segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
A ideologia dominante e a venda do pavilhão Atlântico
A notícia da venda do pavilhão Atlântico por 21,2 milhões de euros (tinha custado 50 milhões) voltou a revelar não apenas a conhecida iliteracia económica, que caracteriza a sociedade portuguesa e é particularmente marcada entre os estratos mais letrados, mas também a profunda desconfiança para com os empreendedores que têm a audácia (o desplante?) de pretender lucrar com os seus investimentos.
O João Miranda imputa este fenómeno ao que designa por "Falta de capacidade de julgamento" e procura desmontar o raciocínio falacioso segundo o qual, pelo facto de a estrutura ter custado 50 milhões, vendê-la agora por pouco mais de 21 milhões "só pode ser um negócio ruinoso" para o Estado (e, por arrasto, para "todos nós"). Puro engano. "[N]ote-se que o que foi ruinoso não foi a venda do Pavilhão Atlântico. Ruinosa foi a decisão de o construir."
Poderia acrescentar que custos económicos já incorridos (históricos, portanto) são irrelevantes para a tomada de decisões futuras. Exemplificando: se por hipótese já foram investidos 10000 euros num dado projecto, tal facto, só por si, não justifica que se gastem outros dez mil para o completar. Com efeito, se depois de iniciado, se concluir que o projecto não irá ser viável (por exemplo, porque as taxas de juro de financiamento entretanto subiram), a decisão racional será a de parar o investimento e, eventualmente, abandoná-lo em definitivo. Talvez que a intuição leve muitos a concluir que, actuando, desta forma, o empresário desperdiçou 10000 mil euros, mas a intuição está errada. Com o cancelamento do projecto evita-se sim que o "desperdício" seja agravado em dez mil euros adicionais. Reparem ainda que se o critério para aferir o valor de um activo público fosse o custo despendido na sua construção, a REFER, por exemplo, seria uma empresa riquíssima o que, creio, e apesar de tudo o que o precede, não será a opinião maioritária...
Mas o aspecto que me parece mais importante salientar a propósito deste episódio é o que ele revela quanto à dominância da ideologia estatista em matéria de política económica, particularmente entre a intelectualidade, em Portugal como na generalidade dos países ocidentais. Robert Higgs, o autor do obrigatório Crisis and Leviathan, identifica aqui dez postulados de acção dos adeptos estatistas, razão de ser da secular e crescente invasão da esfera privada por parte do Estado (tradução minha, livre):
Lapidar.
O João Miranda imputa este fenómeno ao que designa por "Falta de capacidade de julgamento" e procura desmontar o raciocínio falacioso segundo o qual, pelo facto de a estrutura ter custado 50 milhões, vendê-la agora por pouco mais de 21 milhões "só pode ser um negócio ruinoso" para o Estado (e, por arrasto, para "todos nós"). Puro engano. "[N]ote-se que o que foi ruinoso não foi a venda do Pavilhão Atlântico. Ruinosa foi a decisão de o construir."
Poderia acrescentar que custos económicos já incorridos (históricos, portanto) são irrelevantes para a tomada de decisões futuras. Exemplificando: se por hipótese já foram investidos 10000 euros num dado projecto, tal facto, só por si, não justifica que se gastem outros dez mil para o completar. Com efeito, se depois de iniciado, se concluir que o projecto não irá ser viável (por exemplo, porque as taxas de juro de financiamento entretanto subiram), a decisão racional será a de parar o investimento e, eventualmente, abandoná-lo em definitivo. Talvez que a intuição leve muitos a concluir que, actuando, desta forma, o empresário desperdiçou 10000 mil euros, mas a intuição está errada. Com o cancelamento do projecto evita-se sim que o "desperdício" seja agravado em dez mil euros adicionais. Reparem ainda que se o critério para aferir o valor de um activo público fosse o custo despendido na sua construção, a REFER, por exemplo, seria uma empresa riquíssima o que, creio, e apesar de tudo o que o precede, não será a opinião maioritária...
Mas o aspecto que me parece mais importante salientar a propósito deste episódio é o que ele revela quanto à dominância da ideologia estatista em matéria de política económica, particularmente entre a intelectualidade, em Portugal como na generalidade dos países ocidentais. Robert Higgs, o autor do obrigatório Crisis and Leviathan, identifica aqui dez postulados de acção dos adeptos estatistas, razão de ser da secular e crescente invasão da esfera privada por parte do Estado (tradução minha, livre):
- Se um problema social ou económico parecer existir, o Estado deve impor regulamentação para o sanar.
- Se já tiver sido imposta regulamentação, ela deverá ser mais extensa e severa.
- Em caso de ocorrência de uma recessão económica, o Estado deve adoptar programas de "estímulo" utilizando activamente os poderes fiscal e monetários que detém.
- Se a recessão persistir, apesar da adopção de programas de "estímulo", o Estado deverá aumentar a dimensão desses programas.
- Se a tendência do crescimento económico parecer ser demasiado lenta para satisfazer o padrão dos poderosos, o Estado deve intervir para acelerar o ritmo de crescimento através de "investimentos" em infra-estruturas, saúde, educação e progresso tecnológico.
- Se o Estado já estava levando a cabo esses "investimentos",deverá aumentá-los ainda mais.
- Os impostos sobre "os ricos" devem ser aumentados durante uma recessão, para reduzir o défice orçamental do Estado.
- Os impostos sobre "os ricos" devem também ser aumentados durante a fase expansionária da actividade económica, para garantir que eles pagam a sua "parte justa" (isto é, o grosso) do total dos impostos para reduzir o défice orçamental do Estado.
- Se os progressistas [progressives] entrevêem uma "falha de mercado" de qualquer tipo, o Estado deve intervir de uma qualquer forma que prometa criar o Nirvana.
- Se o Nirvana não resultar das intervenções passadas e correntes, a intervenção estatal deve aumentar até que o Nirvana seja alcançado.
Citação do dia (59)
"At the end of a century that has seen the evils of communism, Nazism and other modern tyrannies, the impulse to centralize power remains amazingly persistent."
sábado, 28 de julho de 2012
Free Market Environmentalism
Walter Block, numa recente palestra em São Paulo, explica como o mercado, se deixado a si próprio funcionar (através dos direitos de propriedade e da livre formação de preços), pode endereçar as grandes questões ambientais que, precisamente, a ortodoxia dominante apresenta como justificadoras da intervenção estatal e consequente destruição do funcionamento do mercado. Palestra longa mas, como sempre acontece com Block, muito instrutiva e sempre com boa disposição (via LRC).
Temas abordados por Block:
- Poluição do ar (5:27)
- Sacos de papel vs. sacos de plástico (18:00)
- Sobrepopulação (25:50)
- Florestas (30:25)
- Exaustão de recursos naturais (35:12)
- Extinção de espécies (35:12)
- Aquecimento global (50:30)
- Perguntas e respostas (54:20)
Citação do dia (58)
"The highest manifestation of life consists in this: that a being governs its own actions. A thing which is always subject to the direction of another is somewhat of a dead thing."
São Tomás de Aquino
sexta-feira, 27 de julho de 2012
A iliteracia da NASA
Com a histeria alarmista que lhe é habitual, o jornal Público chamou ontem à sua primeira página da edição em papel, os "extraordinários" baixos níveis a que chegou a superfície gelada da Gronelândia. Ilustrava esse "alerta" com a reprodução das seguintes fotografias da NASA:
A própria NASA, no dia 24, 3ª feira, tinha emitido este press release com o inflamado título (realce meu) "Satellites see Unprecedented Greenland Ice Sheet Melt". Sem precedentes, caramba! Todavia, lendo o texto completo do próprio press release, lê-se que o fenómeno agora verificado não só tem "precedentes" (o anterior ocorreu em 1889) como se sabe que ocorre, em média, uma vez em cada 150 anos, o que faz do acontecimento agora verificado algo de normal, "right on time"!
“Ice cores from Summit show that melting events of this type occur about once every 150 years on average. With the last one happening in 1889, this event is right on time,” says Lora Koenig, a Goddard glaciologist and a member of the research team analyzing the satellite data.Como não acompanhar o que se escreve no World Climate Report sob o título Iliteracy at NASA?
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Mas dantes não era assim?
Médicos recém-formados só poderão ir para zonas onde haja falta de recursos.
Desculpem qualquer coisinha pela ingenuidade.
Desculpem qualquer coisinha pela ingenuidade.
Epifania regulatória
Concorrência: Painéis de preços nas auto-estradas tornaram combustíveis mais caros.
Em tempo: quem sugeriu a colocação dos painéis foi a AdC ("Autoridade da Concorrência") precisamente para "estimular" a transparência e a concorrência...
quarta-feira, 25 de julho de 2012
A Natureza dos Direitos
Na sequência da incursão em "Da legitimidade dos direitos", proponho-vos hoje ouvir (com legendas em português) a perspectiva de Ayn Rand sobre a definição do que são e do que não direitos e do que daí decorre no quadro da filosofia que desenvolveu: o Objectivismo.
Por que razão os pais não avisam os filhos?
Esta pergunta, aqui formulada por Gary North, a propósito da obsessão por "canudos" inúteis, ainda que caríssimos (mesmo quando aparentam ser "gratuitos"), é realmente brutal.
Só encontro uma explicação para um comportamento genericamente tão passivo, quando não omisso, por parte de muitos dos pais na não orientação dos seus filhos: a fraude, porque é disso que se trata, perpetrada pelos sucessivos "apaixonados" pela educação, pela "igualdade de oportunidades", pelas "competências", pelas "qualificações", pelas "aprendizagens", etc., há décadas anunciadoras da obtenção do Céu na Terra. Malditos sejam!
Ai vão de carrinho, vão
Resgate de Paris ao sector [automóvel] passa por carros ‘verdes’ como afirmou o ministro da Recuperação Produtiva(!), Armand Montebourg: "Vamos dar apoios massivos aos veículos híbridos e eléctricos e acentuar as medidas ligadas aos benefícios ecológicos. E finalmente favorecer as fabricantes automóveis que operam no território francês".
Pobre França!
terça-feira, 24 de julho de 2012
Se dúvidas subsistissem
elas teriam ficado esclarecidas com estas orientações do ministério de Nuno Crato: a escola pública tem, como sua prioridade máxima, manter o emprego dos que já estão instalados. Ensinar, instruir, é meramente subsidiário. Aliás, ainda que sem provas, estou há muito convencido que a decisão política tomada de tornar a escolaridade obrigatória até aos 18 anos visou, essencialmente, atenuar o aparecimento de mais uns milhares de "horários zero". Ainda que à custa do crime cometido sobre os visados, reiterado neste patético parecer duma inutilidade chamada Conselho Nacional de Educação, (in)compreensivelmente ainda não extinto.
Em empresas privadas, situações desta natureza - em economês, denominadas de subemprego - seriam impossíveis de manter de forma generalizada sob pena de risco real de falência.
Parece-me altura de voltar a contar a história de um empresário norte-americano que estava viajando pela China por alturas do “Grande Salto em Frente”.
O seu guia mostrou-lhe uma barragem de terra que estava a ser construída por 100 operários chineses manuseando pás. O americano pergunta: "por que não usar apenas um homem e uma escavadora e conseguir construir a barragem num dia?" O guia respondeu: "se fizéssemos isso, então teríamos 99 homens sem trabalho." Ao que o americano retorquiu: "Oh, eu pensei que vocês estivessem a construir uma barragem. Se o vosso objectivo é criar empregos então por que não deitam as pás fora e as substituem por colheres?"
_____________________________
Nota: a continuar com taxas de natalidade tão baixas quanto as nossas, e com um crescimento económico tão medíocre que já nem somos capazes de atrair imigrantes provenientes de países mais pobres que nós, está em causa a nossa própria sobrevivência enquanto comunidade. Um olhar para a dedução à colecta do IRS, no ano fiscal de 2012, por dependente - no máximo, de 190 euros - deveria talvez fazer pensar os professores no porquê do maior problema que têm (todos temos) pela frente: falta de crianças.
Citação do dia (57)
"Created by the wars that require it, the machine now created the wars it required."
Joseph Schumpeter
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Tapando o sol como uma peneira
Espanha proíbe 'short-selling' por três meses.
ACTUALIZAÇÃO (18:03):
ACTUALIZAÇÃO (18:03):
Dei agora conta que também a Itália proibiu hoje esta prática que consiste em vender títulos que não se possuem para os voltar a comprar, pouco tempo depois, a um preço, supostamente, mais baixo. Mas como o Coyote aqui explica, com uma clareza meridiana, trata-se de um péssimo serviço dos "reguladores" (meus realces):
[B]anning short selling [as a response to economic problems] is roughly equivalent to banning criticism of the government during a political crisis. Or perhaps more accurately, its like trying to improve poll results by not polling people with negative opinions. Short-selling has utility for the actual traders involved because it helps them achieve whatever financial or risk-management goals they might have. Short-selling has utility for the rest of us because it allows the full range of opinions to be expressed about the value of a particular company or asset. Nothing in a market economy is worse than having prices that have no meaning.
Citação do dia (56)
Much of the social history of the Western world over the past three decades has involved replacing what worked with what sounded good.
Thomas Sowell, Is Reality Optional?, 1993
A incessante rapina fiscal
IMI aumenta 400% e será uma 'catástrofe tributária'.
Para aqueles que ainda não tinham reparado, os que se julgam proprietários de prédios, rústicos ou urbanos, são na realidade arrendatários. Sucede que as rendas dos prédios são fixadas unilateralmente por uma das partes: a que tem o poder da penhora, da polícia e da prisão.
A inversão dos termos
Segundo noticia o Expresso, para o líder do PS, António José Seguro, "A austeridade não pode destruir o Estado Social". Pias palavras.
Pelo contrário: será a tentativa de manter o Estado "social" em níveis semelhantes aos actuais, coisa que o governo actual, de resto, prossegue com afinco, que nos irá impor crescentes doses de "austeridade", ou seja, de realidade. Lembram-se de Medina Carreira?
Sinais (15)
Miguel Madeira perguntava ontem, aqui, se os bancos gregos abririam hoje de manhã ou se durariam até ao próximo fim-de-semana, depois das notícias de Domingo que davam conta de que o FMI já "teria desistido" da Grécia. É certo que o dia de hoje chegou e os bancos gregos (ainda) abriram. Mas o fim não deve andar longe (ainda que os zombies, frequentemente, custem a aceitar que já morreram).
É certo que se mantém o truísmo que "a Espanha não é a Grécia", mas um outro fim parece aproximar-se, inexorável: o fim da negação de que não seria preciso um novo o resgate soberano: yields dos títulos da dívida pública espanhola a 10 anos a chegar a 7.5%, um spread para os títulos germânicos que atinge os 640 pontos e a bolsa espanhola a dar um novo tombo que já rondou os 5% hoje de manhã.
Notícias tecnológicas (e palermas)
No Telegraph desconhece-se a diferença, economicamente substantiva e muito para além de mera questão semântica, entre uma posição de mercado relevante e um monopólio: Mozilla's Firefox Mobile OS to battle an Android monopoly (então o iOS, o Blackberry OS, o Windows, etc?). Mas não é de admirar pois esta confusão, de resto premeditada, surge no dealbar do século XX e desenvolve-se ao longo da "Era Progressiva" (sensivelmente correspondente aos mandatos consecutivos de Theodore Roosevelt, William H.Taft e Woodrow Wilson). Foi ela que "justificou" o desenvolvimento das agências regulatórias, supostamente para defender a concorrência capitalista mas, na realidade, para a tentar suprimir protegendo os interesses instalados (é o tema do livro que ocupa agora a vitrina, de Gabriel Kolko).
Já no doméstico Diário Económico se pode ler o seguinte, sob o título Resultados da Microsoft resistem a perda histórica (meus realces) onde creio detectar uma espécie de antecipação de odor a cadáver, quando se faz equivaler uma "primeira vez" a uma "tendência": "Pela primeira vez na sua história, a maior fabricante mundial de ‘software' apresentou perdas nas suas contas trimestrais. Embora no global do ano fiscal de 2012 os resultados tenham superado as previsões dos analistas, a verdade é que desde que entrou em bolsa, em 1986, a tecnológica fundada por Bill Gates nunca reportara esta tendência."
domingo, 22 de julho de 2012
Citação do dia (55)
It has been said that the problem lies with public education and information. But we are badly deceived to believe that more schools and lectures, or a popularization of books and journals could promote the right doctrine to victory. In fact, false doctrines can recruit their followers the same way. The evil consists precisely in the people’s intellectual disqualifications to choose the means that lead to the desired objectives. The fact that facile decisions can be foisted onto the people demonstrates that they are incapable of independent judgment. This is precisely the great danger.
Ludwig von Mises, Notes and Recollections
sábado, 21 de julho de 2012
O ataque dos economistas à propriedade privada
e a defesa do status quo é do que trata Detlev Schlichter no seu artigo Happy Interventionists: The Economist’s Attack on Your Property. Um excerto (realces meus):
The central problem in the present crisis – in Europe and elsewhere – is that states have assumed obligations they are unable to meet. So have many banks. In principle, this should only be of concern to the two parties to the contract – debtor and creditor. Ultimately, any entity can go bankrupt, including sovereign states, and there is no need to drag an ever larger group of innocent bystanders into this calamity. Specifically, there is no reason why a defaulted state would have to force its citizens to adopt a new currency. There is as little need for all Greeks to stop using the euro after the bankruptcy of the Greek government as there is for all Californians to stop using the dollar after the bankruptcy of the Californian government.
It is, of course, to be expected that a defaulted government would find it difficult to borrow again and that it, therefore, would have to live within the confines of its income from taxation. This is precisely why the political and bureaucratic class doesn’t like it – and why their intellectual handmaidens, the economists, come up with schemes to rather make everybody else pay. They happily impose an inflation tax on all money-users as long as it keeps the state borrowing and spending and living high on the hog on confiscated wealth, and as long as it keeps the banks from shrinking and asset prices from falling. The status quo must be protected at all cost.
Educação e desenvolvimento económico
Ofertas para soldadores e mecânicos com salários mais altos que doutores e engenheiros.
Num país "normal", o título desta notícia do Correio da Manhã de hoje, não espantaria ninguém. Por cá, soa a escândalo. Então a geração "mais qualificada de sempre" não consegue um salário melhor que um "modesto" soldador ou pasteleiro? Então e os "direitos" que assistem aos jovens pelo esforço colocado no "queimar das pestanas"? E as "justas expectativas" que daí decorriam? E, numa formulação mais "moderna", por que não assistimos à rentabilização do "capital humano" que a frequência do ensino superior, inevitavelmente, teria constituído?
No Expresso de hoje (a que dei uma olhada em exemplar de pessoa amiga), Maria Filomena Mónica recomenda (sob o título que encima este post), ainda uma outra vez, a leitura de "Does Education Matter", de Alison Wolf, para contestar a suposta relação de causalidade entre uma maior extensão na frequência do ensino superior e maiores níveis de desenvolvimento económico no que constitui um dos maiores mitos que se instalou em quase todas as sociedades ocidentais.
Através da preciosa ajuda de "modelos" estatísticos - que nunca poderão fornecer explicações de causa-efeito -, bibliotecas veiculadoras do sociologismo dominante justificaram a suposta inerente bondade da massificação da frequência universitária, e deram aos políticos do "Estado Social" a "legitimidade" da imposição dos correspondentes impostos para a financiar. Na mesma linha, num linguajar economês, a "rentabilização" económica dessa despesa pública estaria assegurada através da eclosão das famosas "externalidades positivas".
Tretas trágicas propagadas por ignorantes da História e da Acção Humana.
A falência do solar agora em pleno deserto
Catorze meses depois da sua abertura, financiada com 20 milhões de dólares entre subsídios e empréstimos, a Amonix anunciou o encerramento da sua fábrica de painéis solares a norte de Las Vegas, juntando-se assim a uma longa lista de sucessivos falhanços "verdes" sempre à custa, claro dos contribuintes. É caso para dizer, como o faz Fred Thompson: "Amazing. Obama found a way to lose money investing in a solar company located in a desert."
sexta-feira, 20 de julho de 2012
O dispendioso e inútil estorvo das agências regulação
Não faço ideia, nem isso me interessa minimamente, se é ou não verdade que a Lactogal vinha "impondo condições anticoncorrenciais" (supostamente, fixação de preços mínimos de venda) aos seus clientes na restauração e hotelaria. Que se saiba, a Lactogal não é monopolista nos sectores onde actua e assim, se por hipótese, essa prática comercial era de facto efectiva, o que a empresa aliás desmente, não vejo que ela seja lesiva do que quer que seja pois esses clientes tinham certamente alternativa de abastecimento. Por outro lado, creio improvável que a Lactogal tenha recorrido a uma qualquer máfia ou. sequer, a um bando de arruaceiros para obrigar os seus clientes a lhes comprar os produtos.
Os burocratas dessa ent(inutl)idade que se dá pela sigla de AdC e que aliás não fazem uma ínfima ideia do que seja uma empresa, fariam bem melhor em explicar ao Governo por que razão a fixação de tabelas de preços de serviços de notário, de actos médicos, de medicamentos ou de salários, por critérios meramente administrativos, e à escala nacional são, esses sim, altamente lesivos da concorrência e do bem-estar. Pelo menos alguns dos muitos economistas que por lá pululam hão-de ter estudado esses capítulos da matéria.
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Declaração de interesses: não só accionista, directa ou indirectamente, da Lactogal nem, tanto quanto julgo saber, de qualquer outra empresa do sector ou fora dele. É certo que bebo leite de quando em vez, preferindo Vigor.
Está a chegar o estouro da "mãe de todas as bolhas"
Peter Schiff, conhecido investidor e comentador dos mercados financeiros, de marcada persuasão "Austríaca", foi um dos economistas que previu a eclosão da crise do crédito hipotecário em 2008 ("subprime"). Escorou a sua previsão na sequência do estratosférico crescimento da bolha imobiliária, alimentada pelo longo período de taxas de juro mínimas (por manipulação da Fed), do completo abandono das regras prudenciais na atribuição indiscriminada de crédíto, a quem não o podia suportar, a título da famigerada política de "affordable housing" com o beneplácito activo das administrações de George H. Bush, de Bill Clinton e de George W. Bush e dos sucessivos Congressos.
Schiff não é naturalmente infalível em prever o futuro. Ninguém o é. Mas apresenta fortes razões, nesta entrevista à Forbes, para antever um inevitável crash do mercado da dívida pública americana. É até suficientemente temerário para o situar... em 2013.
Acerte ou erre na sua previsão, há muitos mais que pensam, como Schiff, que viver décadas a fio, à custa da emissão de dívida (adquirida em boa parte por estrangeiros), é insustentável, é irracional e é imoral. Mesmo para um país cuja economia vale anualmente $US 15 trillions, que detém "impressoras" próprias e tem a capacidade de controlar a velocidade das "rotativas". (Michael Ramirez, um dos meus cartoonistas preferidos, agarra aqui bem esta ideia.)
David Stockman, a par de outros como, por exemplo, Jim Rogers ou Marc Faber, é outra figura pública que apela à sanidade. Em especial, à desarticulação da Fed e da manipulação que o banco central faz da moeda em benefício dos grandes bancos e, bem assim, dos governos das sucessivas administrações, em particular desde a chegada de Greenspan e Bernanke ao leme da Fed. (Stockman fez parte da administração Reagan no primeiro mandato deste, tendo saído profundamente desagradado com a total falta de vontade do governo, então como agora, em parar a incessante subida da despesa pública). Dei por muito bem empregues os 30 minutos que despendi a ouvi-lo no vídeo que se segue:
Jornais, jornalistas. notícias, títulos e substância
Escrevo, faltando uns poucos minutos para as 18 horas. Percorri os sites dos principais jornais à procura do caso Freeport e tirei fotografias das respectivas "capas". Ei-las:
Público: Freeport: tribunal absolve arguidos mas manda investigar Ambiente
Expresso: Freeport: fortes indícios de pagamentos ilegais
Sol: Arguidos do caso Freeport absolvidos
DN: Tribunal manda investigar José Sócrates
JN: Charles Smith e Manuel Pedro absolvidos no caso Freeport
i: Freeport. Arguidos absolvidos. Fortes indícios de pagamentos ilegais serão averiguados
Noto uma única referência à incontornável personalidade neste caso quando, sob qualquer critério estritamente jornalístico, teria que haver seis. Por que será?
quinta-feira, 19 de julho de 2012
O despudor fiscal do Monstro
Quantas vezes já nos contaram a patranha segundo a qual o "combate" à evasão fiscal é algo de moralmente imperativo porque - assim reza a ladainha - se "todos pagassem a sua parte", a carga fiscal sobre os cumpridores seria inferior à que existe?
Ora, se algo tenho por certo é que, pelo contrário, quanto maior for o nível de impostos arrecadados maior será o nível de despesa pública o qual, por sua vez, exigirá ainda mais e maiores impostos, seja no presente, seja de modo diferido (para pagar a dívida pública).
O que o Governo, recorrendo à mentira costumeira, nos vem agora pedir é que colaboraremos no apertar do "torno fiscal", a troco da dedução de uns miseráveis euros na colecta do IRS, numa inspiração sul-americana, que embarquemos no canto da sereia insaciável da despesa estatal. Fá-lo precisamente no ano em que, num pérfido exercício de novilíngua, "matou" as deduções fiscais na educação, saúde, PPR, etc., para diminuir a "despesa fiscal" (repescando a habilidade linguística introduzida por Teixeira dos Santos para camuflar uma nova e REAL subida de impostos).
Considero tudo isto um autêntico insulto à inteligência do contribuinte pois só há uma via para a redução dos impostos: a correspondente redução da despesa pública. Que saibamos ater-nos a esta simples verdade.
Ora, se algo tenho por certo é que, pelo contrário, quanto maior for o nível de impostos arrecadados maior será o nível de despesa pública o qual, por sua vez, exigirá ainda mais e maiores impostos, seja no presente, seja de modo diferido (para pagar a dívida pública).
O que o Governo, recorrendo à mentira costumeira, nos vem agora pedir é que colaboraremos no apertar do "torno fiscal", a troco da dedução de uns miseráveis euros na colecta do IRS, numa inspiração sul-americana, que embarquemos no canto da sereia insaciável da despesa estatal. Fá-lo precisamente no ano em que, num pérfido exercício de novilíngua, "matou" as deduções fiscais na educação, saúde, PPR, etc., para diminuir a "despesa fiscal" (repescando a habilidade linguística introduzida por Teixeira dos Santos para camuflar uma nova e REAL subida de impostos).
Considero tudo isto um autêntico insulto à inteligência do contribuinte pois só há uma via para a redução dos impostos: a correspondente redução da despesa pública. Que saibamos ater-nos a esta simples verdade.
Fraude, o porquê da Grande Recessão
Jesús Huerta de Soto, professor catedrático de Economia do Instituto Juan de Mariana de Madrid e um dos mais proeminentes representantes da Escola Austríaca na Europa, foi o principal patrocinador do documentário que se segue através do qual se proporciona uma narrativa radicalmente revisionista daquela veiculada pelo mainstream.
Segundo esta, não são os mercados que devem ser responsabilizados pela Grande Recessão; pelo contrário, as suas origens resultam antes das profundas intervenções dos governos e manipulações dos bancos centrais nas economias. Através de mecanismos fraudulentos, são estas acções que provocam ciclos recorrentes de euforia e depressão. Aliás, imputar a responsabilidade das crises a entidades que há muito deixaram de existir - como os "mercados livres" (free markets) - é esquizofrénico, senão mesmo intelectualmente desonesto.
Segundo esta, não são os mercados que devem ser responsabilizados pela Grande Recessão; pelo contrário, as suas origens resultam antes das profundas intervenções dos governos e manipulações dos bancos centrais nas economias. Através de mecanismos fraudulentos, são estas acções que provocam ciclos recorrentes de euforia e depressão. Aliás, imputar a responsabilidade das crises a entidades que há muito deixaram de existir - como os "mercados livres" (free markets) - é esquizofrénico, senão mesmo intelectualmente desonesto.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Chegou o longo prazo e suas consequências
Ouvimos, décadas a fio, em particular desde o New Deal, justificar toda e qualquer intervenção governamental destinada, segundo os políticos, a melhorar a vida dos que sofrem ou, simplesmente, dos que menos têm, em especial, em situação de crise económica. Às objecções daqueles, na tradição clássica e austríaca, de que as intervenções do Estado na economia poderiam provocar mais malefícios que benefícios a longo prazo (como chamava a atenção, por exemplo, Frédéric Bastiat), Keynes famosamente retorquiu que "a longo prazo, estaremos todos mortos".
A manipulação dos governos na esfera da despesa pública e sucessivo alargamento de intervenção na economia, nos níveis crescentes de impostos sem todavia evitar astronómicos níveis de endividamento, junta-se agora a descomunal manipulação monetária levada a cabo pelos bancos centrais. O mundo ocidental caminha, a largos passos, para uma espécie de japonização mundial querendo com isso significar a estagnação e declínio relativo do gigante do Oriente após 20 anos de receitas keynesianas e monetaristas (estímulos monetários). Dir-se-ia que o longo prazo chegou, finalmente, e ameaça instalar-se por muito tempo caso não se inverta radicalmente o caminho que nos trouxe até aqui.
Patrick J. Buchanan, referindo-se ao seu próprio país, e consciente deste mesmo falhanço também nos EUA, alerta para o perigo em "Main Street Goes Broke" de que escolho o seguinte excerto:
Patrick J. Buchanan, referindo-se ao seu próprio país, e consciente deste mesmo falhanço também nos EUA, alerta para o perigo em "Main Street Goes Broke" de que escolho o seguinte excerto:
Since the New Deal, Keynesianism has been our answer to recession. As the private sector shrinks, the pubic sector expands to fill the void until the private sector returns to health. Only Keynesianism is not working.
Obama gave us an $800 billion stimulus and four deficits totaling $5 trillion. The Fed tripled the money supply and put interest rates at near zero. The banks are flush with cash. But the engine will not turn over.
What about supply-side tax cuts? But with the Bush tax cuts still in place, taxes are generating the smallest share of gross domestic product in decades.
How much bigger a deficit should we run?
Liberal economists are saying, deficits be damned, print money and spend. With Republicans blocking tax hikes and Democrats resisting cuts in Medicare, Medicaid and Social Security, all eyes turn to the Fed.
As Milton Friedman said, “Inflation is the one form of taxation that can be imposed without legislation.”
Citação do dia (54)
The smallest minority on earth is the individual. Those who deny individual rights cannot claim to be defenders of minorities."
Ayn Rand
Percepções
Os anos vão passando mas cada vez é maior a nossa incapacidade de tolerar o tempo de resposta de uma máquina a um nosso comando. Pouco importa que o que lhe pedimos (à máquina) seja cada vez mais complexo e, por consequência, tudo o resto tivesse permanecido na mesma, mais demorado a executar. Ando "nisto" há quase 35 anos e não consigo arranjar uma explicação para esta intolerância à lentidão computacional que - minha particular percepção - é cada vez maior.
Via Carpe Diem
terça-feira, 17 de julho de 2012
Citação do dia (53)
It is no crime to be ignorant of economics, which is, after all, a specialized discipline and one that most people consider to be a 'dismal science.' But it is totally irresponsible to have a loud and vociferous opinion on economic subjects while remaining in this state of ignorance.
Murray N. Rothbard
Bruxelas ou a impunidade burocrática
Bruxelas exige eliminação total das "rendas indevidas" na electricidade?
Absolutamente extraordinário! Bruxelas, que após a queda do império soviético, constitui, de longe, o maior sistema politico de irracionalidade económica, promotora de um imenso conjunto de medidas destrutivas do bem-estar e da prosperidade, em nome de uma suposta salvação ambiental do planeta, também conhecida pela luta contra as "alterações climáticas" (outrora "aquecimento global), vem agora pretender exigir "eliminar" as rendas excessivas que tao pressurosamente promoveu! Hossana!
Que haja quem sempre persiga obter rendas excessivas ("rent-seeking"), só pode espantar os incautos. O que já releva da maior, digamos, "distracção", é não compreender que apenas e só o Estado tem o poder de outorgar "rendas excessivas" de forma permanente. Seja na electridade (com os obscenos subsídios permanentes às novas renováveis - eólica e solar -), na refinação, no sector mineiro, nas profissões, etc., etc.
Que haja quem sempre persiga obter rendas excessivas ("rent-seeking"), só pode espantar os incautos. O que já releva da maior, digamos, "distracção", é não compreender que apenas e só o Estado tem o poder de outorgar "rendas excessivas" de forma permanente. Seja na electridade (com os obscenos subsídios permanentes às novas renováveis - eólica e solar -), na refinação, no sector mineiro, nas profissões, etc., etc.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Citação do dia (52)
"For the average person, all problems date to World War II; for the more informed, to World War I; for the genuine historian, to the French Revolution."
Erik von Kuehnelt-Leddihn
domingo, 15 de julho de 2012
A loucura continua, impante
Mais uma versão da teoria que é preciso mais tempo para pagar a dívida existente contraindo ainda mais dívida, com uma ajudinha do quadro legislativo. A banca vai continuar a jogar o lixo para debaixo do tapete (mau crédito concedido). O resultado virá a seguir.
sábado, 14 de julho de 2012
O segredo do shale gas
ou por que razões se verifica um extraordinário boom na exploração de gás de xisto nos EUA (e correspondente espectacular quebra no seu preço) enquanto no passa nada na Europa, como Christopher Booker assinalava na semana passada. Do editorial de hoje do WSJ, via Carpe Diem (meus realces):
"One of the few bright patches in the Obama economy is the booming production of shale gas and, increasingly, oil. The U.S. ranked 159th in GDP growth last year. But in natural gas production, it's now No. 1.
How did that happen? Partly it's the luck of geology, though plenty of other countries have abundant shale resources. Partly, too, it's American technological leadership in developing hydraulic fracturing (fracking) and horizontal drilling. But those techniques are now widely understood the world over.
What gave the U.S. its edge is that the early development risks were largely borne by small-time entrepreneurs, drilling a lot of dry holes on private land. These "wildcat" developers were gradually able to buy up oil, gas and mineral leases from private owners while gathering enough geological data to bring in commercial producers.
Now compare this to Europe, which sits on an estimated 639 trillion cubic feet of shale gas yet remains heavily dependent on Russian imports. The governments of France and Bulgaria have banned fracking on dubious safety grounds, with nary any pushback from their publics. That might not be the case if French farmers, for example, were able to profit from the riches underneath their terroir.
Countries such as Poland and Great Britain are willing to develop their shale potential. Yet in both places the absence of private mineral rights has delayed exploration and production.
In time, perhaps even the French will recognize their lost opportunity and lift their ban on fracking. But the deeper lesson is that this is a revolution that came about not through government planning or foresight, but through a combination of individual risk-taking and private property. Europeans could benefit by doing more to broaden the latitude for both."
O Keynesianismo numa só imagem
O autor do cartoon, Kudelka, zurze no receituário keynesiano aludindo à famosa parábola da janela quebrada (original, em francês, aqui) da autoria do grande Frédéric Bastiat (1801-1850), incluída no seu ensaio intitulado "O que se vê e o que não se vê" ("Ce qu'on voit et ce qu'on ne voit pas"). Há muito que devíamos estar inoculados contra as falácias daqueles que acham que, por exemplo, as guerras, os terramotos e outros desastres naturais, como o recente tsunami no Japão, são "excelentes" estimuladores das economias pelas massivas intervenções estatais que proporcionam. Mas há quem nelas persista e muito dificilmente os políticos resistem ao canto destas sereias que apelam a gastar, a "estimular" e a "criar" empregos. E face àqueles que objectam que não se pode instalar como modo de vida, décadas a fio, o gastar o que não se tem (pelo burgo, já vamos em 39 anos consecutivos de défice público orçamental), também já conhecemos a resposta: "Actual crise seria resolvida se Europa fabricasse moeda (como fazem os EUA ou a Inglaterra"). Tão simples, afinal...
Via fb
A bolha educativa e a retórica do capital humano
Multiplicam-se os sinais de que se aproxima um novo estouro de uma bolha especulativa nos EUA. Refiro-me aos efeitos do incumprimento do serviço da dívida da queles que se vêem agora incapazes de pagar os empréstimos que contraíram, para frequentarem a universidade, incentivados pelas facilidades financeiras que o governo federal proporcionou (e de que as faculdades, naturalmente, tiraram partido, subindo em muito as propinas) . O que se vai crescentemente dando conta é que os empregos que boa parte dos recém-graduados universitários vão conseguindo, não compaginam com as "competências adquiridas" nas faculdades nem, por conseguinte, com os respectivos salários. Em consequência, o default virá, mais cedo ou mais tarde, em grande escala.
No vídeo seguinte, Peter Schiff explica que a situação se deve, no essencial, às consequências não-intencionais dos maciços subsídios federais que levaram muitos a optarem por um percurso muito provavelmente desadequado para os seus próprios interesses profissionais e materiais. A sua oponente no debate, pelo contrário, acha que o problema é da economia que não cria todos aqueles empregos "compatíveis" com as qualificações obtidas pelos estudantes pois, segundo ela, que todos têm direito a uma educação "superior". Conhecemos bem este filme.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
Citação do dia (51)
"Sometimes it is said that man cannot be trusted with the government of himself. Can he, then, be trusted with the government of others?"
Thomas Jefferson
Manipulações
ACTUALIZAÇÃO: Libor [Lisbon Interbank Offered Rate] Demystified
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Vai por aí algum escândalo relativamente a alegadas manipulações do mercado por parte de alguns bancos, nomeadamente, o Barclays e o Deutsche Bank, o que levou até ao interesse especial do Esquerda.net sobre o assunto, relativamente à formação de um dos indexantes mais importantes na determinação da taxa de juro do mercado interbancário - a LIBOR.
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Vai por aí algum escândalo relativamente a alegadas manipulações do mercado por parte de alguns bancos, nomeadamente, o Barclays e o Deutsche Bank, o que levou até ao interesse especial do Esquerda.net sobre o assunto, relativamente à formação de um dos indexantes mais importantes na determinação da taxa de juro do mercado interbancário - a LIBOR.
Uma primeira observação quanto à acusação indeterminada dirigida a "bancos". O que estará em causa, certamente, será a actuação de traders bem identificados eventualmente funcionando sob coordenação de alguns (eventualmente "muitos") responsáveis d(n)os bancos. Uma segunda observação para recordar que em mercados que transaccionam milhares de milhões é virtualmente impossível a indivíduos, associações de indivíduos e até enormes organizações privadas como um bancos da dimensão dos referidos, conseguir fixar preços de mercado. (O cartel há mais tempo em funcionamento contínuo no mundo - a OPEP - nunca o conseguiu de forma estável pois os parceiros passam boa parte do tempo a torpedear o que combinaram anteriormente entre si na reunião imediatamente anterior).
A única entidade que tem a capacidade de fixar preços nos mercados monetários, ou pelo menos de os influenciar de forma determinante, são os bancos centrais. Esses sim, são os verdadeiros manipuladores. E geralmente não respondem perante ninguém (veja-se, por exemplo, a luta titânica de Ron Paul para levar a cabo uma auditoria ao Fed) e mesmo quando o fazem, parece existir nos media uma espécie de rendição mental e intelectual perante o suposto saber supremo e os intuitos puramente altruistas de tais entidades no prosseguimento da sua sageza. Como escreve Robert Wenzel em Here's Why the Left is Pumping Up the LIBOR Scandal...:
The only monsters in the market that can really push rates around are the central banks, since they can increase or decrease the money supply. Commercial banks ultimately have to price according the the market rates after the central banks manipulate the market.
Parece-me que é a nós - aforradores e contribuintes - que querem manipular. Como aliás é costume.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
A dívida dos EUA? Não tem importância (quase) nenhuma
já que ela é, essencialmente, uma dívida dos americanos a si mesmos! Um "argumento" keynesiano muito antigo, repescado recentemente pelo nobelizado Krugman (quem mais?!), destinado a "justificar" a aceitação da prática, ad infinitum se necessário, de sucessivos défices do orçamento de estado. Ficou o lema: austeridade, NUNCA; despesa pública, SEMPRE e CADA VEZ MAIS!
Clicar para ver melhor |
Leitura recomendada: Austerity’s Prophets, de Mark Skousen.
Sinais (14)
"Portugueses depositam menos 2,3 mil milhões na banca em Maio" e "os saldos das poupanças dos portugueses colocadas em depósitos ascende a 130,9 mil milhões, no caso das famílias, e a 30,44 mil milhões no caso das empresas".
Explicações para o sucedido: 1) os portugueses gastaram parte das suas poupanças em cash; 2) os portugueses aumentaram os seus saldos monetários dentro dos colchões (e em outros dispositivos em que confiem); 3) aumentaram as transferências para bancos sediados noutros países, fenómeno também conhecido por "fuga de capitais"; 4) uma qualquer combinação das três hipóteses explicativas anteriores.
domingo, 8 de julho de 2012
Citação do dia (50)
Quando a espoliação se torna um meio de vida para um grupo de pessoas, elas criam para si próprias, ao longo do tempo, um sistema legal que autoriza este acto, e um código moral que o glorifica.
Frédéric Bastiat
Se não me dás o que eu quero
estás a minar o nosso entendimento. Seria difícil melhor sintetizar o problema existente no seio da Zona Euro.
Saloios e chico-espertos
Abro uma excepção ao silêncio a que me tinha imposto, para citar uma passagem da crónica de hoje de Alberto Gonçalves no DN cujo título é "Doutores e engenheiros":
«Espero ser redundante acrescentar que, por si, um diploma significa pouquinho. Só há duas atitudes mais saloias do que atribuir exagerada importância ao curso que se obteve legitimamente: pretender que se obteve um curso e "tirá-lo", visto que "tirar" é o termo, de forma ilegítima. Pelos vistos, o dr. Relvas escolheu a última hipótese, no que já começa a configurar uma tradição da nossa classe política e uma prova do respectivo, e ilimitado, provincianismo.
E se os provincianos com poder têm a desvantagem de atrasar uma sociedade, também têm a virtude de a transformar num divertimento para quem se dá ao luxo de contemplá-la à distância. Como o eng. Sócrates, o dr. Relvas diverte, quase tanto quanto o espectáculo dado pelos que se indignavam com a peculiar licenciatura do eng. Sócrates para hoje defenderem o direito do dr. Relvas à falcatrua e, em contrapartida, pelos que afiançavam a lisura curricular do eng. Sócrates para hoje exigirem a cabeça (simbólica, salvo seja) do dr. Relvas. É verdade que a direcção do PS preferiu o silêncio, à imagem da actual direcção do PSD aquando do "debate" sobre o "inglês técnico" do eng. Sócrates. Mas não se veja dignidade onde só existem interesses, privilégios e trapaças comuns. Estão bem uns para os outros, o "engenheiro", o "doutor", os séquitos de ambos, o ensino "superior" especializado em favores e, na medida em que toda a paródia resultará em nada, o país assim parodiado.»
A Grande Farsa do Aquecimento Global
Via TvFakeClimate, um excelente documentário recapitulativo da, provavelmente, maior fraude alarmista de sempre que visou prosseguir uma agenda tendente à promoção de uma qualquer espécie de governo mundial, inevitavelmente totalitário (legendado em português).
Um documentário que continua a ser impensável que, tão cedo, mais de 5 anos após a sua produção sob o título The Great Global Warming Swindle, possamos ver nas nossas televisões.
A ruína energética e a religião verde
Certeiro como poucos, Christopher Booker: You can’t have shale gas – it might halve your bills. A tradução e o link que introduzi são meus.
Uma das coisas mais notáveis que neste momento está ocorrendo no mundo é a revolução no mercado energético dos EUA provocada pelo barato gás de xisto. Em quatro anos, esta revolução reduziu a metade o custo do gás, possibilitando poupar aos consumidores de energia nos EUA cerca de 100 mil milhões de dólares. Graças à crescente substituição do carvão pelo gás, também as "emissões de carbono" dos Estados Unidos, admitindo que tenham alguma importância, caíram para o nível mais baixo nos últimos 20 anos.
Na Grã-Bretanha, graças à absoluta incompetência dos responsáveis pela nossa política energética, aconteceu o oposto. O aumento do custo do gás importado levou as nossas empresas produtoras de electricidade a voltar ao carvão, o qual, nas últimas duas semanas, vem contribuindo com pelo menos 40 por cento da produção total de electricidade. Por mais de uma ocasião, no entanto, o contributo de todas as nossas 3500 turbinas eólicas, por junto, tem sido tão pouco quanto 0,2%, com as centrais eléctricas a carvão a representar 200 vezes mais.
Quanto ao gás de xisto, do qual também possuímos enormes reservas, o nosso Governo parece despender todos os esforços para desencorajar a sua exploração. Isto é assim porque se trata de outro combustível fóssil que não nos irá ajudar a cumprir a nossa meta (totalmente inatingível), via UE, de gerar 32% da nossa electricidade, em 2020, a partir de "renováveis" - tais como daqueles inúteis moinhos de vento. Deste modo, a nossa factura energética continuará a subir e, com metade de nossas centrais de produção de electricidade a carvão condenadas a encerrar obedecendo a uma directiva da UE, a perspectiva de as lâmpadas da Grã-Bretanha se apagarem e os computadores se desligarem vai-se aproximando a cada mês que passa. Será que alguma vez houve, na história do nosso país, uma fuga mais louca da realidade?
A loucura a que Booker se refere é exactamente a mesma que subjaz a esta inanidade inspirada e expirada pelas metástases da religião verde e politicamente correcta de Bruxelas. Anunciar que Portugal pode (reparem no "pode") poupar 1200 milhões de euros em energia se se concretizarem os cenários cor-de-rosa do Roteiro Nacional do Baixo Carbono 2050 (!!!) é pura ficção e total desperdício de tempo e dinheiro ao mesmo tempo que se deixam acumular custos cada vez mais incomportáveis na factura energética e na segurança da sua disponibilidade. Caramba! Até a Quercus reconhece que ter gasto 50 milhões de euros com o carro eléctrico (250 exemplares em todo o país até agora) foi "exagerado".
sábado, 7 de julho de 2012
Da (ir)racionalidade da Guerra às Drogas
Os defensores do proibicionismo apresentam como seu principal argumento a necessidade de proteger as pessoas dos actos cometidos por si próprias, especialmente quanto praticados pelos mais jovens.
Uma primeira observação que ocorre é a estranheza de - sabe-se lá como! - haver um conjunto de seres virtuosos que conseguem não só escapar a imanente fraqueza humana de cedência aos prazeres fáceis como ainda participar, activamente, no combate ao flagelo social associado ao consumo das drogas nomeadamente através do recurso ao aparelho coercivo do Estado.
Ultrapassada esta perplexidade de ordem moral e biológica (haverá mutações genéticas que bafejem os "virtuosos"?), dir-se-ia que a preocupação principal dos proibicionistas se deveria centrar na eficácia das suas acções. Por exemplo: está a diminuir o número dos consumidores de estupefacientes? Os preços das diferentes drogas têm vindo sustentadamente a subir (sinal de escassez relativa de oferta)? A população prisional relacionada com o consumo e comércio tráfico de drogas tem vindo a decrescer? Em especial, o crime violento relacionado com os narcóticos tem vindo a descer?
Um último comentário a uma objecção clássica que "prova" que o combate às drogas tem vindo a conseguir "importantes sucessos" - o de que as capturas de drogas ilegais não têm cessado de aumentar. Repare-se que, mesmo admitindo a veracidade desta asserção, ela não invalida que se verifique, na realidade, um fracasso da Guerra às Drogas. Bastará que o volume de drogas que chegue ao mercado de consumo não diminua, e até mesmo aumente, para que o argumento do número de cargas interceptadas seja logicamente inválido para classificar o "sucesso" da Guerra.
Neste artigo do New York Times, Numbers Tell of Failure in Drug War, abordam-se com clareza estes dois últimos aspectos que poderíamos classificar de "económicos". Alguns excertos de um artigo cuja leitura integral recomendo (realces meus):
When policy makers in Washington worry about Mexico these days, they think in terms of a handful of numbers: Mexico’s 19,500 hectares devoted to poppy cultivation for heroin; its 17,500 hectares growing cannabis; the 95 percent of American cocaine imports brought by Mexican cartels through Mexico and Central America.
They are thinking about the wrong numbers. If there is one number that embodies the seemingly intractable challenge imposed by the illegal drug trade on the relationship between the United States and Mexico, it is $177.26. That is the retail price, according to Drug Enforcement Administration data, of one gram of pure cocaine from your typical local pusher. That is 74 percent cheaper than it was 30 years ago.
...
Most important, conceived to eradicate the illegal drug market, the war on drugs cannot be won. Once they understand this, the Mexican and American governments may consider refocusing their strategies to take aim at what really matters: the health and security of their citizens, communities and nations.
Prices match supply with demand. If the supply of an illicit drug were to fall, say because the Drug Enforcement Administration stopped it from reaching the nation’s shores, we should expect its price to go up.
That is not what happened with cocaine. Despite billions spent on measures from spraying coca fields high in the Andes to jailing local dealers in Miami or Washington, a gram of cocaine cost about 16 percent less last year than it did in 2001. The drop is similar for heroin and methamphetamine. The only drug that has not experienced a significant fall in price is marijuana.
...
The use of hard drugs, meanwhile, has remained roughly stable over the last two decades, rising by a few percentage points in the 1990s and declining by a few percentage points over the last decade, with consumption patterns moving from one drug to another according to fashion and ease of purchase.
For instance, 2.9 percent of high school seniors admit to having tried cocaine in the last year, just slightly less than in 1992. About 15 percent of seniors said they abused a prescription drug last year. Twenty years ago, prescription drug abuse was not even consistently measured.
...
A war on drugs whose objective is to eradicate the drug market — to stop drugs from arriving in the United States and stop Americans from swallowing, smoking, inhaling or injecting them — is a war that cannot be won. What we care about is the harm that drugs, drug trafficking and drug policy do to individuals, society and even national security. Reducing this harm is a goal worth fighting for.
Uma síndrome perigosa
Patrick J. Buchanan assina Iran Derangement Syndrome. Eu tento, mais uma vez, uma tradução que cumpra os mínimos. Querendo o leitor ajuizar da qualidade dessa tentativa, aceite também a referência ao artigo de Philip Giraldi (ex-quadro da CIA), igualmente na American Conservative, intitulado Iran Guilty, Facts Be Damned.
"O Irão não pretende ter a bomba atómica, cuja posse é inútil e perigosa e constitui um grande pecado do ponto de vista intelectual e religioso."
Foi desta forma que o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei declarou em Fevereiro que a posse por parte do Irão de armas atómicas seria um pecado mortal contra Alá.
É também unânime a opinião da comunidade dos serviços de informações dos EUA, declarada em 2007 e afirmada em 2011, que o Irão abandonou quaisquer programas para construir armas nucleares.
Estará o Ayatollah mentindo? Estará todo o conjunto dos serviços de intelligence dos EUA errado?
As instalações do Irão, em Natanz, onde o urânio é enriquecido a 5 por cento, e em Fordow, onde é enriquecido a 20 por cento - em ambos os casos abaixo do limiar necessário para a construção de armas - estão sob controlo constante das Nações Unidas. O Irão ofereceu-se para entregar o seu urânio enriquecido a 20 por cento e a parar o enriquecimento a esse nível, se o Ocidente fornecer isótopos para a sua medicina nuclear e levantar algumas das sanções mais gravosas.
No deal, afirmam os Estados Unidos. O Irão deve renunciar, completamente, ao enriquecimento e por tempo indefinido.
Este é o ponto problemático nas negociações. O Irão alega que, como signatário do Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares, tem o direito de enriquecer urânio para fins pacíficos. Neste aspecto, o povo iraniano apoia o seu governo.
Poderá este impasse ser motivo para uma guerra?
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Descobrir as diferenças
António José Seguro, em entrevista ao Diário Económico, em 03-07-2012:
"A banca tem feito um grande esforço no sentido de cumprir os objectivos que estão fixados. Mas uma parte do cumprimento desses objectivos, nomeadamente no rácio entre depósitos e dinheiro na economia tem sido à custa de retirar dinheiro à economia. (...) [D]everiam ser identificados sectores e empresas onde, de uma forma muito criteriosa, se deveria ter emprestado e não deveria ter faltado crédito. Conheço empresas que tinham encomendas para exportar e que sentiram enormes dificuldades em aceder ao crédito. Ora, isto é um crime."
Argentina, 05-07-2012, via Reuters: banco central dá 6 meses aos bancos para concederem crédito às empresas. As taxas de juro a praticar devem estar abaixo da inflação e os empréstimos, no ontante equivalente a 5% dos depósitos bancários, têm de ser concedidos até 31 de Dezembro.
Argentine banks must offer to lend companies 15 billion pesos ($3.3 billion) by the end of the year at rates well below private inflation estimates, a central bank statement said on Thursday.
The statement came after President Cristina Fernandez announced on Wednesday that banks would have to lend cheaply to businesses to help bolster a flagging economy.
Os resultados dos estímulos de Obama - reality check
O gráfico abaixo, na sua variante inicial, contrastava a projecção do comportamento da economia americana, no tocante à evolução da taxa de desemprego, no início do mandato de Obama, se ela fosse deixada a si própria (linha a azul claro - "without recovery plan") com aquela que resultaria - e justificaria - a política de estímulos à economia com que o novo presidente se propunha salvar a economia (a linha azul a cheio - "with recovery plan"). Quatro pontos de referência, a vermelho no gráfico, bastariam para refutar, a posteriori, os estímulos obâmicos: o desemprego real está hoje muito acima do que se projectava mesmo que não tivesse havido plano de recuperação (i.e., "estímulos")
Gráfico retirado daqui |
Estarei a ensandecer? (2)
Será mesmo possível que esteja a ler que a decisão do TC de considerar inconstitucional o corte nos subsídios de férias e de Natal (aos funcionários públicos e aos trabalhadores das empresas públicas) seja considerada por João Proença, secretário-geral da UGT como uma "boa notícia para os trabalhadores"? Ou que, de acordo com Oliveira Martins, a mesma decisão "[é] a demonstração que o Estado de Direito funciona?".
Mas será assim tão difícil de perceber que quem paga os ordenados dos funcionários públicos (e os respectivo impostos associados) é o sector privado da economia e que, dessa forma, os funcionários públicos (ou equiparados) estão numa situação radicalmente diferente - e estruturalmente privilegiada - daquela em que se encontra o sector privado? Por exemplo, quantos funcionários públicos foram despedidos no 1º semestre deste ano ou de 2009 até hoje? Como invocar o Direito para justificar tratar de igual forma o que é absolutamente diferente?
Declaração de interesses: para não haver confusões, volto a recordar que também pertenço ao sector até aqui "discriminado".
Coisa estranha...
Julgava que tinha ficado, praticamente, tudo resolvido na cimeira de Bruxelas na semana passada. Afinal, parece que subsistem uns problemitas: Juros de Espanha voltam a superar os 7%
quinta-feira, 5 de julho de 2012
De encomenda não viria melhor para o Governo
E assim se foram também os subsídios de Natal e de férias dos que trabalham no sector privado. Satisfeito deve ter ficado Cavaco, mas o Governo é, de longe, o principal beneficiado com a decisão do Tribunal Constitucional. O país, esse, ficou uma vez mais a perder. A título da "equidade", calcule-se!
A pseudociência das alterações climáticas
No termo da eloquente palestra que pronunciou no 62º Encontro dos Laureados com o Nobel da Física, que decorre entre 1 e 6 de Julho do corrente, Ivar Giaever deixa a pergunta: "Is climate change pseudoscience? If I’m going to answer the question, the answer is: absolutely."(*)
Via JoNova.
(*) - Infelizmente, a captação do som foi deficiente pelo que se torna necessário aumentar o volume do som até onde for possível.
Capitalismo e novilíngua
Extracto de Blaming Capitalism for Corporatism, por Saifedean Ammous e Edmund Phelps, via Azizonomics:
The term “capitalism” used to mean an economic system in which capital was privately owned and traded; owners of capital got to judge how best to use it, and could draw on the foresight and creative ideas of entrepreneurs and innovative thinkers. This system of individual freedom and individual responsibility gave little scope for government to influence economic decision-making: success meant profits; failure meant losses. Corporations could exist only as long as free individuals willingly purchased their goods – and would go out of business quickly otherwise.
Capitalism became a world-beater in the 1800’s, when it developed capabilities for endemic innovation. Societies that adopted the capitalist system gained unrivaled prosperity, enjoyed widespread job satisfaction, obtained productivity growth that was the marvel of the world and ended mass privation.
Now the capitalist system has been corrupted. The managerial state has assumed responsibility for looking after everything from the incomes of the middle class to the profitability of large corporations to industrial advancement. This system, however, is not capitalism, but rather an economic order that harks back to Bismarck in the late nineteenth century and Mussolini in the twentieth: corporatism.
...
Estarei a ensandecer?
Por que insondáveis razões é que os Estados, já endividados até ao tutano, e cujas despesas continuam e continuarão a ultrapassar significativamente as receitas em cada "exercício orçamental" - e portanto, cuja dívida continua a aumentar - podem ficar contentes em ter mais tempo para pagar ainda mais dívida?
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Recordando Thomas Jefferson e o 4 de Julho de 1776
DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA (tradução da Infopedia)
Determinação do Segundo Congresso Continental, 4 de Julho de 1776
Declaração unânime dos treze Estados Unidos da América
Quando, no decurso da História do Homem, se torna necessário a um povo quebrar os elos políticos que o ligavam a um outro e assumir, de entre os poderes terrenos, um estatuto de diferenciação e igualdade ao qual as Leis da Natureza e do Deus da Natureza lhe conferem direito, o respeito que é devido perante as opiniões da Humanidade exige que esse povo declare as razões que o impelem à separação.
Consideramos estas verdades por si mesmo evidentes, que todos os homens são criados iguais, sendo-lhes conferidos pelo seu Criador certos Direitos inalienáveis, entre os quais se contam a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade. Que para garantir estes Direitos, são instituídos Governos entre os Homens, derivando os seus justos poderes do consentimento dos governados. Que sempre que qualquer Forma de Governo se torne destruidora de tais propósitos, o Povo tem Direito a alterá-la ou aboli-la, bem como a instituir um novo Governo, assentando os seus fundamentos nesses princípios e organizando os seus poderes do modo que lhe pareça mais adequado à promoção da sua Segurança e Felicidade. É verdade que a sensatez aconselha que não se substituam Governos há muito estabelecidos por razões levianas e momentâneas; e de facto a experiência mostra-nos que, enquanto lhe for possível suportar as contrariedades, a Humanidade está mais disposta a sofrer do que a reparar os erros abolindo as formas a que se habituaram. Mas quando um extenso rol de abusos e usurpações, invariavelmente com um mesmo Objetivo, evidencia a intenção de o enfraquecer sob um Despotismo absoluto, é seu direito, é seu dever, destituir tal Governo e nomear novos Guardas para a sua segurança futura. Tal tem sido o paciente sofrimento destas Colónias; e tal é agora a necessidade que as obriga a alterar os seus anteriores Sistemas de Governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha é uma história de sucessivas injúrias e usurpações, todas com o Objetivo último de estabelecer um regime absoluto de Tirania sobre estes Estados. Para provar tudo isto, que se apresentem os factos perante o Mundo honesto.
Ele recusou a Aprovação de Leis, as mais favoráveis e necessárias ao bem comum.
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