Os leitores mais novos já talvez não recordem umas placas que existiam ao lado das estradas, nomeadamente no Alentejo, placas essas que pretendiam assinalar "Zonas Livres de Armas Nucleares"(ZLAN). Sinais de uns certos tempos.
Recordei-me de tais coisas após a leitura deste estudo (em formato condensado do original, em língua holandesa) que desmantela a vulgata esverdejante, desgraçadamente abraçada pelos governos ocidentais, segundo a qual por cada kWh de electricidade produzida pelas ventoinhas corresponderia menos 1 kWh de combustível fóssil (que deixava de ser necessário). As conclusões do estudo (referente à realidade holandesa) estão espelhados na figura abaixo:
Figura retirada daqui |
Em resumo, deve concluir-se que, nas condições actuais da Holanda um parque de 100 MW (Megawatt) de desenvolvimento da capacidade eólica produz em média 23 MW devido ao factor de capacidade [o vento é intermitente e, mesmo quando sopra, fá-lo com intensidades muito distintas] (...) A partir dos dados de produção reais [Statline], sabemos que 27% destes 23 MW = 6,17 MW representam o combustível fóssil real e a poupança em CO2. Mas deste valor temos que subtrair a quantidade de energia investida nos trabalhos de construção: 4,6 MW. O total líquido de electricidade, em poupança de fuel, fornecido pelas nossas turbinas eólicas é, portanto, de 6,17 - 4,6 = 1,57 MW, em média, ao longo do ano. Isso é aproximadamente 1,6% da capacidade instalada[!]. Tal faz dos desenvolvimentos eólicos um Mega poço de dinheiro, sem praticamente mérito algum em termos do objectivo pretendido de redução de emissões de CO2 ou de economia de combustíveis fósseis.Não admira assim que, na Holanda, uma província se apreste para instalar um outro tipo de placas: as ZLV (Zonas Livres de Ventoinhas). É o que provavelmente sucederá na província da Holanda-Norte, a oeste do lago IJsselmeer, depois de haver sido proibida a instalação de mais parques eólicos (via NoTricksZone).
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