As decisões constitucionais por cá estão a causar preocupação. Lá por fora também. Há um novo programa de apoio financeiro preparado para aplicar na Grécia e – sucessões à parte – a Espanha prepara também um programa de estímulos à economia. O que dirá Draghi e a equipa do BCE esta semana?
A acreditar nos pressupostos, que todos conhecemos, parece óbvio onde isso pode levar-nos.
Para já, impõe-se colocar os dados na mesa. Para poder entender o que aí vem. A médio prazo. Vejamos.
O quadro seguinte apresenta a Dívida Privada e Pública em % do PIB (Maiores Países – anualizado)
| | 2008 | 2013 |
1 | Japão | 604,9% | 656,8% |
2 | E.U.A. | 357,2% | 346,1% |
3 | Austrália | 325,1% | 325,0% |
4 | Zona Euro | 412,9% | 462,6% |
5 | Reino Unido | 500,6% | 544,4% |
6 | Canadá | 244,2% | 286,3% |
7 | China | 320,0% | 420,0% |
8 | Média Ponderada | 402,7% | 435,6% |
Fonte: Lacy Hunt, Hoisington Management – através de
John Mauldin
Actualização - procedeu-se à correcção da data relativa ao fim do período a que os dados referem (2013 e não 2009), como inicialmente publiquei; agradecimentos Eduardo, mais uma vez.
Notam a diferença entre 2008 e o presente? Alguém pode afirmar que a crise já "se vê pelo espelho retrovisor", quando se regista uma subida na dívida de 35%, aquilo mesmo que foi o rastilho para a crise de 2008?
Face a estes dados, seguiremos as críticas ao Tribunal Constitucional? As (habituais) disputas pelo poder nos diferentes partidos? Ou veremos esses episódios pelo que são: laterais?
De seguida, deixo três referências rápidas. Começou a discussão, de um modo muito discreto e difuso, acerca da hipótese de acabar com a moeda.
Não estou a referir-me à tese de James Rickards (cuja entrevista se publicou
aqui). Antes a hipótese de os estados acabarem com a moeda física para arrumar com a economia paralela e o anonimato nas transacções económicas. Ou seja, começa a discutir-se (
aqui e
aqui) o modo de tornar os movimentos de moeda (a que vier a ser adoptada) controlados pelos estados. E para quê? Publicamente, esse controlo serve para combater o anonimato e o terrorismo (ainda seremos chamados de terroristas quando usarmos dinheiro em vez de cartão bancário!). No entanto, analisando mais demoradamente e considerando também os dados apresentados atrás, tudo parece reduzir-se a mais uma forma de os estados terem ao seu dispor mais recursos. Caso a necessidade surja. Estes esforços serão mais um sinal do que, do ponto de vista fiscal, os estados podem fazer para arrecadar mais recursos. Assim se instale o mínimo de desespero.
Por fim, deixo um pequeno vídeo acerca de como a discussão está a ser, a este respeito, deformada nos EUA.
Esclarecedor ou aterrador?.