quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Em busca de um novo "Porreiro pá!"

Enquanto na Alemanha persistem, ainda, alguns vestígios de sanidade, Durão Barroso, no seu discurso do "estado da União" ontem, prosseguiu, autista, na fuga em frente: mais "Europa", mais "união", mais "união bancária", mais "união política", mais "economia verde", mais combate às "alterações climáticas", defesa reforçada das trincheiras da "irreversibilidade do euro", "criação de uma procuradoria-geral europeia", "mais competitividade", etc. Tudo sob os auspícios da entidade "independente" e iluminada da Comissão Europeia que vê como inevitavelmente necessário prosseguir na extinção diluição dos estados-nação e no consequente reforço do império burocrático.

Para tal, defende, será necessário tricotar um novo Tratado através do famigerado "método comunitário". O tal que, sempre que incomodado por resultados "inadequados" em países "relevantes" (referendos em França e na Holanda, mas não quando ocorrem na Irlanda...), prossegue não obstante, reptilíneo, gerando abortos do género do "Tratado de Lisboa" ou da famigerada e defunta homónima Estratégia. «Porreiro, pá!»

Nigel Farage, respondeu-lhe introduzindo alguma dose de realidade no hemiciclo e chamando os bois pelo nome ("An emerging, creeping euro dictatorship"). Mas enquanto houver quem continue a acreditar que o dinheiro nasce nas árvores, a fuga em frente irá continuar. A consequência, claro, é que o inevitável estrondo contra a parede provocará cada vez mais danos. Por cá já estamos a experimentar a coisa e não é bonito de se ver.

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