Edelmann |
Aos leitores do Espectador Interessado, os seus autores desejam Festas Felizes e um próspero ano de 2016. Pleno de realismo e espírito crítico.
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A Tvi24 está a dar a notícia de que o Banif fechará esta semana. Esperava-se que a FOSUN comprasse o banco na semana passada. Tal não aconteceu e o banco, assim parece, vai cair. Segundo a mesma fonte, a CGD ficará com a "parte boa" do banco. Estão previstas perdas para accionistas e depositantes.
Acompanhar aqui.
Esta semana Draghi fez das suas. Mais uma vez.
Estamos em plena Idade Dourada dos Bancos Centrais, mas esta última decisão política da equipa de burocratas do BCE teve efeitos contrários ao que era desejado.
O (ir)racional costumeiro é o seguinte: o BCE continua a comprar dívida mensalmente, conferindo liquidez ao sistema; junta-se-lhe uma taxa de juro interbancária um nadinha mais negativa para provocar uma resposta automática no crédito concedido pelos bancos à economia; pelo caminho, desvalorizava-se a moeda e isso traduzia-se numa melhoria nas exportações. E, pronto, a modos que era isto.
Mas o euro subiu mais de três por cento! E os índices bolsistas estão, no mínimo, anémicos!
Para quem está Draghi a trabalhar, afinal? Terá dado uma ajudinha a Yellen? Porquê?
“O Mundo atingiu um estado paradoxal, no qual as nações credoras estão mais preocupadas com o destino do dólar do que as próprias autoridades americanas.
Assim, a evolução do papel do dólar como moeda de referência tem dado espaço a previsões muito pessimistas baseadas em teoria económica sólida. Não deve considerar-se uma surpresa que um número crescente de pessoas que tem activos em dólares, agora queira diversificar, parcialmente, esses activos para o ouro – o refúgio tradicional para a inflação ou para a adversidade política.”
Oleg V. Mozhaiskov, Vice Pres. do Banco Central Russo – Conferência LBMA, Junho 2004.
É necessário contemplar, aqui, dois aspectos fundamentais.
Primeiro, politicamente toda a situação parece má. A declaração do Presidente da República tem de ser entendida no contexto da actual situação europeia, porque essas declarações são um rude alerta para o status quo político fazer tudo ao seu alcance para prevenir mudanças políticas substanciais na Europa.
A zona euro é uma construção pobre do ponto de vista institucional e a insistência no aprofundamento deste projecto, nas presentes circunstâncias globais, conduzirá ao desaparecimento do euro e, talvez, da própria União Europeia.
Em segundo lugar, Portugal tem um enorme encargo com a dívida soberana, que só é sustentável no contexto de apoio estrito por parte do Banco Central Europeu e das suas operações de compra indirecta de dívida. Este é um país que teve um défice superior a 7% em 2014, com um nível de dívida pública superior a 120% do PIB, uma dívida externa superior a 200% do PIB e uma dívida total (pública e privada) de 370%. Numa recessão, estes números irão crescer. Para que a dívida de Portugal pudesse ser sustentável, no actual contexto institucional e mantendo o mesmo paradigma económico, a austeridade teria de reduzir o défice e o PIB teria de crescer, por várias décadas, acima das taxas dos títulos da dívida pública, mantendo-se, claro, o apoio implícito do BCE.
Olhando para o futuro, o potencial de sustentabilidade da dívida diminui substancialmente. E, assim, poderemos ter outra “Grécia” entre mãos. (...)
O que se passa agora em Portugal, torna a Grécia um caso menos especial e é um sinal do que ainda pode acontecer de mau pelo continente. E isto é um risco para a sustentabilidade da dívida em toda a periferia.
Edward Harrison, "A confusão em que Portugal está mergulhado"
Fonte |
Iniciou-se o programa, há muito prometido, de Tom Woods e Robert Murphy de análise crítica ao pensamento económico de Krugman. O sítio chama-se Contra Krugman. O programa terá emissões semanais e acompanhará as expressões públicas de Paul Krugman, tanto escritas como televisivas.
Embora os autores procurem acompanhar criticamente a coluna de Krugman no NYTimes, o que pretendem desmontar são as falácias que o pensamento único em economia - de que Krugman é grande exemplo - dirige aos problemas políticos e económicos.
Não é destinado a especialistas. Pelo contrário, com humor todos podemos reconhecer os vícios do pensamento de Krugman e, por extensão, do pensamento dos mestres do Politicamente Correcto.
Imperdível.
Foto: Reuters |
Sei que houve uma espécie de debate ontem à noite. Que não acompanhei, já que prezo a sanidade.
Mas esta manhã, enquanto o rádio debitava o "viático para a jornada", ouvi descrições acerca desse - suposto - debate. E a dúvida assaltou-me: será que estou a ouvir um programa acerca da vida selvagem?
Uns senhores falavam em "posição das mãos e dos braços", "domínio territorial"... seriam machos-alfa, os participantes que ocuparam vários meios de comunicação ontem à noite?
Foto Expresso/Lusa |
Admitir uma conduta criminosa, torna essa conduta aceitável?
Numa conferência um economista do Bundesbank defendeu a tese de que os reguladores não devem prestar toda a informação acerca da saúde do sistema bancário que supervisionam, por forma a evitar pânico e corridas aos bancos.
O que aconteceria, neste caso, se a banca não gozasse de um regime de excepção? Como reagiriam as autoridades se o Infarmed ou, para o caso, uma qualquer marca de automóveis recusasse prestar informações acerca dos produtos que vende ou regula?
O que faríamos?
O que por aí se vai dizendo para explicar o que se passou na China nos últimos tempos está errado. Essa é a tese do artigo que aqui fazemos referência.
E se aceitarmos que a responsabilidade da volatilidade transversal que grassa pelos mercados globais (índices, paridades monetárias, obrigações et al) é, simplesmente, da China, então somos ingénuos. Veja-se a informação abaixo.
Importa respirar e compreender.
Hoje em dia, o sistema financeiro global é um complexo sistema de redes electrónicas motivadas pela fé. À medida que progridem as bolhas globais, um grande conjunto de dogmas financeiros será exposto por aquilo que é: uma ilusão. E muitos desses dogmas foram usados como simples truques.
A finança global não passa, na sua maior parte, de um labirinto de ´promessas de pagamento`. E o valor dessas promessas depende da confiança e da fé. (...)
A crise nessa confiança acelerou nesta última semana.
Os últimos sete anos mostram-nos uma expansão da dívida nos mercados emergentes, liderada por aquela que deveria ser muito assustadora bolha no crédito na China.(...)
Esta semana vimos indicações do que tem potencial para despoletar essa crise de confiança no sistema bancário na Ásia e nos restantes mercados emergentes. A fé de que as autoridades chinesas (ou as autoridades desses mesmos mercados emergentes) têm a situação sob controlo está, seriamente, posta em causa. (...)
De acordo com a SNL Financial, os bancos chineses ocupam agora quatro dos cinco lugares de topo na lista dos maiores bancos mundiais. Analisando os balanços no final de 2014, os quatro grandes bancos chineses – Banco de Comércio e Indústria da China, Banco de Construção da China, Banco de Agricultura da China e Banco da China – terminaram 2014 com activos na ordem dos 87,59 triliões de yuan ou 13,7 triliões de dólares. Os activos totais destes bancos cresceu 64% em quatro anos. (...)
Na semana que passou ficou visível o desenvolvimento nas grandes rachas do sistema financeiro global. Fiz as contas às descidas dos títulos bolsistas dos dez maiores bancos mundiais: 1) Banco de Comércio e Indústria da China perdeu 6,1%; 2) Banco de Construção da China perdeu 6,9%; 3) Banco de Agricultura da China perdeu 4,9%; 4) HSBC perdeu 6,6%; 5) Banco da China perdeu 6,1%; 6) JP Morgan Chase perdeu 6,2%; 7) BNP Paribas perdeu 4,4%; 8) Mitsubishi UFJ Financial Group perdeu 7,5%; 9) Banco da América perdeu 9,0% e 10) Barclays perdeu 6,4%.(...)
A visão do abrandamento global foi confirmada esta semana.
É sempre pior do que tu pensas.
Doug Noland, "É sempre pior do que tu pensas", 22 de Agosto de 2015
Procurei, com a diligência que a meteorologia dos últimos dias permitiu, alguma informação acerca da variação do preço do ouro nos meios de comunicação convencional nacionais. Não encontrei.
Especialmente depois de, nas últimas semanas, se terem multiplicado títulos de objectividade duvidosa, mas intenção bem clara.
Assim, e sem preocupação especial, mostra-se o gráfico abaixo. Dada a guerra monetária em curso por esse mundo fora (que não tem tratamento crítico no comentário publicado), assim como a quebra em vários índices bolsistas (o mesmo para o preço do petróleo), o ouro continua a cumprir o seu papel.
Irresistível acompanhar alguns "insiders" nestes momentos.
Depois do FMI ter tornado pública a ideia de que adiava a inclusão do Renminbi nos DES (português para SDR`s) para o ano, a China desvaloriza a sua moeda em 6% em apenas 36 horas. A guerra começou? Ou apenas se intensificou?
Numa altura em que pelo Ocidente se divulgam "notícias" de carácter negativo acerca do ouro (em dólares e de natureza sintética, note-se!), pela China e dos cofres da Shangai Gold Exchange (SGE) saíram mais de setenta e três toneladas de ouro na semana de 20 a 24 de Julho de 2015 - sim mais de 73 toneladas de ouro físico numa semana, não sintético (ETF´s)! - para os cofres de investidores privados.
E porque recentemente se divulgaram as reservas oficiais chinesas do mesmo metal (1,658 toneladas), convém ter presente que, entre produção própria e aquisições no mercado internacional, os investidores chineses arrecadaram qualquer coisa como 5,964 toneladas de ouro para o período entre 2010 e 2014.
Não se estranha que estes números - verdadeiramente estonteantes - fiquem à sombra das "notícias" ocidentais acerca do perfil do investidor chinês, após a incrível descida na sua bolsa de valores?
Enquanto surgem como cogumelos "notícias" acerca do mau desempenho do ouro (ver aqui e aqui) para falar apenas num dos meios nacionais, por que razão não há a mesma preocupação e diligência na clarificação deste assunto?
Chamo a atenção para as declarações de João Salgueiro. Em especial o que não é dito nelas. O que fica implícito, precisamente. Quanto às declarações de Tavares Moreira e de Mira Amaral, elas são de uma assinalável discrição, especialmente se tivermos em conta o registo de "abertura" nas declarações de outros agentes bancários que assinalámos aqui.
A peça que o Observador publica (aqui) mistura o assunto com preparações eleitorais. A seguir.
Segundo a tese do iminente rebentar global das bolhas, o Brasil tem estado no topo das minhas preocupações. Lamentavelmente, está a tornar-se a imagem de marca das consequências globais da “Finança Selvagem”, livre de constrangimentos, sob a qual vivemos: fluxos financeiros instáveis, excessos na especulação e no crédito, corrupção e más práticas, desajustamento estrutural, tensões sociais crescentes e instabilidade política.
Esta semana pudemos ver o Brasil publicar um maior do que o esperado défice nas Contas Correntes (2.5 biliões de dólares). A inflação está acima dos 9%, a sua moeda está em apuros e o banco central terá de saldar uma grande quantidade de contratos que envolvem moedas estrangeiras (currency swaps). O maior banco dirigido pelo estado está cada vez mais vulnerável. E a economia brasileira deverá contrair 2% este ano. O índice Bovespa desceu 6% esta semana para um mínimo de quatro meses. E os contratos de risco de crédito (CDS) brasileiros subiram para o nível mais elevado desde Março.
Com a atenção recentemente focada na China e na sua bolsa, ou no fiasco Grego, o Brasil tem voado por debaixo do radar.
Depois de um duro 2014, o Brasil tem sido visto no mercado como um beneficiário dos estímulos chineses e da expectativa da recuperação dos preços das matérias-primas. O rebentamento da bolha no índice e nos títulos chineses está a forçar uma grande revisão na visão optimista mais generalizada. As matérias-primas estão em queda livre e o mercado está a ser forçado a rever em baixa as expectativas para as economias dependentes de matérias-primas e respectivas moedas. Daí que o Brasil tenha de estar no topo da lista, tem de estar no nosso radar.
Doug Noland, "O velho. O mesmo velho", 25 de Julho de 2015.
O momento zen do dia de ontem.
Uma situação que seria deliciosa, não fosse o medo que se identifica no olhar, nas palavras, nas hesitações de Nuno Amado (Millenium BCP) quando se pronuncia acercada actual situação da banca portuguesa, perdão, do Montepio.
Um clássico instantâneo (aqui).
Palavras para produzir efeitos, não para comunicar. Aterrador.
Os homens, por natureza, revoltam-se contra a injustiça de que são vítimas. Assim, quando o roubo é organizado pela lei para o proveito daqueles que fazem a lei, todas as classes roubadas procuram, de algum modo, alcançar – por meio revolucionário ou pacífico – o poder de fazer a lei.
De acordo com o seu grau de discernimento, estas classes roubadas podem evidenciar um ou dois propósitos para o domínio do poder político: ou querem terminar esse roubo legalizado, ou querem ter parte nele. Condenada está a nação em que, entre as vítimas desse roubo legalizado, prevalece este último propósito e elas alcançam o poder de moldar a lei! Até isso acontecer, os poucos que praticam o roubo legal sobre a maioria, mantêm essa prática limitada àqueles que podem influenciar a lei. Mas, entretanto, a participação na elaboração da lei torna-se universal. E os homens procuram equilibrar os conflitos entre os seus interesses através do roubo generalizado e, em vez de eliminar as injustiças presentes na sociedade, estes homens generalizam a injustiça.
Assim que os grupos, que até aqui eram vítimas do roubo, ganham poder político, logo estabelecem um sistema pleno de retaliações face a outros grupos. Eles não destroem o anterior sistema de roubo legal, antes vão replicar os seus antecessores nesse roubo. Mesmo quando isso é contra os seus próprios interesses.
Frédéric Bastiat, "A Lei"
Representante do Partido Comunista Chinês que reuniu com António Costa diz que o partido está disponível para aprofundar os laços com o Partido Socialista.
Preparam um dos possíveis cenários pós-eleições?
Dados os vários contactos com representantes europeus ultimamente, os chineses sublinham a proximidade connosco. Curioso.
Ver aqui e aqui.
Foto daqui |
Uma visão integrada do estado das coisas à escala global - economia, política e finança - por Jim Rickards.
Concorde-se ou não com todas as teses que defende, o enquadramento que apresenta é muito credível e consequente.
Siga-se, atentamente, a descrição dos diferentes momentos da Grande Narrativa em pouco mais de seis minutos.
Hoje, um punhado de governos usa o sistema Big Data (megadados) para identificar padrões comportamentais individuais para que alguns indivíduos sejam aniquilados.
Hoje, um punhado de fundos de risco usa essa mesma tecnologia para identificar padrões comportamentais dos investidores para que certos concorrentes sejam aniquilados.
Hoje, o sistema Big Data é, em primeiro lugar, um instrumento de recolha de informação social com um poderoso, ainda que intermitente, impacto naqueles indivíduos que são o alvo de um ataque de drones (aeronaves não pilotadas) ou investidores a tentar finalizar um determinado negócio.
Amanhã, um punhado de governos vai influenciar comportamentos e dinâmicas políticas, de um modo agregado, através da disseminação de pequenas informações que o sistema Big Data lhes dirá que será voluntariamente amplificado por determinados indivíduos, por forma a dinamizar “acções populares” de dimensão generosa, duração prolongada e origem difusa.
Amanhã, um punhado de fundos de risco vai influenciar “movimentos no mercado”, através da promoção de pequenas transacções que o sistema Big Data lhes dirá que será voluntariamente amplificado por alguns investidores, por forma a despoletar “dinâmicas conjunturais do mercado” de dimensão generosa, duradoura e cuja fonte seja, justamente, anónima.
Amanhã, o sistema Big Data será, essencialmente, um instrumento de controlo social ubíquo com um impacto poderoso em qualquer cidadão ou investidor.
Uma das empresas europeias de venda e guarda de ouro - a GoldBroker - deu início (hoje mesmo!) a um serviço noticioso dedicado aos assuntos relacionados com o mercado do ouro.
Desejamos a este projecto as maiores felicidades. Seremos, seguramente, espectadores interessados.
Actualização: o estado do Texas aprovou a construção de um depósito estadual para o ouro e vai pedir a transferência, do balcão da FED de Nova Iorque para esse novo depósito, da totalidade das suas reservas do metal precioso.
Os actos de rebelião podem variar, mas ver televisão não é, certamente, um deles. Pelo contrário, o que observamos é um acto de consentimento, um acto de aceitação do mundo enquanto ele se torna virtual, enquanto mutação de uma realidade ficcional que se vai fazendo mundo.
O politicamente correcto que vive através de e por este mundo vai, aos poucos, preparando-nos para a aceitação da violência politicamente correcta. Esta mutação – real, intensa e diária-, opera o seu sucesso último quando dela participamos por uma desistência moral, que começou por ser onírica, mas que se torna efectiva e dolorosa.
Terrivelmente visível na perseguição da heterodoxia, na indiferença face ao sofrimento e à mentira.
«O caso contra a ciência está claro: grande parte da literatura científica, quiçá metade, poderá simplesmente não ser verdadeira. Afligida por estudos com pequenas amostras, efeitos minúsculos, análises exploratórias inválidas e flagrantes conflitos de interesses, a que se alia uma obsessão para prosseguir tendências em moda de importância duvidosa, a ciência tomou o rumo da escuridão. Como referiu um participante, "com métodos pobres conseguem-se resultados". A Academia de Ciências Médicas, o Conselho para a Investigação Médica e Biotecnologia e o Conselho para a Investigação das Ciências Biológicas emprestaram agora o seu peso reputacional a uma investigação sobre estas práticas questionáveis de investigação. O aparente carácter endémico de má conduta em investigação é alarmante. Na busca de uma história convincente para contar, os cientistas esculpem com demasiada frequência os dados para os ajustar à sua teoria preferida do mundo; ou ajustam retroactivamente as hipóteses para acomodar os dados de que dispõem. Os editores dos jornais médicos também merecem a sua quota-parte de críticas. Nós ajudamos e incentivamos os piores comportamentos. A nossa aquiescência ao "factor impacto" alimenta uma concorrência pouco saudável para ganhar um lugar num número muito reduzido e selecto de revistas. O nosso amor pela "significância" polui a literatura com muitas estatísticas que são contos de fadas. Rejeitamos confirmações importantes. Os jornais não são os únicos escroques. As universidades vivem numa luta perpétua por dinheiro e talento, objectivos que fomentam métricas redutoras, tais como a publicação de grande impacto. Os procedimentos nacionais de avaliação, tais como o Quadro de Excelência da Investigação, incentivam as más práticas. E os cientistas individuais, incluindo os seus dirigentes mais séniores, pouco fazem para alterar uma cultura de investigação que ocasionalmente bordeja a prática profissional grave.»
Ross Ulbricht criou o Silk Road na internet. Um mercado aberto e alternativo na internet. E, como muitos meios, pode ser usado para o bem ou para o mal.
Foi preso por isso. Para toda a vida.
Era isto que aconteceria a Snowden?
25 de Maio de 2015
Por Matt Ridley
Se estiver a ler isto antes do pequeno-almoço considere por favor a hipótese de comer um ovo. Está iminente a aceitação oficial pelo governo dos EUA de um parecer no sentido de, sem mais, retirar o colesterol da sua lista de "nutrientes preocupantes". Governo que pretende ainda "desenfatizar" a gordura saturada, constatada "a falta de evidências da sua ligação à doença cardiovascular".Este é um ponto de viragem poderoso, ainda que protegido por ressalvas, e que há muito era devido. Havia anos que as provas se acumulavam no sentido de concluir que a ingestão de colesterol não provoca níveis altos de colesterol no sangue. Uma reavaliação levada a cabo em 2013 pela Associação Americana do Coração e pelo Colégio Americano de Cardiologia, não encontrou "nenhuma relação significativa entre o consumo do colesterol alimentar e o colesterol no soro [sangue]".
Matt Ridley O colesterol não é um veneno vil, mas um ingrediente essencial à vida, que confere flexibilidade às membranas das células animais e que é a matéria-prima utilizada na síntese de hormonas como a testosterona e o estrogénio. O fígado produz, por si só, a maior parte do colesterol encontrado no sangue, e faz o ajustamento face ao que se ingira, razão pela qual não é a dieta que determina os níveis de colesterol no sangue. Reduzir o colesterol no sangue através da alteração da dieta é algo de praticamente impossível.