sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
Radar
A mão extensa e sombria do poder chinês nota-se em muitas das suas iniciativas, desde a sua política expansionista (veja-se a Belt and Road Initiative), até à espionagem industrial, económica e intelectual. Mas também na mãozinha que dá aos seus amigos.
Há sempre mais um degrau para descer. Ao inferno.
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
sábado, 27 de outubro de 2018
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Master Class - Grant Williams
"Os mercados, como a natureza, necessitam de predadores"
O vídeo que hoje aqui partilhamos corresponde a uma acção promocional do canal Real Vision. É a apresentação de uma intervenção de um dos seus fundadores - Grant Williams - numa conferência que ocorreu no passado dia 1 de Outubro. A apresentação é dedicada à história do papel do ouro nos sistemas económicos, mas especialmente às interpretações que, do seu papel e natureza, fizeram personagens historicamente relevantes. Evidenciando, com muita clareza, as consequências dessas interpretações para os mercados e para os cidadãos.
A história de "Pedro e o lobo" serve aqui para mostrar, em sentido auto-crítico, que a repetição dos avisos representa a descredibilização de "Pedro". Mas também demonstra a seriedade dessa descredibilização quando todos são confrontados com as reais consequências dos acontecimentos.
De especial nota as citações seleccionadas de Alan Greenspan, agora com a apresentação das consequências das políticas que ele iniciou e que outros têm levado a níveis inimagináveis.
Ainda hoje me causa estupefacção a mudança por que passou Greenspan, relembrar o que decidiu como governador da FED tendo por referência as suas ideias que já eram públicas nos anos sessenta - relativamente ao papel do ouro, por exemplo - é algo de incompreensível. E, caso se contemplem as suas mais recentes intervenções (que recuperam o sentido das suas ideias originais), a estupefacção é ainda maior.
Que a imprensa (especializada ou não, valem o mesmo para o caso) nada faça para o questionar quanto a estas mudanças é bem a medida da farsa que vivemos.
Assista-se e discutam-se visões e cenários para o futuro.
Próximo?
O vídeo que hoje aqui partilhamos corresponde a uma acção promocional do canal Real Vision. É a apresentação de uma intervenção de um dos seus fundadores - Grant Williams - numa conferência que ocorreu no passado dia 1 de Outubro. A apresentação é dedicada à história do papel do ouro nos sistemas económicos, mas especialmente às interpretações que, do seu papel e natureza, fizeram personagens historicamente relevantes. Evidenciando, com muita clareza, as consequências dessas interpretações para os mercados e para os cidadãos.
A história de "Pedro e o lobo" serve aqui para mostrar, em sentido auto-crítico, que a repetição dos avisos representa a descredibilização de "Pedro". Mas também demonstra a seriedade dessa descredibilização quando todos são confrontados com as reais consequências dos acontecimentos.
De especial nota as citações seleccionadas de Alan Greenspan, agora com a apresentação das consequências das políticas que ele iniciou e que outros têm levado a níveis inimagináveis.
Ainda hoje me causa estupefacção a mudança por que passou Greenspan, relembrar o que decidiu como governador da FED tendo por referência as suas ideias que já eram públicas nos anos sessenta - relativamente ao papel do ouro, por exemplo - é algo de incompreensível. E, caso se contemplem as suas mais recentes intervenções (que recuperam o sentido das suas ideias originais), a estupefacção é ainda maior.
Que a imprensa (especializada ou não, valem o mesmo para o caso) nada faça para o questionar quanto a estas mudanças é bem a medida da farsa que vivemos.
Ver Aqui |
Assista-se e discutam-se visões e cenários para o futuro.
Próximo?
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
domingo, 30 de setembro de 2018
sábado, 22 de setembro de 2018
Radar
Os bancos centrais assumiram, no primeiro semestre deste ano uma postura muito activa na reorganização das suas reservas, especialmente mostrando-se compradores de ouro.
Aqui
A estratégia de diversificação deverá ser uma estratégia exclusiva dos bancos centrais?
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Populismo, o que é? De onde pode vir?
"O crescimento da economia não é sinónimo da melhoria das condições de vida"
Muito se tem tentado discutir e analisar acerca do que é o populismo e quais são as suas origens. Esta tendência agudizou-se com a eleição de Trump. Considero que a este facto se tem juntado o aumento do ruído na análise, o que também não é novidade.
A escolha do vídeo de hoje visa evidenciar uma das razões (se não a principal) para a eleição de políticos como Trump, Salvini ou Macron por esse mundo fora no momento presente. A entrevista é conduzida por Charlie Rose a James Goldsmith e inclui uma troca de argumentos com uma tecnocrata da administração de Clinton (presidente os EUA à altura).
Não nos interessam aqui as considerações pessoais (quem é fulano, o que fez e por aí fora), antes considerar a capacidade de antever certos resultados económicos, sociais ou políticos. Bem como assinalar a natureza da distorção da análise ao fenómeno do "populismo". A discussão (o ruído) que se faz, julgo, evita olhar as causas políticas e económicas que mobilizam os eleitorados. O que só pode ser intencional. A constante desvalorização de certas vozes que antecipam certos resultados (tão certeiros afinal!) só pode ser intencional.
Que bom que seria ter hoje a mesma tecnocrata a analisar as dinâmicas económicas, financeiras e sociais dos últimos vinte anos, depois desta troca de pontos de vista.
Seremos capazes de seguir a argumentação de Goldsmith, dos seus pressupostos às suas consequências? Serão assim tão difícil de reconhecer algumas (se não as mais importantes) raízes do discurso de alguns políticos (a que se chama populista) e da resposta (esperada e injusta, aliás) dos curadores de serviço? Seremos capazes de reconhecer o desenvolvimento das políticas dos últimos trinta anos, das suas consequências? Reconhecemos quem lucra com este estado de coisas?
Considerem-se também as visões do entrevistado relativamente ao projecto europeu, das suas instituições e políticas. Pese-se a qualidade, a acutilância e a profundidade das suas observações.
Quantos, como Goldsmith, poderia esperar estar tão certo tantos anos depois?
Boas reflexões.
Muito se tem tentado discutir e analisar acerca do que é o populismo e quais são as suas origens. Esta tendência agudizou-se com a eleição de Trump. Considero que a este facto se tem juntado o aumento do ruído na análise, o que também não é novidade.
A escolha do vídeo de hoje visa evidenciar uma das razões (se não a principal) para a eleição de políticos como Trump, Salvini ou Macron por esse mundo fora no momento presente. A entrevista é conduzida por Charlie Rose a James Goldsmith e inclui uma troca de argumentos com uma tecnocrata da administração de Clinton (presidente os EUA à altura).
Não nos interessam aqui as considerações pessoais (quem é fulano, o que fez e por aí fora), antes considerar a capacidade de antever certos resultados económicos, sociais ou políticos. Bem como assinalar a natureza da distorção da análise ao fenómeno do "populismo". A discussão (o ruído) que se faz, julgo, evita olhar as causas políticas e económicas que mobilizam os eleitorados. O que só pode ser intencional. A constante desvalorização de certas vozes que antecipam certos resultados (tão certeiros afinal!) só pode ser intencional.
Que bom que seria ter hoje a mesma tecnocrata a analisar as dinâmicas económicas, financeiras e sociais dos últimos vinte anos, depois desta troca de pontos de vista.
Seremos capazes de seguir a argumentação de Goldsmith, dos seus pressupostos às suas consequências? Serão assim tão difícil de reconhecer algumas (se não as mais importantes) raízes do discurso de alguns políticos (a que se chama populista) e da resposta (esperada e injusta, aliás) dos curadores de serviço? Seremos capazes de reconhecer o desenvolvimento das políticas dos últimos trinta anos, das suas consequências? Reconhecemos quem lucra com este estado de coisas?
Considerem-se também as visões do entrevistado relativamente ao projecto europeu, das suas instituições e políticas. Pese-se a qualidade, a acutilância e a profundidade das suas observações.
Quantos, como Goldsmith, poderia esperar estar tão certo tantos anos depois?
Boas reflexões.
terça-feira, 11 de setembro de 2018
Delícias de uma noite de Verão
"As guerras e as dívidas dos estados sempre estiveram ligados"
O pequeno vídeo que partilhamos hoje ilustra a história dos mecanismos de que os estados dispõem para fazer a guerra. No caso, o vídeo apresenta, com detalhe, as ideias, os mecanismos e as estratégias que o Reino Unido colocou em prática para empurrar (ludibriar até) os cépticos a fazer parte do esforço de guerra, através da emissão de obrigações e da sua subscrição, relativamente à primeira guerra.
Note-se o modo como o governo geriu o processo de falência do compromisso em 1932, das manobras junto da imprensa para iludir a realidade e a qualidade do "produto tóxico" que o estado estava a oferecer ao mercado e aos investidores.
Veja-se também o período em que pôde durar tal mascarada - o empréstimo foi pago em 2015.
Atente-se no papel intenso da propaganda (até nos restaurantes de fazia campanha para a conversão das condições do empréstimo) e - atenção - o apelo ao patriotismo. Alguém nota semelhanças?
Estas mentes brilhantes - são tantas e por tanto tempo - não hesitam em socorrer-se da manipulação e da mentira para fazer as pessoas e os mercados a participar destas trapaças.
Por que razão tal estratégias serão necessárias?
Importa pensar que mecanismos se foram desenvolvendo para fazer face aos compromissos posteriores (da Iª Grande Guerra em diante). Desconfio que serão ainda mais subtis e suportados por manobras de manipulação mais insidiosas. Desconfio, sim.
O pequeno vídeo que partilhamos hoje ilustra a história dos mecanismos de que os estados dispõem para fazer a guerra. No caso, o vídeo apresenta, com detalhe, as ideias, os mecanismos e as estratégias que o Reino Unido colocou em prática para empurrar (ludibriar até) os cépticos a fazer parte do esforço de guerra, através da emissão de obrigações e da sua subscrição, relativamente à primeira guerra.
Note-se o modo como o governo geriu o processo de falência do compromisso em 1932, das manobras junto da imprensa para iludir a realidade e a qualidade do "produto tóxico" que o estado estava a oferecer ao mercado e aos investidores.
Veja-se também o período em que pôde durar tal mascarada - o empréstimo foi pago em 2015.
Atente-se no papel intenso da propaganda (até nos restaurantes de fazia campanha para a conversão das condições do empréstimo) e - atenção - o apelo ao patriotismo. Alguém nota semelhanças?
Estas mentes brilhantes - são tantas e por tanto tempo - não hesitam em socorrer-se da manipulação e da mentira para fazer as pessoas e os mercados a participar destas trapaças.
Por que razão tal estratégias serão necessárias?
Importa pensar que mecanismos se foram desenvolvendo para fazer face aos compromissos posteriores (da Iª Grande Guerra em diante). Desconfio que serão ainda mais subtis e suportados por manobras de manipulação mais insidiosas. Desconfio, sim.
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Citação do Dia (205)
"Há um temor errante no coração do homem de hoje e que ele depositou no mais fundo da sua consciência; todavia, como um fumo ele se evade, como um hálito fino como a luz, ele pretende subir à superfície. É um temor que sobrevive a toda a justiça feita, a toda a voz propagada; dissolve o pensamento mais provado, transforma a acção mais firmemente conduzida, para atravessar intacto até ao carácter mais implacável. Aquele que percebeu uma vez o temor, mover-se nessa região de trevas que todo o homem transporta em si próprio, nunca mais deixa de o reconhecer em todos os passos da sua vida. Nunca mais medita, escreve, contacta com os amigos, desfia ou tece intrigas, viaja, regressa, atraiçoa ou convence, sem ter esse companheiro resoluto e suave pousado na sua orelha direita, no contorno do seu dedo indicador, na pálpebra fechada, no lábio pronto a falar. Uma vez pressentido o temor, o homem precipita-se na sua autêntica condição com uma vocação tão ardente que o mundo a que se adaptou se desintegra e a realidade o assalta como algo de dinâmico e que se inicia pela primeira vez.
Alheio à significação do espaço como paisagem, se não como propriedade, desviado do ciclo elementar da vida com os seus acasos e períodos detalhados, habituado a dispor da distância, da imagem e do segredo, o homem encontra-se agora mais incapaz de compreender o temor. E, ao eliminar a dificuldade, ampliou também o domínio do temor; ao desprevenir-se dos seus azares, fez-se, ao mesmo tempo, campo de atracção duma cabala fulminante.
Assim, o traumatismo do temor atinge proporções prodigiosas numa colectividade que, por exemplo, se organizou em moldes rigorosos para destruir erros e defender direitos que ninguém se ocuparia em contestar numa sociedade natural. Mas, quanto mais uma actividade substitui uma fé, mais essa actividade, por legal e razoável que seja, está sujeita a ser vítima duma desintegração que só a interferência do temor explica. O que primeiro parecia um privilégio acabrunha como um castigo, o que se praticou como lei toma a aparência de sevícia. O homem vê-se naufragado do seu próprio movimento, não controla mais nem a razão, nem os sentimentos. Perplexo na sua realidade, ele depara com a face terrível, e no entanto salvadora do temor."
Agustina Bessa-Luís, "O Ramo de Ouro" in Ensaios e Artigos (1951-2007), FCG.
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
terça-feira, 7 de agosto de 2018
Delícias de uma noite de Verão
"Contra o totalitarismo das maiorias e do politicamente correto"
Está fresco de dois dias o episódio por que passaram Stefan Molyneaux e Lauren Southern na Nova Zelândia. Ambos iniciaram uma digressão mundial de encontros em várias cidades para promover as suas ideias, pondo-as à prova em frente de um público. Depois de terem estado na Austrália, deslocavam-se para a Nova Zelândia, onde o próximo evento já estava esgotado. No entanto, a trupe do politicamente correto (armada com a força mais descarada e ilegítima) conseguiu impedir a realização desse evento.
Mas que evento seria esse que levou (vejam bem o alcance da loucura) o primeiro ministro a pronunciar-se, justificando o cancelamento de um evento que celebra a liberdade de expressão?
Os promotores possuem uma carreira na internet na promoção e discussão das contradições do politicamente correcto, bem como da promoção dos valores da Liberdade e da Justiça. O que decidiram fazer foi concretizar esse seu trabalho indo aos diferentes destinos dos seus ouvintes e, olhos nos olhos, discutir e testar as suas ideias. Ir ao terreno, falar com as pessoas e, com elas, comparar pontos de vista. De modo civilizado. Exercendo a liberdade de expressão.
Até recentemente isso era de uma elevação moral inatacável, certo?
Parece que o é cada vez menos. E ainda haverá quem se surpreenda.
Sem mais demoras, os dois vídeos que hoje se propõem dizem respeito a duas entrevistas que ambos fizeram a duas estações de televisão. No primeiro caso, a entrevista ocorre antes do evento programado para a Nova Zelândia e a segunda depois do lamentável episódio de censura.
Para além dos detalhes que Molyneaux partilha (noutro local) acerca das atrocidades por que passou a sua equipa na Nova Zelândia e que são o espelho da degradação a que se está a chegar nas sociedades ocidentais, os dois vídeos focam-se no penoso (mas fundamental) exercício de evidência do grau de preconceito e distorção que graça pelos meios de comunicação convencionais. E atenção os vídeos não são editados por Stefan ou por Lauren, são as entrevistas elas mesmas. Sem filtro. O espectador atento poderá, depois de pasmar, detectar o mal que graça nestes meios.
Aqui interessa-nos mais destacar o obscuro exercício do poder não legitimado que os meios de comunicação convencionais exercem nas respectivas sociedades. Na promoção de certas ideias (e perseguição insidiosa de outras!) e de certas visões do mundo que - simplificando - distorcem a verdade histórica e não têm qualquer preocupação com a coerência filosófica.
Nem tão pouco com os valores centrais da tradição Ocidental, de que estranhamente estas entidades se reclamam.
Estaremos atentos ao que, por baixo, está a ganhar temperatura e pressão? Mesmo?
Saudações aos nossos Leitores.
Está fresco de dois dias o episódio por que passaram Stefan Molyneaux e Lauren Southern na Nova Zelândia. Ambos iniciaram uma digressão mundial de encontros em várias cidades para promover as suas ideias, pondo-as à prova em frente de um público. Depois de terem estado na Austrália, deslocavam-se para a Nova Zelândia, onde o próximo evento já estava esgotado. No entanto, a trupe do politicamente correto (armada com a força mais descarada e ilegítima) conseguiu impedir a realização desse evento.
Mas que evento seria esse que levou (vejam bem o alcance da loucura) o primeiro ministro a pronunciar-se, justificando o cancelamento de um evento que celebra a liberdade de expressão?
Os promotores possuem uma carreira na internet na promoção e discussão das contradições do politicamente correcto, bem como da promoção dos valores da Liberdade e da Justiça. O que decidiram fazer foi concretizar esse seu trabalho indo aos diferentes destinos dos seus ouvintes e, olhos nos olhos, discutir e testar as suas ideias. Ir ao terreno, falar com as pessoas e, com elas, comparar pontos de vista. De modo civilizado. Exercendo a liberdade de expressão.
Até recentemente isso era de uma elevação moral inatacável, certo?
Parece que o é cada vez menos. E ainda haverá quem se surpreenda.
Sem mais demoras, os dois vídeos que hoje se propõem dizem respeito a duas entrevistas que ambos fizeram a duas estações de televisão. No primeiro caso, a entrevista ocorre antes do evento programado para a Nova Zelândia e a segunda depois do lamentável episódio de censura.
Para além dos detalhes que Molyneaux partilha (noutro local) acerca das atrocidades por que passou a sua equipa na Nova Zelândia e que são o espelho da degradação a que se está a chegar nas sociedades ocidentais, os dois vídeos focam-se no penoso (mas fundamental) exercício de evidência do grau de preconceito e distorção que graça pelos meios de comunicação convencionais. E atenção os vídeos não são editados por Stefan ou por Lauren, são as entrevistas elas mesmas. Sem filtro. O espectador atento poderá, depois de pasmar, detectar o mal que graça nestes meios.
Aqui interessa-nos mais destacar o obscuro exercício do poder não legitimado que os meios de comunicação convencionais exercem nas respectivas sociedades. Na promoção de certas ideias (e perseguição insidiosa de outras!) e de certas visões do mundo que - simplificando - distorcem a verdade histórica e não têm qualquer preocupação com a coerência filosófica.
Nem tão pouco com os valores centrais da tradição Ocidental, de que estranhamente estas entidades se reclamam.
Estaremos atentos ao que, por baixo, está a ganhar temperatura e pressão? Mesmo?
Saudações aos nossos Leitores.
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
Citação do Dia (204)
"As minhas posições políticas inclinam-se cada vez mais para a Anarquia (filosoficamente compreendida, isto é, a abolição de qualquer controlo e não o anarquismo de homens barbudos a lançar bombas). Ou então para uma Monarquia sem fundamento constitucional. Eu prenderia qualquer pessoa que usasse a palavra Estado (em qualquer sentido que não fosse a referência abstracta à Inglaterra e aos seus habitantes, uma coisa que não tem poderes, direitos ou consciência).(...) Se pudéssemos regressar a usar nomes pessoais, isso faria muito bem. Governo é um substantivo abstracto que significa o processo de governo e deveria ser uma ofensa escrevê-la com letra maiúscula ou usá-la na referência ao povo.
Se as pessoas criassem o hábito de se referirem aos ´conselheiros do Rei Jorge, ou o Winston e o seu grupo`, isso faria maravilhas pelo clarificar do raciocínio e reduziria a assustadora vitória do ´poder dos Outros`. "
J.R. Tolkien, "Letter to Christopher Tolkien, 29 November 1934"
quinta-feira, 26 de julho de 2018
terça-feira, 17 de julho de 2018
Radar
Não é necessário (de todo!) ser defensor de Trump ou ter pelas suas ideias e conduta qualquer simpatia para reconhecer que se ele faz "mexer as entranhas" de quem opera por detrás das cortinas desta maneira, alguma coisa haverá de estar a mudar. Vejam-se as declarações públicas de um ex-responsável de topo da CIA e perceba-se onde está Trump a mexer. Efectivamente.
Sério. muito sério. E os media a fazer o seu papel (aqui).
sábado, 14 de julho de 2018
Rápida Master Class
"As três teorias acerca do sector bancário"
Já por aqui demos conta de um magnífico estudo/documentário conduzido por Richard Werner (Príncipes do Yen) e encontrámos mais um belo documento deste autor, onde se procede à rápida exposição e análise do "negócio" (notem-se as aspas) bancário nas nossas economias. A apresentação dura cerca de quinze minutos e é elucidativa.
Alguns dos pontos fortes da apresentação são os seguintes:
- o sector bancário e a sua história mostram o carácter, simultaneamente, excepcional e perverso de uma ideologia política;
- não há consciência social da natureza das relações que julgamos estabelecer com as instituições bancárias e financeiras;
- se os governos quisessem - verdadeiramente - resolver alguns problemas, as soluções são conhecidas;
- centralização e descentralização das decisões financeiras;
- importa partilhar visões alternativas acerca das potencialidades destas instituições;
- o crédito e a moeda;
- o risco moral - dimensões política, monetária e social.
Pode assistir-se ao período de perguntas e respostas com os intervenientes na sessão (aqui).
Boas reflexões e bom fim-de-semana.
Já por aqui demos conta de um magnífico estudo/documentário conduzido por Richard Werner (Príncipes do Yen) e encontrámos mais um belo documento deste autor, onde se procede à rápida exposição e análise do "negócio" (notem-se as aspas) bancário nas nossas economias. A apresentação dura cerca de quinze minutos e é elucidativa.
Alguns dos pontos fortes da apresentação são os seguintes:
- o sector bancário e a sua história mostram o carácter, simultaneamente, excepcional e perverso de uma ideologia política;
- não há consciência social da natureza das relações que julgamos estabelecer com as instituições bancárias e financeiras;
- se os governos quisessem - verdadeiramente - resolver alguns problemas, as soluções são conhecidas;
- centralização e descentralização das decisões financeiras;
- importa partilhar visões alternativas acerca das potencialidades destas instituições;
- o crédito e a moeda;
- o risco moral - dimensões política, monetária e social.
Pode assistir-se ao período de perguntas e respostas com os intervenientes na sessão (aqui).
Boas reflexões e bom fim-de-semana.
segunda-feira, 9 de julho de 2018
Delícias de uma noite de Verão
"Tão certa quanto a Primavera e a fraqueza no Homem"
Há muito que não partilhávamos com os leitores uma entrada aqui no Espectador Interessado.
Será o tema da fraude - monetária e regulatória - bom tema de conversa para uma noite de Verão envergonhado? Julgamos que sim. E a naturalidade, o conhecimento e a simplicidade dos dois intervenientes um incentivo irresistível.
A fraude é tão natural quanto o risco moral que acompanha a acção dos agentes do sistema democrático actual. Especialmente na idade dourada dos bancos centrais, dos seus sábios técnicos e das capturas regulatórias.
Boas leituras e, muito importante, frutuosas conversas.
Há muito que não partilhávamos com os leitores uma entrada aqui no Espectador Interessado.
Será o tema da fraude - monetária e regulatória - bom tema de conversa para uma noite de Verão envergonhado? Julgamos que sim. E a naturalidade, o conhecimento e a simplicidade dos dois intervenientes um incentivo irresistível.
Fonte |
Fonte |
A fraude é tão natural quanto o risco moral que acompanha a acção dos agentes do sistema democrático actual. Especialmente na idade dourada dos bancos centrais, dos seus sábios técnicos e das capturas regulatórias.
Boas leituras e, muito importante, frutuosas conversas.
sábado, 16 de junho de 2018
quinta-feira, 31 de maio de 2018
Introdução ao condicionamento do pensamento
"A esquerda soube tomar conta das universidades"
Nesta primeira parte da entrevista, Niall Ferguson apresenta um pouco do que passou ao longo do seu percurso académico.
Descontando a vaidade (escondida de falsa modéstia) com que partilha este relatos, Ferguson apresenta com clareza a manobra de ocupação e domínio da produção e construção do conhecimento que ocorre há décadas. Não é novidade, já sabemos.
O fenómeno está apenas a tornar-se comum, mais popular. E parece que mais aceite. É isso que precisamente mais assusta.
Para enquadramento conceptual deste problema, e salvaguardadas as referências históricas (mais ou menos directas), remetemos os leitores para "Verdade e Política" de Hannah Arendt (segue, de imediato, para a recomendação de leitura aqui do blogue). Nesta obra, a autora mostra como os mentirosos que se enganam a si mesmos (aqui sugerimos o paralelo com os "intelectuais" que povoam as universidades) que, não obstante as catastróficas consequências para a compreensão crítica da realidade, são reconhecidos como credíveis e olhados com condescendência e compreensão por parte da opinião pública.
Não podemos recomendar mais a leitura de Arendt para vislumbrar o mecanismo de todo este entorse perceptivo. É que, quanto maior a dimensão do embuste, maior a credibilidade que estes "intelectuais" (também podem ser políticos) arrecadam das massas. A inteligência de toda a manobra reside mesmo aqui.
Alguns dos pontos mais importantes da entrevista são:
- a perseguição e condicionamento dos departamentos universitários;
- digressão histórica da manobra de assalto das universidades e do pensamento por parte da esquerda;
- a natureza do ambiente intelectual (endogamia) nas mais reputadas universidades;
- a manobra clássica de assassinato de carácter do revisionista;
- movimentos alternativos de expressão de ideias diferentes.
Se a perseguição intelectual é aqui apresentada por um historiador (caracteriza-se a si próprio como não sendo conservador) institucional, imagine-se aquilo por que passou Murray Rothbard (e passam tantos outros) que assumiu uma postura claramente revisionista, partindo inclusivamente de uma posição filosófica em total oposição ao pensamento dominante. O que não parece ser o caso de Ferguson.
E ainda há quem pense que vivemos em sociedades livres...
Boas reflexões e bom fim de semana.
Nesta primeira parte da entrevista, Niall Ferguson apresenta um pouco do que passou ao longo do seu percurso académico.
Descontando a vaidade (escondida de falsa modéstia) com que partilha este relatos, Ferguson apresenta com clareza a manobra de ocupação e domínio da produção e construção do conhecimento que ocorre há décadas. Não é novidade, já sabemos.
O fenómeno está apenas a tornar-se comum, mais popular. E parece que mais aceite. É isso que precisamente mais assusta.
Para enquadramento conceptual deste problema, e salvaguardadas as referências históricas (mais ou menos directas), remetemos os leitores para "Verdade e Política" de Hannah Arendt (segue, de imediato, para a recomendação de leitura aqui do blogue). Nesta obra, a autora mostra como os mentirosos que se enganam a si mesmos (aqui sugerimos o paralelo com os "intelectuais" que povoam as universidades) que, não obstante as catastróficas consequências para a compreensão crítica da realidade, são reconhecidos como credíveis e olhados com condescendência e compreensão por parte da opinião pública.
Não podemos recomendar mais a leitura de Arendt para vislumbrar o mecanismo de todo este entorse perceptivo. É que, quanto maior a dimensão do embuste, maior a credibilidade que estes "intelectuais" (também podem ser políticos) arrecadam das massas. A inteligência de toda a manobra reside mesmo aqui.
Alguns dos pontos mais importantes da entrevista são:
- a perseguição e condicionamento dos departamentos universitários;
- digressão histórica da manobra de assalto das universidades e do pensamento por parte da esquerda;
- a natureza do ambiente intelectual (endogamia) nas mais reputadas universidades;
- a manobra clássica de assassinato de carácter do revisionista;
- movimentos alternativos de expressão de ideias diferentes.
Se a perseguição intelectual é aqui apresentada por um historiador (caracteriza-se a si próprio como não sendo conservador) institucional, imagine-se aquilo por que passou Murray Rothbard (e passam tantos outros) que assumiu uma postura claramente revisionista, partindo inclusivamente de uma posição filosófica em total oposição ao pensamento dominante. O que não parece ser o caso de Ferguson.
E ainda há quem pense que vivemos em sociedades livres...
Boas reflexões e bom fim de semana.
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Por cá? Futebolando.
Por cá, as "novelas desportivas" (e são várias!) ocupam a atenção. A manobra de condicionamento que envolve a selecção nacional de futebol também já começou.
Mas a realidade segue imparável.
A Argentina já pediu apoio (outra vez!) ao FMI. Será que a Turquia lhe segue o passo?
E que dizer dos tweets do sr. euro-ministro Centeno? Toda uma postura, um registo de linguagem... imperdível. Mas só para estômagos fortes.
Uma aldeia Potemkine, só pode. Quem virá a seguir?
sexta-feira, 4 de maio de 2018
Quantas cobras e quantos degraus?
"O futuro está repleto de degraus e de cobras"
Finalmente tivemos acesso à apresentação que Grant Williams fez na conferência que John Mauldin organiza todos os anos. Mais uma vez, Williams não desapontou. Seja a qualidade dos materiais que suportam a apresentação e as ideias partilhadas, seja o humor e a ironia que as acompanha. Esta apresentação mostra um pouco da qualidade do trabalho que Williams tem realizado no canal Real Vision.
Notem-se as inúmeras referências a anteriores oradores da mesma conferência a suportar cenários mais realistas (e sombrios) acerca da condição (e saúde) das economias à escala global, sejam desenvolvidas ou emergentes.
Alguns dos pontos fortes da apresentação são os seguintes:
- a relação entre as taxas de juro e os índices bolsistas;
- o impacto do corte de impostos de Trump na manobra de recompra de títulos e acções (potencia a ausência de um chão real para a economia);
- digressão histórica da acção da FED e dos seus responsáveis mais recentes (consequências para a saúde da economia);
- o actual dirigente da FED - Jerome Powell - parece ter intuído o beco em que a FED se encontra, bem como o atraso para uma possível antecipação da próxima recessão;
- a dimensão das dívidas soberanas - o fenómeno de "Japanização" das economias (perspectiva histórica);
- que saídas podem estar disponíveis para os investidores.
Boas reflexões e bom fim de semana.
Finalmente tivemos acesso à apresentação que Grant Williams fez na conferência que John Mauldin organiza todos os anos. Mais uma vez, Williams não desapontou. Seja a qualidade dos materiais que suportam a apresentação e as ideias partilhadas, seja o humor e a ironia que as acompanha. Esta apresentação mostra um pouco da qualidade do trabalho que Williams tem realizado no canal Real Vision.
Notem-se as inúmeras referências a anteriores oradores da mesma conferência a suportar cenários mais realistas (e sombrios) acerca da condição (e saúde) das economias à escala global, sejam desenvolvidas ou emergentes.
Alguns dos pontos fortes da apresentação são os seguintes:
- a relação entre as taxas de juro e os índices bolsistas;
- o impacto do corte de impostos de Trump na manobra de recompra de títulos e acções (potencia a ausência de um chão real para a economia);
- digressão histórica da acção da FED e dos seus responsáveis mais recentes (consequências para a saúde da economia);
- o actual dirigente da FED - Jerome Powell - parece ter intuído o beco em que a FED se encontra, bem como o atraso para uma possível antecipação da próxima recessão;
- a dimensão das dívidas soberanas - o fenómeno de "Japanização" das economias (perspectiva histórica);
- que saídas podem estar disponíveis para os investidores.
Boas reflexões e bom fim de semana.
sábado, 28 de abril de 2018
Vislumbre do Mal
"Então para si, só conta o lado moral da questão?"
Esta pequena pérola mostra em segundos o que, durante décadas, muitos evitam ver e outros tentam esconder. Evitar reconhecer as ramificações, as derivações e as esferas por onde se projectam o poder dos estados e de interesses especiais no seio dele (neste caso, claro, através dos meios de comunicação convencional) torna-se mais difícil. Deveria ser suficiente para promover uma "reacção popular" (notem-se as aspas) semelhante às que vamos assistindo globalmente acerca de questões de natureza e origem mais duvidosa.
Este vídeo é uma revelação da natureza de todo o sistema de poder. Em particular nos países que asseguram para si o estatuto de excepção no exercício do poder global, exibindo-se como paradigma de sociedades livres e justas.
Não reconhecer a extensão deste Mal é, só por si, participar dele.
Sem mais demoras, convidamos os leitores a ver o vídeo.
Esta pequena pérola mostra em segundos o que, durante décadas, muitos evitam ver e outros tentam esconder. Evitar reconhecer as ramificações, as derivações e as esferas por onde se projectam o poder dos estados e de interesses especiais no seio dele (neste caso, claro, através dos meios de comunicação convencional) torna-se mais difícil. Deveria ser suficiente para promover uma "reacção popular" (notem-se as aspas) semelhante às que vamos assistindo globalmente acerca de questões de natureza e origem mais duvidosa.
Este vídeo é uma revelação da natureza de todo o sistema de poder. Em particular nos países que asseguram para si o estatuto de excepção no exercício do poder global, exibindo-se como paradigma de sociedades livres e justas.
Não reconhecer a extensão deste Mal é, só por si, participar dele.
Sem mais demoras, convidamos os leitores a ver o vídeo.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
E a Primavera a começar
Uma tese que li (de Alex Gurevitch e através de subscrição) aponta para um cenário diferente do que as imagens sugerem. Mas a diferença é relativa ao tempo em que se desenrolam os principais episódios. Logo atrás da prosperidade vendida pelos meios convencionais, há razões para suspeitar que a recessão está já aí. Aliás, Gurevitch afirma que dar conta dela é já estar nela.
E o seu raciocínio parece simples: nos EUA, as taxas subirão um pouco mais face à volatilidade que os índices bolsistas vão revelando e aos medos inflacionistas. O que agravará a situação e, de seguida com o mesmo desplante, os magos decidirão baixar as taxas novamente.
Segundo o mesmo autor, a Zona Euro mostra sinais ainda mais preocupantes. E o ponto de partida é ainda mais crítico (o BCE ainda está no modo fácil, digamos).
Há algum tempo que vamos assinalando a "orientação das percepções" e os seus mecanismos, como aqui.
E a Primavera a começar.
segunda-feira, 16 de abril de 2018
quarta-feira, 11 de abril de 2018
A desvalorização do cão que ladra
À superfície, pelo menos, podemos ver um país comunista a dar "lições de economia" ao país que o senso comum associa a ideais capitalistas. Curioso.
Será por isso que se têm multiplicado outros episódios de "projecção de força"?
Será?
E que dizer do cão que ladra?
quarta-feira, 4 de abril de 2018
São círculos, senhor.
O novo truque, ou jogo de palavras, que o ministro das finanças sacou da manga é eficaz. Eficaz, pois o escrutínio dos argumentos que suportam o "racional" (notem-se as aspas) da justificação de que a carga fiscal dos portugueses não subiu está ausente. Grande excepção o artigo de Ricardo Arroja.
Só discordaria do título. Não é um cisma aquilo que, julgo, Arroja quer evidenciar. Aquilo que o artigo bem mostra é a natureza da acção e discurso políticos, no que toca a estas ou quaisquer outras matérias. E a dissimulação, o entorse e a manipulação têm lugar central naqueles domínios.
Para mim basta a simples simples constatação do seguinte:
Ainda que a argumentação de Centeno fosse consistente, o que espanta é a ausência da consciência (de muitos, pelos vistos) de que a massa salarial dos portugueses podendo aumentar, também pode, pelo contrário, diminuir. Efectivamente, essa é uma variável sensível e exposta a conjunturas, desempenhos e articulações muito complexas que ninguém está em condições de garantir.
De natureza diversa, a carga fiscal (uma constante), que por decreto se determina e pela força se impõe, tende a ser estrutural, duradoura e inflexível na sua aplicação.
Apenas este detalhe deveria ser suficiente para rejeitar mais este truque dos curadores de serviço. Muito aquém do conhecimento e acutilância que Arroja expõe no artigo que escreve, esta simples estupefacção que aqui se indicou, julgo, seria suficiente para mostrar o abuso na acção e no discurso políticos.
Não há muito se assinalou a circularidade destes truques. Mas essa é a natureza do jogo a que somos obrigados a assistir.
No lado de dentro do círculo. De fogo.
Só discordaria do título. Não é um cisma aquilo que, julgo, Arroja quer evidenciar. Aquilo que o artigo bem mostra é a natureza da acção e discurso políticos, no que toca a estas ou quaisquer outras matérias. E a dissimulação, o entorse e a manipulação têm lugar central naqueles domínios.
Para mim basta a simples simples constatação do seguinte:
Ainda que a argumentação de Centeno fosse consistente, o que espanta é a ausência da consciência (de muitos, pelos vistos) de que a massa salarial dos portugueses podendo aumentar, também pode, pelo contrário, diminuir. Efectivamente, essa é uma variável sensível e exposta a conjunturas, desempenhos e articulações muito complexas que ninguém está em condições de garantir.
De natureza diversa, a carga fiscal (uma constante), que por decreto se determina e pela força se impõe, tende a ser estrutural, duradoura e inflexível na sua aplicação.
Apenas este detalhe deveria ser suficiente para rejeitar mais este truque dos curadores de serviço. Muito aquém do conhecimento e acutilância que Arroja expõe no artigo que escreve, esta simples estupefacção que aqui se indicou, julgo, seria suficiente para mostrar o abuso na acção e no discurso políticos.
Não há muito se assinalou a circularidade destes truques. Mas essa é a natureza do jogo a que somos obrigados a assistir.
No lado de dentro do círculo. De fogo.
segunda-feira, 12 de março de 2018
No reino maravilhoso
Os deuses europeus falaram na semana passada. O discurso de Draghi foi, para dizer o mínimo, intrincado. Com sentidos apenas aparentes. Parece-me que se começa a pressentir mudanças necessárias nas políticas monetárias e financeiras, mas não parece haver espaço para as concretizar.
Acerca disto nada de substancial se diz ou analisa nos meios convencionais. Só o óbvio da catástrofe que prevê o centrão político europeu acerca dos resultados das eleições italianas.
Comprende-se. Falta espaço.
quinta-feira, 8 de março de 2018
Citação do dia (203)
"Ao autorizar que o governo interfira, desumana e implacavelmente, com todas as opiniões que possam existir, estamos a ceder o direito de interpretar o pensamento e a permitir a extracção de conclusões. Para dizê-lo mais directamente, significa abdicar da razão e do raciocínio, que seriam aquilo mesmo que deveria ser a base da oposição ao governo.
Isto é equivalente ao rápido estabelecimento do despotismo."
Benjamin Constant, "On freedom of thought"
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
Aquiles e a tartaruga
Diferentes velocidades. Diferentes riscos. Diferentes filosofias.
Fonte e contexto (com ligação para relatório de fundo de investimento) - aqui.
Acrescente-se este dado: a libra inglesa tem desvalorizado 11,5% por ano face ao ouro desde 2003.
Cada um julga por si.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Para lá do contraplacado
Depois das "boas notícias" aos bons alunos e da soberba dos políticos nacionais, a realidade mostra-se bem mais difícil de domesticar. Por maior que seja a carga de napalm-liquidez que se largue do computador do BCE.
"Adoramos o cheiro da intervenção pela manhã."
Saberemos o que está para lá do contraplacado?
sábado, 17 de fevereiro de 2018
Optimismos
73 implicações estonteantes
"As empresas de tecnologia e programação dominarão, cada vez mais, a economia mundial à medida que empresas como a Uber, a Google ou a Amazon alterem o sector dos transportes como o conhecemos para um serviço pago enquanto use.
O software vai devorar este mundo (sic), de facto.
Ao longo do tempo, aquelas empresas terão tantos dados acerca das pessoas, dos seus padrões de consumo e de eventuais obstáculos que será muito difícil a entrada de novos agentes nesses mercados.
Sem intervenção estatal (ou de qualquer iniciativa concertada), haverá uma tremenda transferência de riqueza para um pequeno número de pessoas que sejam proprietárias de programas específicos, de soluções de produção de energia, dos veículos de serviço ou da infraestrutura de manutenção.
Haverá uma grande consolidação das empresas que sirvam estes mercados à medida que a eficiência e a escala se tornem mais interessantes."
Geoff Nesnow, "73 implicações estonteantes dos carros e camiões autónomos", 9 de Fevereiro de 2018.
Anexo aqui algumas observações críticas relativamente ao artigo (versão completa na ligação colocada acima). Traduziu-se uma pequena, mas relevante julgamos, parte do artigo para destacar dois aspectos:
Por um lado, o optimismo evangélico destes promotores das tecnologias digitais. Optimismo que rapidamente esmorece quando contempla objecto tão complexo como o mercado ou a economia real (muito mais complexo do que as novíssimas tecnologias que pregam!). E esse esmorecimento conduz sempre à sacra visão de que o estado tem de intervir para regular, para salvar, para melhorar (acrescentar o que se quiser) ou para afinar os detalhes éticos de certos negócios.
Esta ingenuidade (evito outra expressão, note-se) é historicamente conhecida e não é produto deste tempo novo. E o que destaco aqui é a incapacidade de compreender que as actuais configurações dos mercados (neste caso das tecnologias digitais) dependem, justamente, das directrizes que os estados terão dado aos respectivos sectores anteriormente. Quantas vezes essas directrizes não são, precisamente, resultado do conluio entre agentes políticos e agentes económicos? Naturalmente, estes inocentes-pseudo-criativos não têm capacidade para reconhecer este facto. Ou têm?
Por outro lado, note-se a confusão que estes inocentes-pseudo-criativos (adorei e agora abuso, que me desculpem os leitores) fazem entre dados e informação.
Por aqui partilhamos a preocupação com a recolha e utilização de dados pessoais por parte de empresas e estados, mas não confundimos dados com informação significativa, que possa ter uma aplicação económica (ou outra) que seja viável e sustentada. E é, julgamos, esta confusão que tem sustentado grande parte do entusiasmo e do crescimento do sector das tecnologias digitais. Que depois não sobrevive ao teste do tempo.
O futuro pode ser promissor, mas exige-nos menos a disposição de acreditar do que a capacidade de questionar a qualidade dos desafios e soluções que cada um enfrenta para responder às suas necessidades. Favorecer o desenvolvimento de uma visão verdadeiramente criativa do futuro é assumir aquela responsabilidade crítica, é aprender com o passado e ancorar o caminho em fundamentos menos circulares e mais esclarecidos. Dispensando, por exemplo, a ideia do estado paternalista. Isso sim seria original.
Serão capazes, os inocentes?
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
Citação do dia (202)
"Como a Goldman Sachs indicou recentemente, tem havido catorze ciclos de baixa volatilidade desde 1928 e todos esses ciclos necessitaram de um poderoso choque - seja uma guerra ou uma recessão - para terminar.
No entanto, o facilitamento-quantitativo (QE) e a explosão de estratégias passivas de investimento impedem que a História nos ensine alguma coisa acerca do que está para vir. E, quanto mais longa for a supressão da volatilidade, maior será a bolha. Esta, por sua vez, exigirá uma correcção mais dura e custosa para a mentalidade dominante.
Como Hyman Minsky disse uma vez:´Quanto mais estáveis as coisas se tornam e mantêm, mais instáveis elas estarão quando a crise chegar.`"
Kiril Sokolov, 13DResearch, "Why a toxic mix of low volatility..."
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
Aldeia Global de contraplacado
Enquanto aguardam pelo degelo, que permita o trânsito entre as relevantes reuniões das delegações em Davos, os curadores dirão que a "felicidade universalmente garantida" é possível.
Nem que a natureza e a história dos mercados se vejam subvertidas para lá da compreensão dos mais atentos.
Felicidade. Com prazo de validade.
Nota: o detalhe dos valores gregos ter "melhorado" a tempo da reunião do grupo europeu que Centeno (finge que) guia é deliciosamente maldoso (comparar aqui).
Uma gigante placa de contraplacado, é o que é. Tapando o quê?
sábado, 13 de janeiro de 2018
Master Class - Leemon Baird
"A descentralização segura da informação está ao nosso alcance."
A sessão que hoje aqui apresentamos retoma a temática tecnológica e as potencialidades que ela nos parece oferecer. A velocidade a que os desenvolvimentos acontecem é, sem dúvida, estonteante, mas acreditamos que o esforço de lhes entender as dinâmicas e os sentidos pode facilitar-nos a avaliação que o tempo, em última instância, determinará.
A entrevista que propomos é conduzida por Demetri Kofinas (cujo podcast e discussões acompanhamos) e permite uma apresentação intensa e desafiadora da visão de Leemon Baird (já por aqui o tínhamos destacado, mas pode-se aceder a uma outra pequena síntese aqui).
A visão que aqui se apresenta e discute mistura, por um lado, o fazedor-sonhador e o teórico-sistematizador, mas também o cidadão-utilizador das ferramentas tecnológicas digitais. Baird parece ter "a pele a jogo", como diria Nassim Taleb. Isso só torna a sua visão mais valiosa.
Os pontos fortes desta conversa são, do nosso ponto de vista os seguintes:
- a comparação entre as diferentes soluções tecnológicas para os "balanços públicos descentralizados" (Decentralized Ledger Technologies - DLT) - bitcoin/blockchain versus hashgraph;
- a exploração dos múltiplos fins para esses "balanços públicos descentralizados", especialmente aqueles que, através do hashgraph, têm as qualidades estruturais para responder a exigências muito importantes (como a rapidez, a justiça e a segurança);
- como podem as pessoas estar juntas apenas digitalmente - novas formas de socialização;
- a facilidade e ausência de custos de uma nova cidadania digital - criação de novos mundos digitais de interacção;
- escapando à necessidade da publicidade e do controlo que ela encerra nos meios digitais através da multiplicação dos nós/servidores múltiplos que o hashgraph possibilita;
- como podem os inovadores dar um profundo alcance positivo às ideias que querem concretizar - descentralizar em segurança é o caminho;
- a criação de criptomoedas é uma pequena parte deste movimento.
As ideias que Baird aqui partilha podem não ser, aparentemente, diferentes das que os proponentes de novas soluções tecnológicas oferecem no momento do ciclo como este em que vivemos. Porém, julgamos que, optimismos ingénuos à parte, a substância do que aqui se discute é muito promissor. E não sacrifica as ideias que por aqui tão valorizamos, especialmente no que diz respeito à defesa da liberdade, da privacidade e da promoção da concorrência entre os pólos de poder.
Aos nossos leitores, reiteramos os votos de um excelente 2018.
Boas reflexões.
A sessão que hoje aqui apresentamos retoma a temática tecnológica e as potencialidades que ela nos parece oferecer. A velocidade a que os desenvolvimentos acontecem é, sem dúvida, estonteante, mas acreditamos que o esforço de lhes entender as dinâmicas e os sentidos pode facilitar-nos a avaliação que o tempo, em última instância, determinará.
A entrevista que propomos é conduzida por Demetri Kofinas (cujo podcast e discussões acompanhamos) e permite uma apresentação intensa e desafiadora da visão de Leemon Baird (já por aqui o tínhamos destacado, mas pode-se aceder a uma outra pequena síntese aqui).
A visão que aqui se apresenta e discute mistura, por um lado, o fazedor-sonhador e o teórico-sistematizador, mas também o cidadão-utilizador das ferramentas tecnológicas digitais. Baird parece ter "a pele a jogo", como diria Nassim Taleb. Isso só torna a sua visão mais valiosa.
Os pontos fortes desta conversa são, do nosso ponto de vista os seguintes:
- a comparação entre as diferentes soluções tecnológicas para os "balanços públicos descentralizados" (Decentralized Ledger Technologies - DLT) - bitcoin/blockchain versus hashgraph;
- a exploração dos múltiplos fins para esses "balanços públicos descentralizados", especialmente aqueles que, através do hashgraph, têm as qualidades estruturais para responder a exigências muito importantes (como a rapidez, a justiça e a segurança);
- como podem as pessoas estar juntas apenas digitalmente - novas formas de socialização;
- a facilidade e ausência de custos de uma nova cidadania digital - criação de novos mundos digitais de interacção;
- escapando à necessidade da publicidade e do controlo que ela encerra nos meios digitais através da multiplicação dos nós/servidores múltiplos que o hashgraph possibilita;
- como podem os inovadores dar um profundo alcance positivo às ideias que querem concretizar - descentralizar em segurança é o caminho;
- a criação de criptomoedas é uma pequena parte deste movimento.
As ideias que Baird aqui partilha podem não ser, aparentemente, diferentes das que os proponentes de novas soluções tecnológicas oferecem no momento do ciclo como este em que vivemos. Porém, julgamos que, optimismos ingénuos à parte, a substância do que aqui se discute é muito promissor. E não sacrifica as ideias que por aqui tão valorizamos, especialmente no que diz respeito à defesa da liberdade, da privacidade e da promoção da concorrência entre os pólos de poder.
Aos nossos leitores, reiteramos os votos de um excelente 2018.
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Etiquetas: Balanços Públicos Descentralizados, Bitcoin, Blockchain, Cidadania, Cidadania Digital, Demetri Kofinas, DLT´s, Ética da liberdade, Gaming. Hashgraph, Hidden Forces Podcast, Leemon Baird, Liberdade, Swirls
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
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