Ontem, a Casa Branca fez divulgar um documento de 4 páginas onde foram apresentadas "provas" de que foi o regime de Assad quem levou a cabo a autoria do ataque químico no passado dia 21 de Agosto na Síria,nos arredores de Damasco. Este é o excerto relevante (tradução minha):
"Identificámos cem vídeos relativos ao ataque, muitos dos quais mostram um grande número de corpos que apresentam sinais físicos consistentes, ainda que não exclusivamente, com a exposição a agente de gás de nervos. Segundo o relato de vítimas, os sintomas incluíam perda de consciência, emissão de espuma pelo nariz e pela boca, pupilas contraídas, taquicardia e dificuldade em respirar. Vários dos vídeos mostram o que parecem ser numerosas vítimas mortais sem ferimentos visíveis, o que é consistente com a morte provocada por armas químicas, e inconsistente com a morte provocada por armas ligeiras, por munições de alto poder explosivo ou por agentes vesicantes. Há pelo menos 12 localizações distintas nos vídeos publicamente disponíveis, e uma amostragem desses vídeos confirmou que alguns deles foram filmados nas horas e locais descritos nas imagens. Consideramos que a oposição síria não tem a capacidade para forjar todos estes vídeos, bem como os sintomas físicos verificados por pessoal médico, ONGs e outras informações associadas a este ataque químico."
Temos assim que, nas palavras da própria administração americana, os EUA e a França (antiga potência colonial na zona, uma coincidência curiosa com o Vietname) do petit homme, outorgando-se a si próprios o direito de representação de uma "comunidade internacional" ainda mais exígua com a saída forçada de Cameron do elenco, estão prestes a bombardear a Síria e, com isso, a escalar um conflito para dimensões impossíveis de prever. Para isso, julgam suficientes 100 vídeos do YouTube ("publicamente disponíveis") pois, segundo a administração americana, os rebeldes (quais deles?) não teriam condições (técnicas? logísticas) para os forjar!! Nestas circunstâncias, não é de admirar que Vladimir Putin esteja a surgir como um improvável paladino da promoção da liberdade!!
Portanto, o futuro do Médio Oriente e, não é de excluir, mesmo o de todo o mundo, joga-se no YouTube e na (in)capacidade de produção e realização de vídeos. Extraordinário! Mas, se assim é, e já sem falar daquele onde se pode observar o esquartejamento de cadáveres dos oponentes para lhes comer as vísceras, por que não considerar estes outros que sugerem exactamente o envolvimento dos rebeldes e aliados dos EUA nesta história das armas químicas (para além dos democratíssimos sauditas e qataris)? Aliás, não seria a primeira vez que tal aconteceria este ano...
Portanto, o futuro do Médio Oriente e, não é de excluir, mesmo o de todo o mundo, joga-se no YouTube e na (in)capacidade de produção e realização de vídeos. Extraordinário! Mas, se assim é, e já sem falar daquele onde se pode observar o esquartejamento de cadáveres dos oponentes para lhes comer as vísceras, por que não considerar estes outros que sugerem exactamente o envolvimento dos rebeldes e aliados dos EUA nesta história das armas químicas (para além dos democratíssimos sauditas e qataris)? Aliás, não seria a primeira vez que tal aconteceria este ano...