Mais uma excelente peça do juíz Andrew Napolitano:
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Avaliação e decisão
Parece que não estava enganado no faro, a avaliar por esta notícia: Governo avalia fim dos acordos laborais nas empresas [públicas]. Espero bem que não se fique pela avaliação.
Em poucas palavras
Escreve Vasco Pulido Valente a propósito dos 100 dias do governo de Passos Coelho:
O que não se viu ainda foi um plano de reforma coerente, claro e compreensível. Não há um plano para a reforma da administração central, não há um plano para a reforma da administração local, não há uma reforma para a reforma do sector empresarial do Estado, não há um plano para a reforma da Saúde. Não há um plano para nada. Os ministros cortam aqui e cortam ali, extinguem isto e aquilo ou fundem alhos com bugalhos:talvez bem, talvez mal. Infelizmente essa grande actividade parece uma caçada aos pardais. No meio da confusão não se distingue um objectivo, um método, um propósito. Cada um atira para onde lhe dá a gana ou trata do sarilho do dia. É escusado procurar uma ordem. E o dr. Passos Coelho, com a sua suavidade e simpatia, não se explica e de quando em quando contribui mesmo para aumentar a confusão.
VPV fala em ausência de planos. Mas para haver planos tem que haver uma ideia. E, desde que saiu o DOE (Documento de Estratégia Orçamental), eu fiquei convencido que ela não existe. Por cada dia que passa, reforço essa convicção.
Recuar seria inteligente
da parte de Nuno Crato relativamente a isto. É certo, como nota João Miranda, que promessas quebradas são caracterizadoras das acções governativas. Em pequenas coisas, no caso, mas também nas grandes como vimos assistindo - e continuaremos a assistir - quanto ao estado "social".
Pão hoje, fome para amanhã
Manuel Fernández Ordóñez, continua a série de artigos sobre o sistema eléctrico espanhol. Lendo-os, aprende-se muito também sobre os problemas portugueses na matéria. Ou não tenha sido Sócrates um bom aluno de Zapatero.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Encomendas (3)
Como se suspeitava, o resultado da encomenda da APREN, na versão de sumário executivo é miserável e mistificador. Ontem, no Luz Ligada e hoje no Ecotretas aplicam-se-lhe as bem merecidas bandarilhas.
Eco-totalitarismo em acção
“There are powers only governments can exercise, policies only governments can mandate and enforce and results only governments can achieve. To halt the worldwide epidemic of non-communicable diseases, governments at all levels must make healthy solutions the default social option. That is ultimately government’s highest duty.”
Michael Bloomberg, Mayor de Nova Iorque, via CNN News
Empregos politicamente incorrectos
CNN Money: Double your salary in the middle of nowhere, North Dakota (excertos)
Believe it or not, a place exists where companies are hiring like crazy, and you can make $15 an hour serving tacos, $25 an hour waiting tables and $80,000 a year driving trucks.
You just have to move to North Dakota. Specifically, to one of the tiny towns surrounding the oil-rich Bakken formation, estimated to hold anywhere between 4 billion and 24 billion barrels of oil (...)
With oil companies paying top dollar to the new onslaught of workers they need -- doling out average salaries of $70,000, and more than $100,000 including over-time -- other local businesses are boosting their pay to compete.
Entry level jobs everywhere from restaurants and grocery stores to convenience stores and local banks pay a minimum of $12 per hour, according to the McKenzie County Job Development Authority. Truck drivers make an average of $70,000 to $80,000 a year (...)
A solução escandinava vs a solução japonesa
Jim Rogers : It was painful. It was extremely painful for Scandinavia back then. But they did it and the alternative was what the Japanese did at the same time.
The Japanese propped up everybody with zombie companies and zombie banks. The Japanese have two lost decades now. The Japanese stock market is 80% where it was 21 years ago. Sure. You can do it or try to do it the Japanese way. I prefer the Scandinavian way. You make some mistakes, take your losses and start over.
By the way, the Koreans did it the Scandinavian way, the Russians, the Mexicans - various people did it the Scandinavian way, after a horrible period of pain came out okay and thrived. You can do it the Japanese way or the Scandinavian way. I prefer the Scandinavian way. Let’s face reality. Saying we haven’t made mistakes in the past 50 years defies comprehension.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Entrevista de Cavaco na televisão
Irrelevante. Falou apenas um membro de uma escola económica, sucedendo que não é a minha escola (ainda que tenha sido meu professor de finanças públicas).
Cândida confissão de uma tragédia
é como poderíamos classificar o artigo que o director comercial da Solar Project assina hoje no Público. Começa por afirmar (itálicos meus):
A reforma portuguesa da área energética foi uma das mais bem conseguidas em todo o mundo num curto espaço de tempo (últimos seis anos). Até 2005 o país não tinha estratégia... A reforma da área energética é a que mais prestigiou o país e que mais consequências teve para a economia...
Porém, o "sucesso" da reforma e da estratégia estão em perigo, devido aos cortes previstos pela troika. Continua Nuno Silva:
O corte na subsidiação de tarifas e a possível revisão dos contratos já celebrados com os promotores das grandes centrais fotovoltaicas são duas das medidas englobadas no pacote de resgate financeiro a Portugal. O sector, que é um dos mais dependentes do financiamento público, é um dos primeiros a sofrer o impacto dos cortes... A viabilidade dos projectos eólicos, solares e de outras formas de energia encontra-se por conseguinte fortemente comprometida, penalizando o sector das renováveis.
E assim, pela pena de um dos "agentes renováveis", fica muito pouco por dizer. O sucesso desta reforma e desta estratégia é, na realidade, uma tragédia. Mais um terrível episódio no nosso processo de empobrecimento.
O mercado a funcionar (2)
O novo Kindle Fire ataca o Ipad a metade do preço deste. Jeff Bezos, patrão da Amazon, ataca, de frente, Steve Jobs. Fantásticas novidades para os consumidores!
Simples coincidência?
A propósito da recente notícia sobre professores e atestados médicos que o Profblog tratou aqui e que levou, como seria normal que sucedesse, a uma certa defesa corporativa do grupo profissional em causa ("são apenas alguns", "pagam os justos pelos pecadores", etc), foi hoje noticiado que as "Empresas públicas [têm] um absentismo seis vezes acima do privado". Não me parece que se trate de simples coincidência.
Yves Montand - A bicyclette
Letra:
Quand on partait de bon matin
Quand on partait sur les chemins
A bicyclette
Nous étions quelques bons copains
Y avait Fernand y avait Firmin
Y avait Francis et Sébastien
Et puis Paulette
On était tous amoureux d'elle
On se sentait pousser des ailes
A bicyclette
Sur les petits chemins de terre
On a souvent vécu l'enfer
Pour ne pas mettre pied à terre
Devant Paulette
Faut dire qu'elle y mettait du cœur
C'était la fille du facteur
A bicyclette
Et depuis qu'elle avait huit ans
Elle avait fait en le suivant
Tous les chemins environnants
A bicyclette
Quand on approchait la rivière
On déposait dans les fougères
Nos bicyclettes
Puis on se roulait dans les champs
Faisant naître un bouquet changeant
De sauterelles, de papillons
Et de rainettes
Quand le soleil à l'horizon
Profilait sur tous les buissons
Nos silhouettes
On revenait fourbus contents
Le cœur un peu vague pourtant
De n'être pas seul un instant
Avec Paulette
Prendre furtivement sa main
Oublier un peu les copains
La bicyclette
On se disait c'est pour demain
J'oserai, j'oserai demain
Quand on ira sur les chemins
A bicyclette
terça-feira, 27 de setembro de 2011
O totalitarismo burocrático
que denota esta notícia é de tal ordem que até o Ministério Público foi obrigado a reconhecer a iniquidade que caracterizou o comportamento daquela instituição (a ASAE) que, não esqueçamos, pela voz do seu Sumo Burocrata, chegou a dizer que iria fechar metade dos cafés e restaurantes em Portugal até porque havia em Portugal estabelecimentos a mais...
Tendemos no nosso país a desvalorizarmos pessoas como o sr. Nunes que, em nome da nossa própria protecção, se permitem comportar como puritanos zelotes à moda de Alfama (ou será do Rato?) sem que percebamos os caminhos perigosíssimos que organismos como a ASAE e afins e pessoas como o sr. Nunes vêm trilhando contra a liberdade e a prosperidade (não esquecer que a ASAE depende do Ministério da Economia...).
É que a seguir ao sr. Nunes (que, curiosamente, a partir de certa altura, aí pelas imediações das eleições legislativas de 2009, deixou se ser presença regular na televisão, à parte um charuto ocasional...) só podem vir outros senhores e senhoras que se "limitam" a ir mais além que os antecessores. É por isso que a EPA (Agência para a Protecção Ambiental americana) tem a lata de vir pedir mais 230 000 (duzentos e trinta mil) novos burocratas, a um custo aproximado, só de salários, gabinetes, etc, de 21 mil milhões de dólares (!), para conseguir controlar o cumprimento nos novos regulamentos em discussão relativos ao controlo dos gases com efeito de estufa quando a lei em vigor nem lhe reconhece autoridade para os elaborar esses novos regulamentos. É a monstruosidade burocrática-totalitária a funcionar. E chegarão aos fins que perseguem - destruir o tecido económico e a prosperidade e toda a economia - pois a eco-teocracia, de que os burocratas se auto-outorgaram o papel de sacerdotes, odeia a espécie humana que conseguiu escapar da pobreza. Tudo fazem e farão para o conseguir.
Ron Paul no show de Jon Stewart
Ao fim de 35 anos de vida pública, aos 76 anos de idade, Ron Paul chegou ao mainstream. É extraordinário o que já conseguiu. Coerência nos princípios, defesa permanente da liberdade como o vector fundamental da sua visão política, oposição total à política imperial; detentor de sólidos conhecimentos económicos e de política monetária ("End The Fed" é apenas um exemplo), defende o fim do imposto sobre os rendimentos, o fim da guerra às drogas, da subsidiação do aborto, etc. Praticamente tudo o politicamente incorrecto. À direita e à esquerda. E sempre com uma superior elegância e suavidade no trato e no discurso. Eis Ron Paul, o Sereno Libertário!
Faz-me lembrar qualquer coisa e não é boa (2)
Há uma multinacional interessada em entrar em Portugal, Álvaro Santos Pereira. Como muito bem titula João Miranda, e é com tristeza que o escrevo, isto não é mais que Manuelpinhismo.
Faz-me lembrar qualquer coisa e não é boa
O Ministro da Economia anuncia um "programa de 100 milhões de euros tem como objectivo promover junto das empresas o emprego de desempregados há mais de seis meses" que "é um primeiro passo no combate ao "desemprego"".
A notícia do Económico não refere, de facto, que a disponibilidade desta verba resulta do "sucesso do grande esforço" de contenção levado a cabo pelo actual governo. Mas antes que um outro qualquer ministro ou secretário de Estado o faça, relembro que o dinheiro - todo o dinheiro do Estado - resultou da expropriação dos contribuintes.
Havia um Ministro da Economia que se chamava Vieira da Silva que sucedeu a um outro chamado Manuel Pinho. Ambos serviram nos governos de José Sócrates e elaboraram muitos "Programas" como o acima anunciado. Molhos deles. Os resultados também foram conhecidos.
Uma última nota para recordar que 100 milhões de euros correspondem exactamente ao valor do total de gorduras que o governo, recentemente, entendeu cortar.
Um brilhante economista em terrenos difíceis mas estimulantes
Na sequência desta notícia, Neutrinos and Appomatox, por Steve Landsburg:
Scientists at CERN have found apparent evidence that neutrinos can travel faster than light.
Suppose that tomorrow historians at Harvard find apparent evidence that the South won the American Civil War — not in some metaphorical “they accomplished their goals” sense, but in the literal sense that it was actually Grant who handed his sword to Lee at Appomatox and not the other way around.
Question: Of which conclusion would you be more skeptical?
Of course your answer might depend on exactly what this new “apparent evidence” consists of. So let me reword: As of this moment, which do you think is more likely — that neutrinos can travel faster than light, or that the South won the Civil War?
Uma chamada de atenção para a qualidade de muitas das intervenções registadas na caixa de comentários de Landsburg. Não deixem de as ler.
(Também publicado no Estado Sentido)
(Também publicado no Estado Sentido)
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Exercício de memória (4)
A propósito de Obra do túnel do Marão vai continuar suspensa por mais 60 dias,
recordar: Ferreira Leite sublinha que não há dinheiro para nada ... (2008-07-02)
recordar: Ferreira Leite sublinha que não há dinheiro para nada ... (2008-07-02)
Encomendas
Na sua edição em papel de hoje, o Público - sabe-se lá porquê... -, resolveu antecipar algumas conclusões do estudo, levado a cabo pela Roland Berger, sob encomenda da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), relativo à identificação dos custos e benefícios das renováveis. Refere o Público que esses custos são, afinal, "muito menores do que apontam as contas oficiais do sector" !!!
Como titulava há uns dias o Ecotretas, "Sente-se o pânico" por parte daqueles que, por todos os meios, tentam agarrar-se às ultra-generosas rendas económicas que vêm obtendo à custa do dinheiro público dinheiro dos contribuintes e consumidores. Diz o Público que o estudo, ao apresentar uma "nova análise", «[calcula] de forma diferente alguns benefícios e custos associados à produção eléctrica, com base numa "visão económica ajustada"»!!!
O linguajar é bem conhecido para quem tenha alguma familiaridade com as análises custo-benefício relativas a projectos públicos de investimento. Por exemplo, nas SCUT e no TGV, lá fora como cá, basta (re)valorizar o valor do tempo e fixar níveis de procura estratosféricos para que, num autêntico passe de mágica, projectos financeiramente ruinosos sejam anunciados como de grande valor "económico-social" pela via das "externalidades" positivas que, supostamente, possibilitam. [A este propósito, aqui está disponível uma discussão - séria - sobre o projecto governamental de construção de uma nova linha de alta velocidade para passageiros (HS2) projectada para ligar Londres ao norte de Inglaterra.]
Mas, enfim, fico-me por aqui, para fazer o meu próprio juízo quando, logo à tarde, o documento elaborado pela Roland Berger for divulgado (e publicado?) no site da APREN.
domingo, 25 de setembro de 2011
A ciência e o seu financiamento
Um dos últimos livros que li - e que recomendo vivamente -, foi Rollback, de Thomas E. Woods Jr., historiador e economista da escola austríaca. O livro, publicado no passado mês de Fevereiro, é um repositório de veemente argumentação anti-estatista nos mais variados domínios, desfazendo todo o "novelo" de mitos, um após outro, em que assenta o Big Government nos países ocidentais e, particularmente, nos EUA. Na contracapa, encontramos estas palavras de Ron Paul: "If Congress and the Administration really wanted to learn how to eliminate the deficit, limit government, and protect liberty they would stop wasting taxpayers’ money on ‘debt commissions’ and instead read Rollback."
Numa das secções do capítulo "The Myth of 'Good Government'", Woods desmonta um dos argumentos usualmente utilizados (e raramente examinado...) da necessidade de intervenção estatal para a promoção da ciência: "Without Government Science Funding, Everyone Would Be An Idiot". Woods socorre-se de Terence Kealey e o seu "The Economic Laws of Scientific Research" para rebater esse ponto de vista começando por fazer notar que o progresso científico na Grã-Bretanha em todo o século XIX se faz essencialmente com financiamento privado. Se esse mito fosse verdade, então a França e a Alemanha, onde os governos, à época, tiveram de facto uma intervenção significativo no financiamento de actividades científicas, deveriam ter "provocado" um comparativamente maior progresso científico. Não foi isso que sucedeu, antes o inverso.
Entretanto, enquanto me dedico à leitura do livro de Kealey, que agora vai para a vitrina, aqui fica, via TomWoods, uma palestra de Kealey, de 2009, intitulada "O mito da ciência como bem público [no sentido económico]":
Numa das secções do capítulo "The Myth of 'Good Government'", Woods desmonta um dos argumentos usualmente utilizados (e raramente examinado...) da necessidade de intervenção estatal para a promoção da ciência: "Without Government Science Funding, Everyone Would Be An Idiot". Woods socorre-se de Terence Kealey e o seu "The Economic Laws of Scientific Research" para rebater esse ponto de vista começando por fazer notar que o progresso científico na Grã-Bretanha em todo o século XIX se faz essencialmente com financiamento privado. Se esse mito fosse verdade, então a França e a Alemanha, onde os governos, à época, tiveram de facto uma intervenção significativo no financiamento de actividades científicas, deveriam ter "provocado" um comparativamente maior progresso científico. Não foi isso que sucedeu, antes o inverso.
Entretanto, enquanto me dedico à leitura do livro de Kealey, que agora vai para a vitrina, aqui fica, via TomWoods, uma palestra de Kealey, de 2009, intitulada "O mito da ciência como bem público [no sentido económico]":
(Também publicado no Estado Sentido)
Antecipando as actividades do ex-presidente Obama
por Don Boudreaux, no Cafe Hayek (itálicos meus):
He [President Obama] knows no more about the economic matters upon which he pronounces than does an actor portraying a physician on a television soap-opera knows about cardiology or obstetrics.
His comparative advantage is as a talking show pony, to trot out on the public stage to mouth platitudes, to declaim the splendid ideas of his party, to decry the squalid ideas of the opposing party, and, after he is relieved of the burdens of office, to make millions so that people destitute of critical faculties can get cheap thrills – for which they’ll pay big bucks – by sitting for a few minutes in the same room as a former president of the executive branch of the United States government.
And it will never dawn on any of these people who Oooo! and Ahhh! in the presence of a former president that if that human being, who once sat at the big desk in the Oval Office, were really as magnificent and wonderful and smart and wise and productively creative as he and his handlers and party apologists made him out to be while he was in office, he is nothing but a bum wasting his remarkable talents when he could be founding and operating a private firm (or multiple firms!) that actually put to a genuine market test the ‘big’ ideas he expressed such assurance in while spending other people’s money.
Minha nota: aplicável à generalidade de todos os ex-presidentes, ex-primeiros-ministros, ex-membros do governo e burocratas da regulação que, em funções públicas, não fizeram mais que gastar o dinheiro que não era deles. Sempre em nome do bem-estar colectivo e da promoção do emprego, claro.
Refém
titula o Público (itálico meu):
O Presidente americano deixou na quarta-feira a Assembleia Geral da ONU gelada ao não fazer a menor cedência perante o apelo palestiniano por um Estado devidamente reconhecido. Há um ano, prometera fazer tudo para que esse apelo se transformasse numa realidade. Desta vez, o seu tema foi o compromisso inalienável dos EUA com a segurança de Israel. Obama não quer correr qualquer risco até à reeleição. Está refém da versão mais extremista do Partido Republicano. Também na política externa.Resumindo a lengalenga, Obama está apenas refém de uma coisa: da tentativa da sua reeleição.
Também a Aljazeera acha que Rick Perry está refém de si próprio. De tal modo que escreve: "On Israel and Palestine, Obama is Rick Perry".
Primaveras árabes
A Primavera é, especialmente para aqueles atreitos a alergias, uma estação do ano perigosa. Há uns quinze dias atrás, chamava a atenção para o nosso total desconhecimento sobre a homónima Árabe. Esta notícia, creio, dá uma ideia para onde caminha a da Líbia (grato à Helena Matos pela chamada de atenção).
Forças de segurança iemenitas voltam a disparar contra manifestantes. Um exemplo de uma Primavera, digamos, invernosa (talvez afectada pelas alterações climáticas (ex-aquecimento global)).
Para terminar, uma Primavera de género: Rei da Arábia Saudita anuncia direito de voto às mulheres.
Metásteses
Farmácia em tribunal por especulação em 3,62 euros. "[A farmácia é] acusada de especulação, um crime cuja moldura penal é prisão de seis meses a três anos e multa não inferior a 100 dias."
Há uma dúzia de anos atrás, na empresa onde trabalhava, em Lisboa, foi estabelecido um protocolo com uma farmácia que ficava nas imediações através do qual se possibilitava aos nossos colaboradores um interessante leque de descontos (também em medicamentos). A experiência não durou mais que uns três/quatro meses pois alguém foi contar à farmácia adjacente - a menos de duzentos metros de distância -, o tremendo "crime" que estava a ser praticado. Os descontos tiveram que terminar sob pena de a farmácia lhe ver retirado o alvará ou incorrer numa multa significativa.
George Moustaki - Ma Liberté
Letra:
Ma liberté
Longtemps je t'ai gardée
Comme une perle rare
Ma liberté
C'est toi qui m'as aidé
A larguer les amarres
Pour aller n'importe où
Pour aller jusqu'au bout
Des chemins de fortune
Pour cueillir en rêvant
Une rose des vents
Sur un rayon de lune
Ma liberté
Devant tes volontés
Mon âme était soumise
Ma liberté
Je t'avais tout donné
Ma dernière chemise
Et combien j'ai souffert
Pour pouvoir satisfaire
Tes moindres exigences
J'ai changé de pays
J'ai perdu mes amis
Pour gagner ta confiance
Ma liberté
Tu as su désarmer
Toutes mes habitudes
Ma liberté
Toi qui m'as fait aimer
Même la solitude
Toi qui m'as fait sourire
Quand je voyais finir
Une belle aventure
Toi qui m'as protégé
Quand j'allais me cacher
Pour soigner mes blessures
Ma liberté
Pourtant je t'ai quittée
Une nuit de décembre
J'ai déserté
Les chemins écartés
Que nous suivions ensemble
Lorsque sans me méfier
Les pieds et poings liés
Je me suis laissé faire
Et je t'ai trahie pour
Une prison d'amour
Et sa belle geôlière
Et je t'ai trahie pour
Une prison d'amour
Et sa belle geôlière
O desastre do planeamento central (2)
Na continuação dos dois primeiros artigos sobre o sistema eléctrico espanhol (relevante para nós portugueses pois, à excepção do nuclear, copiámos muitas das soluções que o país vizinho adoptou) o professor Manuel Fernández Ordóñez publicou o terceiro artigo da série, sob a epígrafe "electricidade fiável e não fiável". Um excerto:
Hay dos tipos de tecnologías de generación eléctrica, las fiables y las que no lo son. Las que aseguran nuestro suministro eléctrico y las que no lo pueden hacer. Una central nuclear funciona de media 8.000 horas al año porque tiene la capacidad técnica de hacerlo, un generador eólico funciona de media 2.000 horas al año porque, con la tecnología actual y la distribución de nuestros parques eólicos, eso es todo lo que puedes sacar del viento. Lo mismo sucede con la solar fotovoltaica, que produce únicamente cuando hay sol, o la hidráulica que depende de las precipitaciones...
Tenemos otras tecnologías, sin embargo, con las que sucede algo paradójico. Me refiero especialmente a los ciclos combinados de gas natural y a las centrales de carbón...
Año a año, las centrales de ciclo combinado van perdiendo cuota de mercado debido a la nefasta legislación en materia energética de la que hacemos gala en este país. Entre el marasmo de inseguridad jurídica que nos asola encontramos el Real Decreto 661/2007 que reza en su Anexo XI: "... los generadores de régimen especial tendrán prioridad para la evacuación de la energía producida frente a los generadores de régimen ordinario, con particular preferencia para la generación de régimen especial no gestionable a partir de fuentes renovables". Esta preferencia de despacho de las energías renovables implica, de facto, que si sopla el viento tenemos que apagar las centrales de gas que estén funcionando para comprar, obligatoriamente, todos y cada uno de los kWh de origen eólico.
A gangrena (2)
Economic Intervention Metastasizes Gangrene Here, There and Everywhere, um excerto (itálicos meus):
What has happened could not occur in a free market economy. Free markets allow prices to adjust and resources to be re-allocated automatically. Free markets don’t enable crony capitalism and a corrupt banking system. Problems develop in free markets, of course. But they amount to sniffles or the common cold. Benignly ignored, they cure themselves.
In a world of central management of the economy, every sniffle is treated as a crisis. Interventions are taken to prevent the discomfort of the common cold. Underlying adjustments that allow the economy to correct itself are deliberately suppressed by interventions. Over time repeated interventions need to be larger to cover new and larger problems created by prior interventions. Ultimately a point is reached when further intervention no longer works.
After almost eight decades of government interventions, we have reached that point. Now, it is time to start amputating or else the patient will die.
sábado, 24 de setembro de 2011
Declínio e Triunfo do Liberalismo Clássico
Steve Davies, membro do International for Human Studies (IHS) e do Institute of Economic Affairs (IEA), em duas palestras de 2006 durante um seminário denominado "Advanced Studies in Freedom", percorre o declínio e a ascensão do Liberalismo Clássico (por esta ordem).
Sim, precisamos de um milagre
como escreve Pacheco Pereira. E, talvez por não professar nenhuma religião, racionalmente, só posso estar extremamente pessimista, dada a conhecida escassez dos milagres. Já Silva Lopes, por exemplo, é um praticante da matéria e até teve sucesso nela, reconheça-se, há 30 anos atrás. Mas então havia uma coisa chamada "escudo".
O czar está morto. Longa vida ao czar!
é, a esta hora, o título de caixa da Spiegel online. "Verso e anverso" também não estaria mal.
Imagem retirada daqui |
Os neocons, Obama e o Império
The Latest Ugly Truth About Pakistan, no New York Times. Recomenda-se a leitura especialmente para aqueles que ainda não perceberam que nada mudou no Império com Obama. Nick Anderson, o autor do cartoon, já o percebeu. En passant, lembrar que o Paquistão, país muçulmano, detém armamento nuclear.
Ordens profissionais e Corporações (2)
Vergonha? Nenhuma. A Corporação, como sempre, a tentar viver (confortavelmente) à custa do consumidor e/ou contribuinte via favor, quando não corrupção, estatal:
As farmácias portuguesas arrancam na segunda-feira com uma campanha para promover o uso racional da pílula do dia seguinte, numa altura em que os farmacêuticos se mostram preocupados com um eventual uso incorrecto da contracepção de emergência.
A Ordem dos Farmacêuticos defende, num documento sobre a campanha, que os contraceptivos orais de emergência deveriam integrar uma lista de medicamentos não sujeitos a receita mas que só pudessem ser vendidos em farmácias e não noutros locais de venda de remédios.
O desastre do planeamento central
Não bastaram as dezenas (centenas?) de milhões de mortos decorrentes dos processos “científicos” de industrialização, da pobreza endémica que a todos afectava excepto às nomenclaturas das "vanguardas", dos preços baratíssimos que não eram mais que sinónimos de brutais racionamentos perpétuos, dos passaportes internos que regeriam a “racionalidade” da distribuição populacional pelas diferentes regiões dos países, da corrupção generalizada a todos os níveis das administrações estatais, etc.
As supostas virtudes do “planeamento centralizado”, em países nominalmente capitalistas, continuam a fascinar muito boa gente e a pretender “justificar” absurdas políticas (para o que contam crescentemente com os utópicos "prodígios" da informática). Os banqueiros não vivem sem ele (através dos bancos centrais). Os sindicatos e as diferentes corporações adoram-no e tudo fazem para o perpetuar ainda que sob camuflagem mais ou menos sofisticada. O que aconteceu – o que está a acontecer - com a tremenda escassez de médicos de clínica geral, não invalida que a respectiva Ordem já manifeste a sua preocupação no acesso à profissão por temer vir a existir, no futuro, “excesso” de médicos. Ela que foi o agente activo da actual escassez pelo através de um bem sucedido lobby! Propõe agora um exame de acesso adicional à profissional para assegurar que só possam exercer “melhores”, ou seja, para manterem o mercado em que actuam "protegido" Marinho Pinto, na “outra” Ordem, não diz, nem faz, outra coisa. O ministério da Educação e as Universidades, então, são os sumos pináculos centralizadores. O absurdo, e terceiro-mundista, concurso nacional de professores, só tem paralelo no não menos absurdo concurso nacional de alunos no acesso ao ensino universitário e politécnico. Virtudes destes sistemas: nenhumas. As vantagens circunscrevem-se às forças interessadas na manutenção do seu status quo. Sindicatos, corporações e as burocracias ministeriais e universitárias.
Neste blogue saudei, ainda que com alguns cuidados profilácticos, a extinção das Direcções Regionais de Educação (DRE) porque mais nunca foram que mais uma camada de adiposidade inútil na monstruosa burocracia do Ministério da Educação. Porém, se a essa extinção se vier a suceder uma ainda maior centralização nas decisões sobre a colocação de professores (creio que não, mas espero ainda para ver…), então tudo não terá passado de um embuste pois o que é urgente é caminhar para que as escolas escolham directamente os seus docentes (e restante pessoal) em ordem a que o ensino melhore por via da concorrência que daí resultará entre escolas.
O mesmo se diga quanto ao escândalo, ao absurdo, da colocação centralizada dos alunos nas universidades e politécnicos públicos. Se um dado candidato, tenha ele a idade que tiver, seja ou não filho de funcionário de embaixada ou consulado, ou de um outro grupo discriminado positivamente pela burocracia estatal (para além do ministério da Educação), pretender ser admitido no estabelecimento ‘X’, o que deveria ter de fazer seria prestar exames de acesso ou outro tipo de provas (entrevistas, exames psicotécnicos, etc) a esse estabelecimento conforme decisão dos seus dirigentes e apenas deles. As notas de conclusão do secundário poderiam ser, ou não, factor de selecção na admissão. Caberia a cada escola decidir. Foi isso que sucedeu comigo quando me candidatei à Universidade Católica. Eu e os meus colegas não morremos por isso (*). Qualquer outra solução nas instituições estatais só revela o arcaísmo burocratizante com que são geridas e a auto-desculpabilização pelos resultados dos fracos alunos que, "coitadas", são “obrigadas” a receber.
______________________________(*) - Posso informar que nunca paguei as propinas por inteiro e tive mesmo isenção em três dos cinco anos que constituíam, então, a licenciatura em Economia. Se a memória não me falha, fui sujeito a uma prova de Português e outra de Matemática, a testes psicotécnicos e ainda a uma entrevista individual. Mais acrescento que frequentei, no ano imediatamente anterior à minha entrada na Católica, o primeiro ano na Faculdade de Medicina para onde entrei em resultado do exame nacional de ingresso que então ocorreu (Junho(?) de 1977).
Ordens profissionais e Corporações
Salazar continua entre nós. Até quando?
"As críticas ao curso de Medicina da Universidade de Aveiro, onde as aulas se iniciaram esta semana, reforçaram a intenção da Ordem dos Médicos de impor provas de acesso à profissão. A Ordem diz que haverá médicos a mais e defende os exames como forma de garantir lugar para os melhores."
Expresso, 2011-09-24
Da decadência do Ocidente
Na sua coluna de opinião de ontem, sexta-feira, Vasco Pulido Valente (VPV), reconhecendo Medina Carreira (MC) como "uma das pessoas que hoje vale a pena ouvir em Portugal", examina a asserção deste último que anuncia a decadência económica do Ocidente. VPV diz que o auto-denominado "jurista que sabe fazer contas" foi inquietante. Infelizmente, não pude ouvir MC apesar da chamada de atenção que eu próprio fiz para o seu regresso regular à televisão. De qualquer modo, e com o devido respeito, creio que MC, como sempre, se limita a ser clarividente, enunciando a evidência indesmentível resultante, digo eu, da destruição sistemática e progressiva do capitalismo ocidental, numa autêntica autofagia do seu potencial de prosperidade. A meu ver, é daqui que decorre a decadência política da Europa e da América que VPV, ainda que por outra via, diagnostica. Causa e efeito. Por esta ordem.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
A ciência NUNCA está estabelecida
Tenha ou não tenha fundamento a seguinte notícia: CERN scientists 'break the speed of light'. A ser verdade, Einstein estava enganado. Nada de novo. Já o mesmo tinha acontecido com Newton e antes dele com Plotomeu, só para citar dois grandes nomes.
(Também publicado no Estado Sentido)
O Estado como um bando de ladrões
«We have seen how power became divorced from right, how power opposed right and crushed it, so that the State became an instrument for destroying right – a highly organized band of robbers, capable of threatening the whole world and driving it to the edge of the abyss.»
Papa Bento XVI, citado por Lew Rockwell
A verdade está a chegar
Um haircut (corte de cabelo) no jargão financeiro, vem a caminho na Grécia. Venizelos, ministro das Finanças, fala em 50%. Quase uma carecada. Não creio que vá ficar por aí (e por Atenas).
Até tu, Germânia?
Alemanha oculta 5 biliões [5 milhões de milhões] de dívida.
Isto não é exactamente assim, pelo menos na acepção comum de "dívida". O que a notícia espelha, isso sim, é que se os Estados fossem obrigados, tal como as empresas, a espelharem as suas responsabilidades futuras já incorridas nos seus balanços anuais, a evidência da falência seria oficializada. Como a lei é o estado que a faz, os defensores do "estado social" irão poder continuar durante mais uns anos a empurrar com a barriga a sua própria bancarrota.
Valha-nos a troika
Só hoje tive oportunidade de ler o artigo que o Professor Delgado Domingos publicou no Público, na passada 4ª feira e que aqui agora reproduzo (clicar na imagem para ampliá-la). Delgado Domingos vem explicar, historiando, as rendas económicas que os grandes produtores de electricidade em regime de co-geração (as diferentes papeleiras, a GALP, etc) obtiveram - e que agora não pretendem largar - que, por mero mecanismo de arbitragem que o Estado lhes proporcionou, ou seja, que lhes permitiu comprar electricidade a um preço X no mercado e vender electricidade, em regime de co-geração, a um preço garantido Y, onde Y > X. Resultado: défice tarifário e acréscimo das tarifas de electricidade para (quase) todos. A não se alterar este estado de coisas, diz Delgado Domingos, o sobrecusto, só em 2012, será de 600 milhões de euros. A aldrabice está escondida por detrás de uma tenebrosa sigla: CIEG ("Custos Económicos de Interesse Geral"). Também neste caso, em rigor, de verdadeiros "Interesses Particulares" tornados possíveis pelas distorções introduzidas e mantidas pelos sucessivos governos no mercado produtor e consumidor de electricidade. Valha-nos a troika, que depressa percebeu a marosca (ponto 5.7 do memorando).
Subsídios à produção de electricidade nos EUA
Fonte: Testemunho de Robert J. Michaels, professor de economia da universidade estatal da Califórnia no sub-comité de Água e Energia da Câmara dos Representantes.
Perspectivas energéticas mundiais até 2035
Foi divulgado na segunda-feira passada o International Energy Outlook 2011 que perspectiva a evolução das necessidades energéticas até 2035 (+53%) e do peso das diferentes fontes energéticas. Destacaria dois gráficos do Outlook. O primeiro relativo ao mix energético que evidencia a continuação da importância projectada das energias de origem fóssil:
e um segundo que traduz a tremenda importância de dois gigantes ávidos de energia - a China e a Índia -, com os EUA a servirem de aferição.
Interessante
saber-se que a dívida da Madeira, que AJJ reconhece hoje ser de 5 mil milhões de euros, é virtualmente idêntica à da empresa do Metro do Porto.
CORRECÇÃO: afinal, a dívida do Metro do Porto é apenas metade da da Madeira.
CORRECÇÃO: afinal, a dívida do Metro do Porto é apenas metade da da Madeira.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
A corrupção da ciência (3)
Hiding The Decline Of Everything, por Steven Goddard
Nothing left but lies.
Temperatures are falling due to Chinese aerosols. Sea level is falling due to water hiding under the Greenland ice sheet. The missing heat has sunk to the bottom of the ocean. Record snowfall is due to missing ice. Arctic ice at a phony record low. Storm wind speeds exaggerated……
It is pathetic. Scientists committing fraud to keep the money coming in.
Pat Buchanan sobre Israel
Aconselho a leitura integral de Is the Window Closing on Israel?
[T]oday Israel is more isolated than she has ever been, and the prospects are bleak that she can break out of this isolation.
Hamas rules Gaza. Hezbollah rules Lebanon. The Turks have turned hostile. The Palestinian Authority has given up on Barack Obama and is demanding a state from the Security Council and U.N. General Assembly. Israel’s partner in Egypt, Hosni Mubarak, is gone. The Israeli embassy in Cairo has been sacked. Mobs in Amman have sought to do the same.
George W. Bush was persuaded by neocons that an invasion of Iraq would start the dominoes of Arab tyranny falling and usher in an era of pro-Western democracies in the region.
Not quite. The Arab Spring that followed the U.S. invasion by a decade is bringing down the despots but also unleashing the demons of ethnonationalism and Islamic fundamentalism that are anti-American and anti-Zionist.
Israel’s great patron, America, is in retreat from the region, with her army in Iraq home by year’s end and her autocratic allies down in Egypt and Tunisia and tottering in Bahrain and Yemen.
By 2050, Palestinians west of the Jordan will outnumber Israelis two to one. Syria, Jordan and Egypt, which had 40 million people at the time of the Six-Day War, will have 170 million. Militarily, Israel remains dominant, but neither time nor demography seems to be on her side.
A gangrena (3)
Há uns meses largos escrevia, e peço desculpa por me citar a mim mesmo, que "A nossa doença é muito profunda. Ameaça gangrena." Hoje, no ZH, usava-se também a mesma agressiva palavra. Vale a pena ler todo o post que transcrevo de seguida:
It's possible that the problems in sovereign debt in Europe continue to get worse rather than better, because we are treating the wrong "disease". Everyone has been talking about the risk of "contagion". That makes me think of scientists working in pristine high tech labs searching for a cure, of technicians working on computer models, estimating spread patterns, and citizens walking around with face masks to stop the spread of the "disease".
What we have is gangrene. Doctors with leather aprons covered in blood and saws are the images that come to mind. Whether it was a genteel Confederate soldier or a grizzled Roman legionnaire, there was only one treatment. It was disfiguring and ugly, but effective. We have waited so long that the choice is no longer above or below the elbow. We have let it spread too long, things like EFSF have done nothing but let the disease spread. It is now time to amputate (let defaults occur) and begin the real process of recovery. It won't be easy, but it is better than continuing to ignore the real problem and avoiding taking the hard, painful, but necessary steps.
If Bill Gates is Henry Reardon, Who is Paul Krugman?
Henry Reardon ("Atlas Shrugged") e Ellsworth Toohey ("The Fountainhead") são dois personagens criados por Ayn Rand nos títulos indicados. Donald Luskin, autor do recém "I Am John Galt" explica o porquê da associação que estabelece com Bill Gates e Paul Krugman, respectivamente.
Via Reason.Tv
Aristides Pereira
Um homem que soube levar o seu país por caminhos muito diferentes e infinitamente melhores que os que seguiram as restantes ex-colónias portuguesas. Morreu hoje, aos 87 anos.
E agora já vê?
"Continua a não ser visível o desvio de 2 mil milhões", dizia João Galamba, em 23 de Agosto de 2011, a propósito da socrática "excelente" e "histórica" execução orçamental dos primeiros seis meses do ano.
Nada de novo no Continente e Ilhas Adjacentes
Segundo o Instituto Fraser, Portugal ocupa o 116º lugar (entre 141 países) quanto à regulação do mercado laboral; segundo o Fórum Económico Global, estamos em 122º lugar (entre 142 países) no indicador "eficiência do mercado de trabalho".
O documento negociado entre o governo anterior e a troika prevê (página 22:) "Os despedimentos individuais por inadaptação do trabalhador deverão ser possíveis mesmo sem a introdução de novas tecnologias ou outras alterações no local do trabalho (art.ºs 373‐380, 385 do Código do Trabalho). Entre outras, pode ser acrescentada uma nova causa justificativa nos casos em que o trabalhador tenha acordado com o empregador atingir determinados objectivos e não os cumpra, por razões que sejam da exclusiva responsabilidade do trabalhador".
1º Andamento - O governo pretende, aparentemente cumprir o acordado: [o] Governo vai propor hoje aos parceiros sociais a alteração do conceito de despedimento com justa causa, introduzindo a possibilidade de o trabalhador ser despedido por não cumprir os seus objectivos ou ser menos produtivo (disposição já hoje aplicável mas apenas aos quadros técnicos); a proposta governamental contempla ainda a redução do pagamento do trabalho suplementar para metade dos valores atualmente praticados
O documento negociado entre o governo anterior e a troika prevê (página 22:) "Os despedimentos individuais por inadaptação do trabalhador deverão ser possíveis mesmo sem a introdução de novas tecnologias ou outras alterações no local do trabalho (art.ºs 373‐380, 385 do Código do Trabalho). Entre outras, pode ser acrescentada uma nova causa justificativa nos casos em que o trabalhador tenha acordado com o empregador atingir determinados objectivos e não os cumpra, por razões que sejam da exclusiva responsabilidade do trabalhador".
1º Andamento - O governo pretende, aparentemente cumprir o acordado: [o] Governo vai propor hoje aos parceiros sociais a alteração do conceito de despedimento com justa causa, introduzindo a possibilidade de o trabalhador ser despedido por não cumprir os seus objectivos ou ser menos produtivo (disposição já hoje aplicável mas apenas aos quadros técnicos); a proposta governamental contempla ainda a redução do pagamento do trabalho suplementar para metade dos valores atualmente praticados
2º Andamento, parte A - A Confederação da Indústria Portuguesa diz que a proposta só peca por ser tardia. Compreensível a reacção. Será, a par da Função Pública, onde esta alteração poderia induzir significativas melhorias na produtividade.
2º Andamento, parte B - A Confederação do Comércio Português ... ressalvou a importância de haver consenso em sede de concertação social para impedir despedimentos arbitrários. Nada de novo por aqui...
2º Andamento, parte C - Para Arménio Carlos, da CGTP, a proposta é “execrável” e demonstra a tentativa de “avançar para o tempo da idade média”. Só seria de estranhar se não achasse a ideia execrável;
2º Andamento, parte D - Já na opinião de Paula Bernardo, da UGT, o Governo pretende avançar à pressa para medidas que visam tornar mais fácil o despedimento e a redução de direitos do que avançar com medidas que promovam o crescimento; o PS, em versão sindical;
2º Andamento, parte E - O PS advertiu hoje o Governo que fará "firme oposição" a medidas que abram a porta a despedimentos sem justa causa. O PS no estilo habitual, tergiversando e negando o que o próprio subscreveu quando estava no governo.
2º Andamento, parte B - A Confederação do Comércio Português ... ressalvou a importância de haver consenso em sede de concertação social para impedir despedimentos arbitrários. Nada de novo por aqui...
2º Andamento, parte C - Para Arménio Carlos, da CGTP, a proposta é “execrável” e demonstra a tentativa de “avançar para o tempo da idade média”. Só seria de estranhar se não achasse a ideia execrável;
2º Andamento, parte D - Já na opinião de Paula Bernardo, da UGT, o Governo pretende avançar à pressa para medidas que visam tornar mais fácil o despedimento e a redução de direitos do que avançar com medidas que promovam o crescimento; o PS, em versão sindical;
2º Andamento, parte E - O PS advertiu hoje o Governo que fará "firme oposição" a medidas que abram a porta a despedimentos sem justa causa. O PS no estilo habitual, tergiversando e negando o que o próprio subscreveu quando estava no governo.
Calderón parece querer abandonar a "guerra às drogas"
Desde que o presidente mexicano, Felipe Calderón, iniciou a sua "guerra às drogas" em 2006, já morreram mais de 40 mil pessoas no México ligadas, directa ou indirectamente, ao tráfico de drogas levado a cabo por poderosas máfias dos narcóticos. A sucessão de horrores tem sido de tal ordem que não só têm crescido as tomadas de posição apontando para a ineficácia dessa guerra como mesmo os apelos para a necessidade de a terminar (por exemplo, aqui e aqui). Aliás, o próprio Felipe Calderón vem dando indicações que algo vai ter de mudar. Nesta ocasião, referiu que (itálicos meus)
If [the Americans] are determined and resigned to consuming drugs, they should look for market alternatives that annul the stratospheric profits of the criminals, or establish clear points of access that are not the border with Mexico."Ontem, voltou a referir-se a este assunto, nestes termos:
"We are living in the same building. And our neighbour is the largest consumer of drugs in the world. And everybody wants to sell him drugs through our doors and our windows," he said.Quantos mais milhares de pessoas terão ainda de morrer antes que se acabe com esta insanidade?
"We must do everything to reduce demand for drugs," Calderon added. "But if the consumption of drugs cannot be limited, then decision-makers must seek more solutions -- including market alternatives -- in order to reduce the astronomical earnings of criminal organizations."
Leitura complementar: Mexico’s “Market Alternatives” to the Drug War
Não consigo perceber
Deve ser insuficiência minha, certamente. Mas confesso que vai para além das minhas capacidades entender como uma lei com este texto poderá, alguma vez, contribuir para esclarecer qualquer "enriquecimento ilícito"? Parece-me bem mais provável que seja isto que irá suceder caso a lei venha a entrar em vigor.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Os governos nada sabem de Economia
Estamos em Setembro de 2001. A Enron Corporation, empresa que actuava predominantemente no mercado da energia, apresenta o seu pedido de protecção de credores (i.e. falência) perante a incredibilidade geral. No ano anterior, a empresa tinha apresentado um volume de negócios superior a cem mil milhões de euros. A Fortune tinha-a escolhido, por seis anos consecutivos (terminados em 2001), como a “Empresa Americana Mais Inovadora “. Afinal tudo não passava de uma monstruosa fraude que contou com conivência da empresa de auditoria – a Arthur Andersen. O escândalo foi de tal ordem que a Arthur Andersen foi obrigada a dissolver-se. Tudo isto pode ser consultado na Wikipedia. O que já é mais difícil de encontrar é que a Enron foi a primeira grande empresa a abraçar a adopção da energia solar (em 1994) e eólica (1997). O seu CEO anunciava que a Enron se aprestava a ser a empresa do futuro como “empresa verde” líder. As empresas que representavam o Big Oil eram o passado.
Em 1999, a Enron exerceu um forte lobby sobre o então governador do Texas, George W. Bush, no sentido de que fosse publicada legislação que tornasse o Texas o estado de eleição para a promoção activa das novas renováveis através da imposição, pela lei, de quotas “verdes”. Aliás, muito provavelmente, nenhuma entidade americana “fez mais” pelas novas renováveis que a fraudulenta e corrupta Enron que, de resto, nunca apresentou um cêntimo de lucro nas suas áreas “verdes”.
Esta história, real, deveria ter sido recordada e servido de aviso à actual administração americana quando esta decidiu atribuir à Solyndra (empresa americana, encerrada este ano, que fabricava painéis solares) um empréstimo de 535 milhões de dólares, em 2009, apesar da mesma apresentar na altura um resultado negativo acumulado de 558 milhões de dólares nos cinco anos precedentes.
Lições a tirar, pelo Institute of Energy Research (realces meus):
There is little excuse for the present situation of the Obama Administration with its solar loan guarantees souring. Did not DOE (Department of Energy) Secretary Stephen Chu tell the New York Times that solar technology would have to improve fivefold to be competitive? Aren’t politically dependant companies, à la Enron, bad risks given that consumers bat last?
Government trying to pick energy winners instead has picked energy losers—and picked the taxpayer’s pocket.
Nota: na última frase da caixa, onde está "energy" poderia estar qualquer sector de actividade. Os governos nada sabem de empresas ou de tecnologias e desconhecem tanto o futuro como qualquer um de nós. Mesmo os que disponham de um (exótico) Secretário de Estado do Empreendorismo!
(Também publicado no Estado Sentido)
Quanto mais tarde, provavelmente pior (4)
para não dizer de certeza. Creio que César das Neves diz tudo aqui (não esquecer de visionar o video).
Aliás, notícias como esta vêm-se repetindo: Lloyd’s of London levanta dinheiro de bancos "periféricos" devido aos receios da crise.
Cheira-me que vem aí um regime sucedâneo
das relações de trabalho a aplicar nas empresas de transportes sob tutela estatal. É o que leio no Jornal de Negócios (itálicos meus):
O Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, adiantou que o Governo quer agora "actuar do lado custo", ou seja, terminar com "um conjunto de práticas erradas que derivam de práticas passadas, de valores e direitos históricos", que "não fazem sentido numa sociedade que se quer eficiente".
Mais um
WUWT: New peer reviewed paper: clouds have large negative cooling effect on Earth’s radiation budget
[N]ow we have three peer reviewed papers (Lindzen and Choi, Spencer and Braswell, and now Richard P. Allan) based on observations that show a net negative feedback for clouds, and a strong one at that.
...
The key paragraph from the new paper:
…the cloud radiative cooling effect through reflection of short wave radiation is found to dominate over the long wave heating effect, resulting in a net cooling of the climate system of −21 Wm−2.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Liberdade económica (ou falta dela) em Portugal
Foi hoje publicado pelo Instituto Fraser o relatório sobre a Liberdade Económica do Mundo em 2011 (com dados de 2009). Portugal, entre 141 países, ocupou o 59º lugar, caindo seis lugares face ao ano anterior. A tabela abaixo, extraída do relatório, evidencia que a matéria da regulação (e da concomitante dimensão do estado) é a mais penalizadora para nós.
Evolução do índice de liberdade económica em Portugal | |||||||
Dimensão estado | Sistema legal | Moeda sã | Liberdade comércio internacional | Regulação (global) | Regulação crédito | Regulação laboral | Regulação negócios |
5.6 (100º lugar) | 6.7 (35º) | 9.6 (10º) | 7.1 (46º) | 5.7 (122º) | 6.1 (129º) | 5.2 (116º) | 5.9 (72º) |
A tabela a seguir apresenta a evolução do índice desde 1975
Evolução do índice de liberdade económica em Portugal | |||||||||||||||
Ano | 1975 | 1980 | 1985 | 1990 | 1995 | 2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004 | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 |
Índice | 4.28 | 5.99 | 5.74 | 6.54 | 7.32 | 7.37 | 7.25 | 7.41 | 7.38 | 7.48 | 7.11 | 7.16 | 7.16 | 7.07 | 6.90 |
O gráfico abaixo ilustra a relação entre a prosperidade, medida pelo produto per capita, e a liberdade económica:
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