evitar o reconhecimento de que existia de facto uma "pausa" apesar de, assim nos garantiam, isso em nada alterava a "ciência estabelecida" já que o calor em falta (?!) tinha que estar algures (nas profundezas dos oceanos, no espaço sideral, etc.). Mas isto não era afinal suficiente pelo que, para além da continuação das salvas de insultos sobre os "negacionistas" (até o Príncipe de Gales chegou ao ponto de apodar os cépticos de membros de "brigadas de galinhas sem cabeça"), havia que explorar novos (?) caminhos.

Foi pois com muito interesse que dei conta deste artigo: As dúvidas em relação aos modelos climáticos (no original, aqui), através do qual me dei conta que aquela distinção, que se julgava definitivamente estabelecida, talvez não seja tão distinta assim. Depois de se admitir a existência da "pausa" e do embaraço do IPCC perante os "recentes desenvolvimentos" (leia-se, a não subida das temperaturas) confessa-se algo pior que o embaraço: a preocupação com a possibilidade de os políticos deixarem de acreditar na "ciência estabelecida". Que fazer então para recuperar a credibilidade abalada? Pois, é isso mesmo: há que "transferir a tecnologia" da meteorologia para a climatologia até porque aquela melhorou em muito na última dúzia de anos a sua capacidade de previsão a... 3, 5, 7 e 10 dias.

E  o artigo termina procurando convencer os cépticos descansar os crentes:
Significa isto que se pode confiar nas previsões climáticas? Sim. [Como não?]

O sistema da Terra é tão complicado e é regido por tantos retornos [efeitos de retroacção] subtis que é um feito deslumbrante conseguir-se fazer previsões realistas. Ainda assim, muitas previsões climáticas importantes foram confirmadas [Assim mesmo. Ponto final!]. Reduzir os modelos climáticos – ou as complexas técnicas de previsão do estado do tempo em que eles se baseiam – a algo como "fundamentalmente imperfeito" pelo facto de não terem previsto o menor aumento das temperaturas globais na última década seria uma patetice.

Podemos não estar inclinados para confiar nos políticos, mas temos de levar muito a sério a produção destes algoritmos aperfeiçoados. Ao contrário de muitos de nós, os nossos modelos climáticos são cada vez mais capazes de aprender com os seus próprios erros.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O que realmente aconteceu ao Bear Stearns?

O artigo cuja tradução a seguir se apresenta foi escrito por Ted Butler. Butler é um analista e comentador largamente reconhecido no mercado dos metais preciosos. É autor de uma reputada subscrição, participa em vários fóruns, conferências e estudos acerca do ouro e da prata desde 1996.
Neste artigo, Butler expõe alguns aspectos da sua investigação relativamente à falência do banco Bear Stearns, colocando-a no epicentro da crise financeira mundial de 2008/09. A sua investigação expõe igualmente a natureza promíscua e, não raras vezes, ilegal das relações entre banqueiros, políticos e entidades reguladoras. Não tenhamos dúvidas de que o mesmo ocorre por esse mundo fora. Nós, europeus, estaremos atentos?

Ucrânia: o prosseguimento do maniqueísmo imperial

Capa da The Economist da semana
Tenho feito eco por aqui, com alguma regularidade nos últimos meses, das análises geo-politicas de Eric Margolis, um dos meus analistas preferidos em matéria de política externa sempre que os Estados Unidos estejam envolvidos (uma "inevitabilidade", hoje em dia). No seu artigo de ontem, Back from the Brink in Ukraine, Margolis analisa a situação na Ucrânia à luz da persistente manobra de envolvimento da União Soviética Rússia por parte dos EUA, em mais uma instanciação da política do "cordon sanitaire", atribuída a Georges Clemenceau (ou a Woodrow Wilson?), desenvolvida na sequência do primeiro (e imediatamente evidente) desastre estratégico resultante da I Guerra Mundial - a revolução bolchevique. A Ucrânia era, já então, como nação "fronteira", peça integrante do dito "cordão". Para além disso, como Daniel McAdams também observava há dias (artigo de leitura vivamente recomendada), há demasiadas similitudes entre o desenrolar dos acontecimentos na Ucrânia com o drama que (ainda) está em curso na Síria.

Para os leitores que se interrogarem do porquê de um pronunciamento algo tardio sobre a situação da Ucrânia, a imagem acima espelha, com um "esplendor"  inaudito em tempo de paz (?) por parte de uma "respeitável e venerável instituição" com mais de 170 anos de história, a razão de ser do timing (e a justeza da decisão que tomei há três anos atrás):

A tradução que se segue é da minha responsabilidade bem como pela introdução dos links e imagens no texto.

ACTUALIZAÇÃO (ainda no "prelo") - Como sempre sucede em períodos à beira da revolução do golpe de estado (versão de rua ou palaciana), os acontecimentos sucedem-se a um rimo vertiginoso. Um dia depois da crónica de Margolis, Iakunovitch já não é presidente e Iulia Timoschenko foi libertada. Mas o essencial do artigo, a meu ver, mantém toda a actualidade.
22 de Fevereiro de 2014

Por Eric Margolis

Nos inícios deste mês, a diplomacia americana na crise da Ucrânia foi sintetizada, pela alta funcionária do Departamento de Estado, Victoria Neuland, uma destacada neoconservadora: "Que se f*** a Europa!"

Na sexta-feira [21 de Fevereiro - NT], a Europa respondeu intermediando um compromisso sensato na cada vez mais perigosa crise ucraniana, quando o exército se aprestava a intervir. Se o pacto for respeitado, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, irá renunciar a alguns dos seus poderes, será formado um governo de unidade, serão realizadas eleições, e os manifestantes presos serão libertados. O destino da líder nacionalista presa, Yulia Timoshenko, permanece incerto.

Aqui estava uma solução diplomática inteligente para uma crise que poderia ter levado a um choque frontal entre a NATO e a Rússia, ambas potências nucleares.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O veneno do estatismo em versão politicamente correcta

Ou a razão pela qual há apenas uma forma de diminuir o peso do estado: reduzir-lhe o financiamento disponível seja pela via dos impostos, como dos empréstimos e, evidentemente, do money-printing.
«Laws such as I-VAWA(*) rely on official data that becomes official "fact". The fact produces funding. The funding enables political or ideological goals. Truth and debate fall away.»
Wendy McElroy, I-VAWA'S global lie
(Tradução: Legislação como a da I-VAWA depende de dados oficiais que se tornam num "facto" oficial. O facto faz surgir o financiamento. O financiamento permite o estabelecimento de objectivos políticos ou ideológicos. A verdade e o debate desaparecem.)
(*) International Violence Against Women Act (Projecto de lei sobre a violência doméstica internacional contra as mulheres)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Uma entrevista com...

A ironia é reveladora. Se ao menos alguém entrevistasse um governador de um qualquer banco central da mesma forma. Para além da ironia e do humor, se as questões que importam fossem apresentadas com o mesmo desassombro talvez a máscara caísse. Creio que a mentira e a dissimulação, que alimentam a ideia da omnipotência e omnisciência do planeamento económico e financeiro centralizado, apareceriam aos olhos de todos como aquilo que efectivamente são: limitações fundamentais da Liberdade.

O que andará aquela gente (no FMI, e não só) a fumar?

Vivemos tempos de um esplendorosamente triunfante cientismo empirista-positivista. Segundo este paradigma, a verdade (a ciência) sustenta-se naquilo que é empiricamente constatável ou, pela negativa, tudo o que não possa ser verificável através de mensuração adequada, não é susceptível de ser aceite como "científico". Daí a proliferação exponencial de "estudos" e de "modelos", de base estatística-matemática, avidamente divulgados pelos media, e, aspecto nevrálgico, que sustentam em larguíssima medida toda uma comunidade que se acha investida do direito absoluto de viver à custa do contribuinte em nome da "promoção da ciência". Este fenómeno, endémico nas ciências sociais, tem vindo a alargar-se igualmente a outros domínios como sejam os da Medicina e da Biologia e dele não escapam até mesmo supostas "hard sciences" como a Climatologia (num próximo post, abordarei algumas questões que este artigo me sugere).

Temos assim, por exemplo, que questões até há bem tempo tidas por elementares e universalmente consagradas nos manuais universitários (até por Krugman) - como as leis da procura e da oferta -, são agora descartáveis por alguns economistas (?), prémios Nobel inclusive. Segundo estes, não haveria evidência empírica de que o salário mínimo afecte (negativamente) os níveis de emprego! (Compreendo agora melhor porque desapareceu a axiomática formal no ensino da geometria no ensino básico, ou o capítulo de lógica da matemática do secundário). Deste modo, não é surpreendente que assistamos à divulgação de mais um "estudo" (lá está!) onde se terá detectado algo de extraordinário: quanto mais insustentável for o stock de dívida pública acumulada, menor é a sua influência sobre os níveis de crescimento económico. É sobre esta formidável descoberta que Simon Black se debruça em IMF Report: "Debt is Good. What are the people smoking?, cuja tradução, da minha responsabilidade, se segue.

Chile, 18 de Fevereiro de 2014

Por Simon Black

Provavelmente, em algum momento da vida, toda a criança sonhou ter uma máquina do tempo e ser capaz de viajar até ao passado... normalmente para ver os dinossauros ou algo do género.

Viajar no tempo é uma fantasia quase universal. E se eu pudesse estalar os dedos e folhear as páginas do tempo, teria uma séria curiosidade em rever o período de mil anos entre o declínio do Império Romano do Ocidente e a ascensão do Renascimento.

Era usual referir esse período como a "Idade das Trevas" (embora os historiadores tenham entretanto desistido dessa designação), uma época em que todo o continente europeu esteve praticamente numa pausa intelectual.

A Igreja tornou-se NA autoridade sobre todos os domínios - Ciência, Tecnologia, Medicina, Educação. E manteve a informação mais vital fora do alcance do povo... limitando-se simplesmente a dizer a todos o que deviam acreditar.

As pessoas que viviam nesse tempo tinham que confiar em que os altos sacerdotes fossem pessoas inteligentes e que sabiam do que estavam a falar.

Interpretar factos e observações por si próprio era uma heresia, e todo aquele que formulasse um pensamento original e desafiasse a autoridade da igreja e do estado era queimado na fogueira.

É verdade que a civilização humana já percorreu um longo caminho desde então. Mas os módulos básicos da sua construção não são hoje muito diferentes do que eram então.

Quem quer que desafie o estado ainda é queimado numa fogueira. E todo o nosso sistema monetário requer que todos nós confiemos nos altos sacerdotes da banca central e da economia. Aqueles que se desviam da mensagem estatal e difundem a heresia económica são abatidos e vilipendiados.

O leitor recordar-se-á do caso dos professores de Harvard, Ken Rogoff e Carmen Reinhart, que escreveram o clássico "Desta vez é diferente: oito séculos de loucura financeira".

O livro destacou dezenas de padrões históricos chocantes onde nações antes poderosas acumularam demasiada dívida e entraram em declínio terminal.

A Espanha, por exemplo, entrou em incumprimento no serviço da sua dívida por seis vezes, entre 1500 e 1800, e posteriormente por outras sete vezes no século XIX.

A França incumpriu por OITO vezes, entre 1500 e 1800, incluindo o episódio de 1788, nas vésperas da Revolução Francesa. E a Grécia por cinco vezes desde 1800.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Moedas de prata batem recordes em 2013

American Silver Eagle
A forte procura de prata para efeitos de investimento em 2013 impulsionou as vendas de moedas de 1 onça (bullion coins) de prata para recordes históricos e, segundo The Silver Institute, são muito animadores os primeiros indicadores para o ano de 2014. Os dados demonstram um interesse continuado por parte dos investidores.

Apologia da inflação (e da gestão da dívida)

Ontem, em entrevista ao Público, antecipando o lançamento da longa conversa com Maria João Avillez sob a forma de livro, que hoje é "apresentado", Vítor Gaspar, um meu contemporâneo de faculdade, declarou (realces meus):
"A deflação é um risco que deve ser evitado porque é tendencialmente desestabilizador e há uma potencial relação entre deflação e espiral recessiva, na medida em que há a possibilidade de a deflação se transformar em deflação esperada, adiando as decisões de fazer despesa. E a deflação torna mais difícil a gestão de níveis de endividamento elevados.
Para Gaspar, um burocrata de elite da banca central, não há que correr riscos pelo que nada como provocar uma inflação esperada ("moderada", dirá, aí na ordem dos 2% anuais) para a combater. Uma forma de, em 4 anos, reduzir os salários da FP e as pensões, em termos reais, de mais de 10% (dado o seu congelamento em termos nominais).

No final de contas, quem pensa o leitor que será o agente económico com um nível de "endividamento elevado" a quem a inflaçãozinha, esperada que seja, dá um jeitaço para a resolução dos seus problemas?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Young Guns of Gold - Uma nova geração dourada

Voltando a nossa atenção novamente para o mercado dos metais preciosos, gostaria de propor aquilo que pode vir a ser uma nova rubrica aqui no Espectador Interessado. Assim sendo, proponho o visionamento de um vídeo no qual participam aqueles que podem ser apelidados das "novas armas" na análise e discussão no mercado do ouro, e não só. Na terceira edição desta mesa redonda participam: Jan Skoyles (da Real Asset Company), Tekoa da Silva (Bull Market Thinking e recentemente integrado na Sprott Global Resource Investments), Ronald Stoeferle (Incrementum AG) e Jordan Eliseo (ABC Bullion). São analisados os seguintes temas:

Pat Buchanan: Não nos metamos nas guerras dos outros

Pat Buchanan, em Staying Out of Other People’s Wars, percorrre alguns dos principais focos de tensão que, pelo mundo fora, arriscam vir a desencadear novos e perigosos conflitos armados. O messianismo wilsoniano, que arrastou os EUA para a I Guerra Mundial e lançou os fundamentos para o intervencionismo americano pelas quatro partidas do mundo, permanece hoje bem vivo no seio do que Buchanan, muito justamente, designa pelo "Partido da Guerra". No Verão passado, assistiu-se a um muito improvável recuo por parte dos "falcões" em resultado directo da surpreendente derrota de Cameron no Parlamento britânico e subsequente revolta cívica que impediu que o Partido da Guerra voltasse a vencer na "Terra dos Livres e Lar dos Bravos". Evitou-se assim que a terrível guerra na Síria aumentasse ainda mais a sua intensidade e internacionalização. Falhando Cameron, entretanto, sobrou Hollande, outro membro do Partido da Guerra "de um país que se acostumou a humilhar outros durante 400 anos de guerras e agressões" (palavras de Hunt Tooley) e que reclama a grandeur de outrora. Buchanan termina o artigo exortando os republicanos (enfim, parte deles) a regressar às práticas que já foram as do Grand Old Party. Que o oiçam.

A tradução do texto é da minha responsabilidade assim como da inserção dos links e imagens.
Por Patrick J. Buchanan
7 de Fevereiro de 2014

Não nos metamos nas guerras dos outros (Staying Out of Other People’s Wars)

"Se estas negociações [com o Irão] falharem, há duas alternativas sombrias​​", afirmou o senador Richard Durbin, "um Irão nuclear, ou a guerra, ou talvez ambos".

Patrick J. Buchanan
Os senadores John McCain e Lindsey Graham regressaram da conferência de segurança de Munique declarando que até mesmo John Kerry concorda que a política do presidente Obama relativamente à Síria falhou. Eles exortam à reconsideração do recurso a ataques aéreos.

A Coreia do Norte vem avisando que, caso os exercícios militares anuais entre os EUA e a Coreia do Sul se venham a concretizar no próximo mês de Março, isso poderia significar a guerra, possivelmente uma guerra nuclear.

O presidente das Filipinas, Benigno Aquino III, comparou esta semana a situação do seu país com aquela que, em 1938, enfrentava a Checoslováquia, e as ilhotas sob disputa ao largo da sua costa no Mar do Sul da China, à região dos Sudetas. Tal como Hitler na Europa, Aquino está a dizer que a China está em marcha na Ásia.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Citação do dia (154)

[O] padrão-ouro não entrou em colapso. Os governos aboliram-no de modo a preparar o caminho para a inflação. Todo o sombrio aparelho de opressão e coerção - polícias, guardas alfandegários, tribunais criminais, prisões, em alguns países até mesmo carrascos - teve que ser accionado para destruir o padrão-ouro. Promessas solenes foram quebradas, leis retroactivas foram promulgadas, disposições constitucionais e declarações de direitos foram desafiadas abertamente. E as hostes de autores servis louvaram o que os governos haviam feito, saudando o alvorecer do milénio da moeda fiduciária.

Ludwig von Mises, in The Theory of Money and Credit
(Edição em língua inglesa de 1952, minha tradução)

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Grande Guerra 1914-1918 – Algumas notas e fragmentos (V)

A questão da responsabilidade pela eclosão do conflito


Abaixo se transcreve a que ficou conhecida pela "Cláusula da Culpa da Guerra" inscrita no Tratado de Versalhes (figurado na imagem, na versão inglesa) através da qual se "estabelecia" a questão da atribuição da responsabilidade moral pelo início da guerra e, em consequência, a imposição de obrigações de indemnização da Alemanha aos Aliados.
Artigo 231º

Os Governos aliados e associados declaram e a Alemanha reconhece que a Alemanha e os seus aliados são responsáveis, por deles ter sido a causa, por todas as perdas e por todos os prejuízos sofridos pelos Governos aliados e associados e pelos seus nacionais em consequência da guerra, que lhes foi imposta pela agressão da Alemanha e dos seus aliados.
Não foi preciso esperar muito tempo para que esta "história escrita pelos vencedores" fosse contestada. Por exemplo, em 1922, Albert Jay Nock fez publicar, sob pseudónimo, The Myth of a Guilty Nation, onde desafiava abertamente a narrativa oficial, ou seja, a suposta isenção de responsabilidades por parte dos Aliados. Mais tarde, em 1952, Charles Tansill, um eminente historiador revisionista que se dedicou em particular ao estudo das I e II Guerras Mundiais, observava em retrospectiva (minha tradução): 
"O armistício de 11 de Novembro de 1918, pôs fim à I Guerra Mundial, mas marcou o início de uma batalha travada com livros que continua até os dias de hoje. A responsabilidade pela eclosão do conflito foi levianamente colocada pelos historiadores aliados sobre os ombros dos estadistas das potências centrais. Os historiadores alemães responderam com uma enxurrada de livros e panfletos que encheram as prateleiras de muitas bibliotecas, e os chamados "revisionistas" de muitas origens alimentaram esta maré crescente ao acrescentarem monografias que desafiavam a tese aliada da culpa da guerra. Este debate decorria ainda de forma veemente quando a II Guerra Mundial eclodiu em 1939 e a atenção académica se deslocou para a questão da responsabilidade por esta mais recente expressão de loucura marcial." (Excerto inicial do prefácio à primeira edição, de 1952, de Back Door to War: The Roosevelt Foreign Policy 1933-1941)
Ralph Raico, uma referência contemporânea de que me venho socorrendo neste tema, refere aqui que a biblioteca de Yale possuía, em 2004, cerca de 30 mil livros sobre a I Guerra Mundial publicados até 1977 e outros 5 mil de então em diante. Na aproximação aos cem anos sobre o início da Grande Tragédia, não é de admirar o surgimento de uma nova "enxurrada" de livros nos escaparates (físicos e digitais) onde se continua a disputar o tema da "culpa". É assim com justeza que, como Raico observava, esta seja "a outra guerra que nunca acaba".

Levado pelo meu parceiro de blogue a investir no produto aqui proposto, do qual obtive um muito satisfatório retorno, é agora a minha vez de propor ao leitor a leitura de um texto recente, também de Paul Gottfried, onde precisamente se aborda este tema, aprofundando alguns dos aspectos contidos na entrevista que deu a Tom Woods, e se conclui, com evidência bastante, pelo errado teor do supra referido artigo 231º e dos consequentes horrores que se lhe seguiram. Como o título de um dos livros recentes sobre a matéria - que não li  - bem sumariza, a I Grande Guerra foi The War that Ended Peace.

Um texto que julgo também de interesse como contributo para a compreensão da vulgata da intrínseca "perversidade alemã", que por aí corre nos nossos dias, como "explicação conveniente" de pecados próprios. Assinalo também como muito relevante mais um exemplo de um intelectual - Konrad Canis - cuja obra, por decisiva que seja, permanece quase desconhecida fora da Alemanha por não ter sido (ainda?) traduzida para a língua inglesa. O mesmo sucedeu com Ludwig von Mises. Enquanto o texto de Keynes, Economic Consequences of the Peace (1919), conheceu, aliás justamente, larga divulgação,  um texto contemporâneo de Mises, escrito uns meses antes no mesmo ano - Nation, History and Economy -, teve que esperar até 1983 para conhecer a sua primeira edição em inglês!

A tradução que se segue é de minha inteira responsabilidade bem como dos links e notas nele introduzidos.
Por Paul Gottfried
21 de Janeiro de 2014

Sonambulismo suicida (Sleepwak to Suicide)

Talvez nenhuma outra guerra tenha sido abordada de forma mais tendenciosa e, nas últimas décadas, mais inadequada, que a Primeira Guerra Mundial. Desde os anos 60 que se fixou uma visão deste conflito nos círculos académicos e jornalísticos que coloca a culpa de modo quase exclusivo num dos lados. O governo alemão, liderado por um perverso e autoritário imperador e seu belicoso estado-maior, desencadeou um combate que custou mais de 30 milhões de vidas e uma destruição incalculável no continente europeu.

Segundo o académico Fritz Fischer - que se tornou o favorito da esquerda alemã, apesar do seu passado de leal Nazi - a guerra foi planeada e iniciada por uma Alemanha empenhada em dominar o mundo. A contribuição dos outros beligerantes para o iniciar das hostilidades em 1914, sugere Fischer no seu livro de 1961, Germany’s Bid for World Power[1], foi inconsequente. O resto da Europa foi arrastado para uma luta que a Alemanha havia planeado durante décadas, uma conflagração iniciada pela sua classe dirigente antidemocrática e por um povo alegremente ultra-nacionalista.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O reverso da ficção

Vai-se instalando a ideia de que a crise de 2008 modificou a paisagem financeira e económica internacional. É um facto que, nessa data, o sistema financeiro foi impedido de cair no abismo. Também é indisputável que, desde então, se criaram condições para a implementação de políticas monetárias radicais. Mas tudo isto teve origem em 2008? Não marcará – 2008 – apenas o acentuar da dimensão dos problemas? A situação actual - difícil e complexa - tem a sua causa em 2008? Ou nas medidas para a sua correcção?

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Grande Guerra 1914-1918 – Algumas notas e fragmentos (IV)

Paul Gottfried
No seguimento dos artigos sobre a 1ª Grande Guerra, propomos a audição de uma pequena entrevista sobre o tema levada a cabo por Tom Woods. O entrevistado (imagem à esq.) discute teses historiográficas, explorando, crítica e humoristicamente, a visão da maldade moral dos alemães. Paul Gottfried é Presidente do The Mencken Club. Aproximadamente trinta minutos bem investidos (aqui).

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Grande Guerra 1914-1918 – vista pelo convidado Floribundus

Tendo acedido, muito amavelmente, ao convite que lhe endereçámos, a seguir se publica o contributo do nosso leitor Floribundus, co-autor de um magnífico blogue, sobre o tema da I Grande Guerra:


Antecedentes, factos e consequências sociais e políticas da I Guerra Mundial

Antecedentes ou avanço turco na Europa

Otman unificou os mongóis da Anatólia no séc. XIII. Os turcos otomanos atravessaram os estreitos e entraram na Europa em 1346 para empreender uma guerra santa (jihad).

Os guerreiros do sultão Murad I derrotaram os sérvios em Pristina (1389), na região do Kosovo ("Kos", melro). Para facilitar o domínio, trouxeram albaneses (walshs) islamizados. Os kosovares permaneceram vassalos do Islão até 1871. A Sérvia só integrou o Kosovo em 1878. A luta anti-turca, iniciada em 1912, pôs fim ao jugo turco.

O primeiro cerco de Constantinopla, por Bajazé I, ocorreu no ano de 1391. Os romenos foram derrotados na batalha de Rovine em 1394; as zonas da Transilvânia, Valáquia e Moldávia passaram a pagar tributo ao sultão. Na batalha de Tarnovo (1395), os turcos desbarataram os Búlgaros; seguiu-se Nicopolis no ano seguinte.

Durante o cerco de Belgrado (1456), o Papa Calisto III pediu orações. Memed II retirou. O imperador de Constantinopla recebeu ajuda do mercenário genovês Giovanni Giustiniani, mas Memed conseguiu apoderar-se da cidade (1456). Os turcos tomaram a ilha de Lesbos em 1462. Aflita, a República de Veneza envia, em 1479, Gentile Bellini para executar o retrato do sultão. Após um cerco de 2 meses e com um exército de 90 mil homens, o sultão Memet IV tomou a cidade de Otranto (1480), no sul de Itália.

Giovanni da Capistrano defendeu Belgrado (1521) mas a capital da Sérvia acabou nas mãos dos turcos. O italiano tem monumento no Stephensdom, em Viena. Luís II da Hungria e Boémia saiu derrotado da batalha de Mohacs (1526) contra Soleimão I.

Soleimão I (Wikipedia)
1º cerco de Viena, de 27 de Setembro a 15 de Dezembro de 1529, por Soleimão I (1494-1566), o Magnífico, sultão da Turquia e califa do Islão, o qual decidiu atacar o Imperador Ferdinand pela disputa da Hungria. Dirigiram a defesa de Viena Wilhelm von Roggendorf e o mercenário alemão, conde Niklas Salm; o grão-vizir Kara Mustafá Paxá viu-se obrigado a retirar perante o auxílio externo atempado.

Afirmava Martinho Lutero (1483-1546), indica Thomas F. Madden em Crusades[1], que os turcos eram castigo de Deus contra os pecados dos cristãos, como escreveu em "Da guerra com os turcos"[2]. Quando Soleimão cercou Viena, dele disse que era o seu primeiro grande erro.

A resistência veneziana de 1665-1669 terminou com a entrega da ilha de Cândia (Creta) aos turcos. A Sagrada Liga venceu a batalha naval de Lepanto (1571) para permitir algum desafogo na navegação mediterrânica.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Grande Guerra 1914-1918 – Algumas notas e fragmentos (III)

Dando prosseguimento aos propósitos aqui enunciados, com o post de hoje pretende-se ilustrar alguns dos aspectos que concorrem para o que nos sugere ser a justeza da caracterização da I Guerra Mundial como um verdadeiro "ponto de viragem" (o Turning Point que Ralph Raico escolheu como título do primeiro ensaio do seu excelente Great Wars & Great Leaders).

Para o efeito, pareceu-nos oportuno convocar (parte de) um texto de Murray Rothbard onde se aborda o conceito de "guerra justa". Na sua opinião, e pelo menos do ponto de vista dos americanos, a Grande Guerra (ou a II Guerra Mundial, para o efeito) não cabe entre o que eram agora "nações em armas" e onde passou a ser um dever absoluto servir o estado. Ainda que se contemple a e(in)volução verificada no direito internacional que irá dar cobertura ao conceito da "guerra total" (eufemismo para designar a inclusão dos civis no catálogo dos alvos de guerra "legítimos"), é difícil deixar de inferir pela elevação desse dever de servir o estado como um supremo sacrifício. Ao invés, na "velha ordem", Voltaire observava: "Os povos são indiferentes às guerras dos seus senhores", fossem estes num dia da casa dos Bourbons quando noutro eram súbditos dos Habsburgos (ou vice-versa, em resultado do sucessivo pelejar). De seguida, Rothbard passa em revista as doutrinas wilsonianas da "segurança colectiva", da "emancipação dos povos" e da auto-atribuída missão messiânica de transportar a "democracia" às quatro partidas do mundo. Pela força das armas, se necessário fosse (como já se tinha entrevisto na guerra hispano-americana de 1898 e nas "sequelas" da guerra de guerrilha nas Filipinas). Este é um corpo doutrinário que permanece nos dias de hoje tal como sucedeu nas intervenções, então contemporâneas, a que Rothbard alude (Bósnia e Somália). No seu conjunto, estas são razões bastantes para asseverar que a GG terá sido o maior desastre da humanidade.

A tradução que se segue, da minha responsabilidade, corresponde sensivelmente ao primeiro terço do ensaio de Rothbard (a partir das notas que preparou para uma palestra que proferiu (em audio, aqui) numa conferência que decorreu entre 20 e 22 de Maio de 1994, que viria a ser incluída neste livro). Todas as imagens e ligações inseridas são igualmente da minha única responsabilidade. O mesmo se diga quanto às anotações introduzidas.
Por Murray N. Rothbard (1926-1995)

Grande parte da teoria do "Direito Internacional clássico", desenvolvida pela escolástica católica, nomeadamente pelos escolásticos espanhóis do século XVI como Vitoria e Suarez, seguidos depois pelo escolástico protestante holandês Grócio e por juristas dos séculos XVIII e XIX, consistiu numa explanação dos critérios definidores do que seria uma guerra justa. Porque a guerra, ao implicar a prática do grave acto de matar, tem de ser justificada.

A minha própria perspectiva sobre a guerra pode ser enunciada de uma forma simples: existe uma guerra justa quando um povo tenta repelir a ameaça de dominação pela força por parte de um outro povo ou derrubar uma dominação já existente. A guerra é injusta, por outro lado, quando um povo tenta impor a sua dominação sobre outro povo, ou tenta manter uma pré-existente dominação coerciva sobre outrem.

Murray Rothbard
Durante a minha vida, o meu activismo político e ideológico concentrou-se na oposição às guerras da América. Em primeiro lugar, porque acreditei ter sido injusto o seu fomento, e, em segundo lugar, porque a guerra, nas penetrantes palavras do libertário Randolph Bourne, redigidas durante a I Guerra Mundial, sempre foi "a saúde do Estado", um instrumento para o engrandecimento do poder do Estado sobre a saúde, as vidas, e a prosperidade dos seus cidadãos-súbditos e instituições sociais. A participação numa guerra, ainda que justa, é uma decisão que não pode ser tomada de forma leviana; uma participação numa guerra injusta deve, por consequência, ser considerada um anátema.

Houve apenas duas guerras na história americana que foram, na minha opinião, segura e inquestionavelmente correctas e justas; e não apenas isso já que o lado oposto travou uma guerra que foi clara e particularmente injusta. Porquê? Porque não tivemos que nos questionar se uma ameaça à nossa liberdade e à nossa propriedade era clara ou estava presente; em ambas as guerras, os americanos tentavam livrar-se da dominação indesejada de outro povo. E em ambos os casos, o outro lado tentou, de uma forma feroz, manter o domínio sobre os americanos através da força. Em ambos os casos, um lado - o "nosso lado", se quiserem - era particularmente justo, enquanto o outro lado - o "lado deles" - era injusto.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

A Grande Guerra 1914-1918 – Algumas notas e fragmentos (II)

"Uma análise da história dos conflitos militares dos últimos dois séculos revela, claramente, que muitas guerras com efeitos devastadores para a humanidade poderiam ter sido prevenidas, ou seriam menos nocivas, não fosse a crescente influência dos estados na definição de políticas monetárias, em particular a sua influência e controlo da expansão do crédito e da criação de moeda. De facto, os governos têm escondido o verdadeiro custo destes conflitos dos seus cidadãos, usando procedimentos inflacionários para o seu financiamento. Que, ao abrigo da emergência militar, os tem deixado impunes. Por conseguinte, podemos afirmar com segurança que a inflação alimentou as guerras."

Jesús Huerta de Soto (2009), "Money, Bank Credit and Economic Cycles" (pp. 758, 759)