domingo, 2 de setembro de 2012

Peter Schiff optimista quanto a um próximo regresso ao padrão-ouro

Os adversários do padrão-ouro, cujos última "versão", fixada na conferência de Bretton Woods em 1944 era já muito ténue e exclusivamente assente no dólar como moeda internacional, foram "suspensos" por Richard Nixon em 1971, costumam apodar os seus defensores de "gold bugs", de dinossauros excêntricos que pretendem o regresso ao tempo das trevas monetárias. De um tempo em que, supostamente, por a moeda não ser suficientemente "elástica", isto é, não podia ser criada/emitida nas quantidades que os governantes "achassem adequadas" em cada momento, tal restrição teria sido a causa de situações recorrentes de grande instabilidade nas economias pois os governos, sob este regime monetário, estariam despojados de um importante instrumento "estabilizador". Para aqueles, a vitória universal da  moeda fiduciária, criada a partir do nada sem qualquer restrição - nem escrutínio público1 -, foi assim um passo importante para a "estabilização" das economias pois agora a sua "elasticidade" é, virtualmente, infinita.

Para Peter Schiff, um investidor financeiro adepto da Escola Austríaca, famoso pelas suas previsões quanto à eclosão da bolha imobiliária e do subprime, a verdade histórica é oposta à que a ortodoxia (e a Wikipédia) proclama. Schiff, defensor do regresso ao padrão-ouro, acha que a performance do padrão-ouro internacional que vigorou nos 100 anos que precederam a eclosão da I Grande Guerra é, pelo contrário, bastante sólida tendo coincidido, aliás, com o mais longo boom de sempre que a economia mundial verificou.

Para ele, como para os "Austríacos", foi exactamente o abandono da disciplina financeira e monetária que nos conduziu a onde estamos. Na entrevista que se segue Schiff retoma a sua previsão da inevitabilidade de um próximo regresso ao padrão-ouro e explica por quê:

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1É extraordinário que assistamos, em qualquer país democrático, aos debates parlamentares, por vezes bem acesos e coloridos, sobre a utilidade de gastar mais um milhão aqui do que ali, 10 milhões no programa 'A' em vez do 'B', 100 milhões no "incentivo" X, etc. Sobre os "estímulos" e sobre os "cortes". Porém, nas poltronas dos bancos centrais, nominalmente independentes, criam-se milhares de milhões literalmente com um teclado de um computador, de um minuto para o outro, e sempre no maior dos segredos. Não vos parece estranho, isto?

4 comentários:

Anónimo disse...

Já conhece o projecto de P.Schiff relativamente a um banco "de ouro"?
Parabéns pelo blogue.
Saudações,
Luís Vilela.

Eduardo Freitas disse...

Caro Luís Vilela,

Obrigado pela sua simpatia.
Quando ao projecto de Schiff já tinha lido um par de referências mas sem pormenor. Está na minha lista de pesquisa e investigação.

Anónimo disse...

Sobre o projecto
i) http://www.silverdoctors.com/peter-schiff-opens-gold-bank-americans-need-not-apply/

ii) http://thegodthatfailed.org/tag/peter-schiff/

Eduardo Freitas disse...

Muito grato pelas referências.