quinta-feira, 31 de maio de 2012

A consumação de um crime

Já aqui disse o que pensava sobre este disparate criminoso e não me quero repetir. No dia em que o Governo confirma a extensão da escolaridade obrigatória até aos 18 anos, o que hoje me ocorre sublinhar já foi escrito, de um forma magistral e quiçá definitiva, há mais de 80 anos, por uma personalidade ímpar - Albert Jay Nock. Resta-me citá-lo num excerto do seu livro: The Theory of Education in the United States
«Our system is based upon the assumption, popularly regarded as implicit in the doctrine of equality, that everybody is educable. This has been taken without question from the beginning; it is taken without question now. The whole structure of our system, the entire arrangement of its mechanics, testifies to this. Even our truant laws testify to it, for they are constructed with exclusive reference to school-age, not to school-ability. When we attempt to run this assumption back to the philosophical doctrine of equality, we cannot do it; it is not there, nothing like it is there. The philosophical doctrine of equality gives no more ground for the assumption that all men are educable than it does for the assumption that all men are six feet tall. We see at once, then, that it is not the philosophical doctrine of equality, but an utterly untenable popular perversion of it, that we find at the basis of our educational system.»

O Presidente politicamente incorrecto

Intervenção de Václav Klaus na sétima International Conference on Climate Change, que decorreu este ano entre 21 e 23 de Maio, em Chicago (restantes vídeos dos diferentes conferencistas disponíveis aqui). Acima de tudo, sempre um defensor da liberdade e, como tal, da verdade.

A contínua extorsão

a que o Estado nos sujeita voltou a agravar-se: o Governo aprovou uma nova taxa um novo imposto que irá incidir sobre os operadores subscritores de televisão por cabo que se vem somar à Contribuição ao imposto Audiovisual.

Assim se "resolverá essa magna questão do cinema", assevera Francisco José Viegas, citado pelo Jornal de Negócios. Assim se subsidiam uns quantos à custa de muitos, na boa tradição socialista, digo eu.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Democracia e a Tragédia dos Comuns

«When the people find that they can vote themselves money, that will herald the end of the republic.»
Benjamin Franklin

Um deus da Vida e da Morte na Sala Oval

Secret ‘Kill List’ Proves a Test of Obama’s Principles and Will, no New York Times:
Mr. Obama is the liberal law professor who campaigned against the Iraq war and torture, and then insisted on approving every new name on an expanding “kill list,” poring over terrorist suspects’ biographies on what one official calls the macabre “baseball cards” of an unconventional war. When a rare opportunity for a drone strike at a top terrorist[1] arises — but his family is with him — it is the president who has reserved to himself the final moral calculation.
__________________
[1]Inclusive se se tratar de uma rapariga adolescente de 17 anos.
Leitura complementar: Obama’s Shadow Wars, por Andrew Bacevich.

Sinais (12)

Japão e China inauguram troca directa de divisas.

Risco moral

é, por exemplo, isto: dias depois se perceber que os "lucros" do banco Bankia em 2011, inicialmente apurados como tendo sido de 41 milhões de euros, se tinham transformado num prejuízo de 3,3 mil milhões de euros, foi hoje divulgado que a um dos directores do banco será atribuída, a título de compensação pela sua saída da instituição que agora ocorre, um conjunto de benefícios da ordem dos 13,8 milhões de euros. E isto quando o banco (resultado da fusão de 7 Cajas regionais em 2010), após ter já recebido uma ajuda de 4,5 mil milhões de euros, acaba de emitir novo pedido de socorro de 19 mil milhões de euros adicionais!

Donovan - Colours (1965)


Letra:

Moeda e inflação

Há pouco menos que um ano, Alan Greenspan, ex-presidente da Reserva Federal (Fed), na sequência do então recente corte no rating da dívida soberana (federal) dos EUA, ao ser questionado sobre se seriam seguros os investimentos em títulos da dívida pública americana, respondeu assim (vídeo):
"Very much so. This is not an issue of credit rating, the United States can pay any debt it has because we can always print money to do that. So, there is zero probability of default."
Sim, tal é nominalmente verdade. Talvez valha a pena reflectir, porém, no que se vem passando na esfera real - na dos bens e dos serviços - que é o que verdadeiramente interessa às pessoas. Daí a proposta que a seguir deixo sob o título "How to Really Measure Inflation" (onde, no final, se volta a recordar de Gaulle):

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Negócios, política, ambiente e polícia

Cinco dias antes das eleições que, em Agosto de 2010, a confirmariam no lugar de primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard afirmou: "There will be no carbon tax under the government I lead". Um ano passado, não se contentou com o anúncio do contrário do que havia prometido: "Carbon pricing legislation will be through the Parliament before the end of this year, something the last parliament with a majority government couldn't achieve." Enfim, dirão, é apenas mais um episódio das habituais mentiras d@s governantes (ver exercício individual de cidadania confrontando directamente esta mentirosa).

A "novidade" nesta mentira é a do recurso à ASAE lá do sítio - já anteriormente denunciado pela JoNova - para pôr no terreno uma "brigada do carbono", a partir de 1 de Julho próximo, data em que entrará em vigor o tal imposto sobre as emissões de carbono. A ideia é impedir que lojistas e restaurantes se comportem de forma não conforme ao que a "ASAE" entende como adequada. O vice do homotético australiano do Sr. Nunes explica que as empresas têm, sempre, todo o direito a aumentar os preços pelo que o "comportamento correcto" que deverão adoptar deverá ser, estritamente, o de "business as usual" (aumentar os preços sem dar qualquer justificação aos clientes). Mas, acaso os empresários ou seus funcionários tenham a temeridade de vir a imputar hipotéticos aumentos de preços ao novo imposto sobre o carbono, muita atenção! Terão que ser capazes de provar as suas afirmações! Está tudo muito explicadinho aqui!

Orwell teria matéria bastante para burilar uma nova edição de "1984".

Massacres e propaganda (e vice-versa)

BBC News uses 'Iraq photo to illustrate Syrian massacre', noticia o Daily Telegraph. Marco Di Lauro foi o autor da fotografia abaixo, em 27 de Março de 2003, no Iraque, logo no Iraque. A BBC, esse sacrossanto guardião da imparcialidade(?), cometeu o "pequeno" lapso de a repristinar para ilustrar o mais recente massacre na Síria (em Houla) cuja autoria foi automaticamente imputada ao regime de Assad. Como acreditar nesta gente?

Clicar para ampliar (imagem retirada daqui)

Negar, negar sempre, até que o inevitável ocorra

Mariano Rajoy: "Não haverá resgate da banca espanhola"

domingo, 27 de maio de 2012

A apologia do Estado: gastar o dinheiro que o próprio imprime

O Mestre ilumina:
«The difficulty lies not so much in developing new ideas as in escaping from old ones.»
John Maynard Keynes
E o Discípulo evangeliza:


Transcrição:
«This is hard to get people to do, much better, obviously, to build bridges and roads and healthcare clinics and schools. But my proposal, I actually have a serious proposal which is that we have to get a bunch of scientists to tell us that we're facing a threatened alien invasion, and in order to be prepared for that alien invasion we have to do things like build high-speed rail. And the, once we've recovered, we can say, "Look, there were no aliens."»

But look, I mean, whatever it takes because right now we need somebody to spend, and that somebody has to be the U.S. government.»
Via Krugman in Wonderland

Atavismo abrantino

Alberto Gonçalves em "O meu caso com o caso Relvas", na crónica de hoje no DN:
«...Portugal é um lugar onde as convicções derivam de simpatias partidárias, compadrio e arranjinhos à mesa do restaurante. De tão infantil, só a descrição da paisagem deprime: os que negavam os abusos do PS são os que hoje se indignam com os abusos do PSD; os que se indignavam com os abusos do PS são os que hoje negam os abusos do PSD. Contra toda a evidência e a favor de todo o compromisso, os apoiantes de uns perdoam-lhes o que condenavam noutros e os apoiantes dos outros indignam-se face ao que lhes era indiferente. Os primeiros perdem a razão que tinham. Os segundos não ganham razão nenhuma.

Gostaria, insisto, que Estrela Serrano não me julgasse pelos critérios que a orientam. Se digo que o presumível desvario do sr. Relvas não é inédito não pretendo dizer que o desvario é desculpável, mas que o indesculpável clima que o propiciou já vem de trás. O sr. Relvas faz o que quer na medida em que os seus parceiros de ofício sempre fizeram o que queriam. E o sr. Relvas sairá provavelmente impune na medida em que a impunidade tácita do ofício é regra da casa.»

Frank Sinatra - My Way (1978)


Letra:

sábado, 26 de maio de 2012

Mais gosto pela inveja do que pela liberdade

é o título que José Pacheco Pereira escolheu para espelhar o "pequeno amor pela liberdade de expressão" que detecta (não) existir cá pelo burgo. Termina o seu texto assim:
«[A]s probabilidades de o “caso Relvas” ficar sequer esclarecido, quanto mais ter alguma consequência, serão escassas. O boicote informativo é uma prática habitual que já vem de trás, Sócrates usou-a contra a TVI e o Público, e os dirigentes políticos que andam de braço dado com os dirigentes desportivos, a começar por Relvas, também a conhecem bem. O que de mais grave existe neste “caso”, a provar-se, é a chantagem de divulgação nas cloacas da Internet, sempre prontas para o serviço, de dados sobre a vida privada de uma jornalista. Isso não é abuso, é crime e pode envolver o acesso indevido, e também criminoso, a recolha de dados sobre a vida pessoal, matéria que está na ordem do dia em certas bases de dados em telefones de antigos agentes secretos, ou em espionagem privada sobre dirigentes desportivos. A acusação é grave, é validada por mais de uma pessoa e aceite como boa pela direcção do Público, mas, quanto mais grave é, mais sólida terá que ser a prova, mesmo que só testemunhal. O resto, ou mesmo esta alegada chantagem, a ERC irá tornar tudo inócuo numa resolução vaga e inconclusiva, como a do “caso Rosa Mendes”. Na verdade, ninguém quer saber disto para nada. Não se come liberdade de expressão, nem se deposita num banco, nem dá para fazer cartas anónimas.»

O que se vê e o que não se vê

Título copiado do celebérrimo ensaio da autoria de Frédéric Bastiat.


Por Gary Vervel

Iliteracia económica e as suas terríveis consequências

Devo dizer que simpatizo com o jornalista Henrique Monteiro mas já não é a primeira vez que me defronto com escritos seus que veiculam falácias muito perigosas no domínio da Economia. A sua coluna de hoje no Expresso é disso exemplo, como o seguinte trecho demonstra (realce meu):
«Por um reflexo próprio de quem não quer saber de más notícias, raramente olhamos o resto do mundo e reconhecemos que a matéria-prima barata por nós controlada [países ocidentais], acabou; que a pressão sobre o custo dos alimentos aumenta, à medida que mais gente na China, na Índia, no Brasil, por todo o lado, vai saindo da miséria; que a globalização está a nivelar o mundo - que um lado fica mais rico e, como é óbvio, do nosso lado fica mais pobre

Henrique Monteiro, in Expresso, 26-05-2012
Passo por cima de afirmações sobre o "controlo" das matérias-primas, ainda que tenha acabado de ler isto no Washington Post; passo por cima da "pressão sobre o custo dos alimentos" quanto se há algo notável a assinalar nos últimos duzentos anos é o secular declínio dos preços relativos da alimentação face ao "cabaz" de produtos à disposição dos consumidores.

Já não posso é deixar passar incólume a implicação directa da afirmação realçada segundo a qual, em resultado da crescente divisão internacional do trabalho e, por consequência, dos crescentes volumes do comércio à escala mundial, para que uns fiquem mais ricos outros teriam supostamente que ficar mais pobres. Nada de mais falso! Numa transacção voluntária, as partes que nela participam ficam sempre a ganhar. Caso tal não sucedesse, a transacção não ocorreria. Se eu que vou beber um café o valorizasse exactamente da mesma forma de quem mo vende, não o beberia. É precisamente por eu valorizar o café acima do preço que mo querem vender que eu o compro. O inverso é igualmente verdadeiro para quem mo vende. Mesmo numa economia em que não haja dinheiro, ou seja, em que se pratique a troca directa, permanece válido este facto: se alguém tem uma vaca e pretende trocá-la, digamos, por duas ovelhas é que esse alguém prefere, num dado momento, as ovelhas à vaca; o inverso se passa para o proprietário das ovelhas que esteja interessado, no mesmo momento, em efectuar a transacção.

A falácia exposta evidencia a persistência dos mitos mercantilistas apesar de mil vezes refutados. Segundo esta doutrina exportar seria uma coisa boa enquanto importar seria algo de mau. Não admira que, modernamente, tenham sido os estados totalitários a adoptarem de forma acérrima tão nefastas doutrinas, porque inibidoras do crescimento e do desenvolvimento económicos. Não admira pois que, historicamente, o mercantilismo tenha sido a doutrina económica favorecida pelos estados totalitários, de Mussolini e Hitler, de Stalin, Mao ou Castro (e também tenha estado bem presente na germinação da guerra civil americana).

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Frase do dia (44)

«The theory of output as a whole, which is what The General Theory of Employment, Interest and Money purports to provide, is much more easily adapted to the conditions of a totalitarian state.»

John Maynard Keynes

Marc Faber: 100% de probabilidade de recessão global em 2013

Via ZH. Vai crescendo a sensação de que se aproxima uma "tempestade perfeita":

Nuvens escuríssimas na Ibéria (2)

No passado dia 11 de Maio, o ministro da Economia do governo espanhol tinha estimado em "menos de 15 mil milhões de euros" o montante total de ajudas que o Estado espanhol iria conceder à globalidade da banca  espanhola para lidar com o problema do crédito malparado (essencialmente advindo do estouro da bolha imobiliária). 

Duas semanas passaram. Hoje, há pouco, foi noticiado que só o Bankia, está a solicitar uma nova ajuda suplementar de 19 mil milhões de euros!! Nova ajuda que surge apenas 15 dias depois de o mesmo ministro ter afirmado que não haveria nenhuma ajuda adicional a este banco para além da dos 4,5 mil milhões de euros já anteriormente concedidos.

Do padrão-ouro à moeda de papel recordando Charles de Gaulle

Substituí há pouco na vitrina das leituras a referência ao livro da figura abaixo da autoria de Detlev Schlichter. Um livro exigente para com os seus leitores embora não exija nenhum conhecimento específico prévio das matérias monetárias. Na melhor tradição da Escola Austríaca e partindo de uma axiomática básica, desenvolve todo um raciocínio lógico-dedutivo que permite proporcionar uma compreensão das crises financeiras e económicas que nos assolam com uma frequência e gravidade crescentes. Por último, indica também o caminho a prosseguir para o regresso a um sistema monetário sólido. Deixo duas passagens que julgo bem caracterizadoras do tempo que atravessamos:
«The money of the free market has always been gold or silver. As we have seen , a complete paper money is never the outcome of the market but always the result of politics. A paper money system is a system of continuous market intervention, in which interest rates and credit availability are the result of administrative decisions, not of market forces, and in which the banks and large parts of the financial industry cannot be free entreprises but must end up under the tutelage of the state.
...
The global financial crisis that commenced in 2007 offers a case in point. The crisis constitutes a thorough and illustrative indictment of the alliance of state and financial industry, of a system of expanding state paper money and government-supported fractional-reserve banking. Yet, the political class and the media managed to put the blame on capitalism and on greedy bankers. The result has been and will continue to be yet more money printing, more debt, more priviliged treatment of banks and more government intervention in the economy. Given the interests of the political establishment, the views of the mainstream media, the vested interests of the financial industry, and the statist zeitgeist, a timely return to hard money can almost be ruled out. Sadly, the monetary breakdown seems inevitable.»
Charles de Gaulle e a defesa do regresso ao padrão-ouro (1965):

Nuvens escuríssimas na Ibéria

Catalunha pede ajuda financeira a Espanha. Praticamente decalcado do de Alberto João Jardim, o discurso de Artur Mas, o presidente da Generalidad catalã (realce meu): "Não queremos saber como eles o farão, mas nós precisamos de fazer os pagamentos até final do mês. Qualquer economia não pode recuperar se não se pagarem as contas". Cada vez mais me ocorre o título do filme de Ridley Scott: Black Rain.

Conúbios indecorosos

entre o poder e os jornalistas sempre existiram e existirão. Por esta razão - bastaria ela apenas - o Estado não deve ter qualquer presença na comunicação social. Nem directa (RTP, Lusa) nem indirecta (ERC, etc). Quantos mais anos ainda a assistir a vergonhas como esta?
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Aditamento: para quem tenha memória, nada como ler quem sabe do que escreve. Falo de Manuela Moura Guedes.

Muito obrigado e até sempre Ecotretas!

Leio aqui, pelo próprio, que o Ecotretas se vai reformar (da presença regular da blogosfera). Não que se trate de uma "reforma" imerecidamente conquistada. Pelo contrário: muito poucos fizeram tanto em Portugal pela desmontagem da mitologia da teocracia verde que nos "ajudou" a empurrar a todos para o monumental buraco em que estamos metidos. Bem haja, Ecotretas! 

Fica assim significativamente mais pobre a presença dos cépticos na blogosfera portuguesa. Este blogue, que tanto deve ao Ecotretas na difusão que conseguiu entre os internautas, tentará, modestamente, mitigar a sua falta.

Ao autor do Ecotretas, que não conheço pessoalmente e com quem apenas troquei um par de emails durante o ano e meio de vida que leva este blogue, desejo-lhe as melhores felicidades pessoais e profissionais.

Sentido das proporções e do ridículo, no esfumar doutra bolha

Escreve Christopher Booker, citando o autor deste livro, um australiano (tradução minha):
«Se imaginarmos que o comprimento da atmosfera da Terra é de um quilómetro, 780 metros são constituídos por azoto, 210 por oxigénio e 10 metros por vapor de água (o mais abundante gás com efeito de estufa). O dióxido de carbono corresponderá apenas a 0,38 metros para os quais as emissões de origem humana contribuirão com um milímetro. A parte correspondente à Austrália1 será de 0,015 de um milímetro, a largura de um cabelo humano, e é para a reduzir que Gillard [Julia Gillard, a primeira-ministra australiana] está prestes a infligir danos à economia do seu país que custarão milhares de milhões de libras por ano.»
Agora que até a União Europeia finalmente percebeu, provavelmente através dos alemães, que o céu não é o limite para a demência subsidiatória, o mais provável é que os profissionais do alarmismo se desloquem, de mansinho, para outras paragens, agora mais calmas (mas não menos alucinadas). O RioD'oiro, há pouco, já chamava a atenção para esse sempre afinado anemómetro em matéria ambiental que são as Nações Unidas e para um dos seus arautos principais: o Guardian. Ao que parece, as baterias vão ser agora assestadas para salvar as espécies, à excepção da humanidade, claro, até porque, como lembrava há um par de dias, para esta gente "o inimigo real é a própria humanidade".
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1Usando os dados daqui, referentes a 2007, e admitindo uma proporcionalidade simples, teriámos para Portugal algo como 0,0024 de um milímetro. Foi para evitarmos 24 milionésimos de um milímetro de CO2 (e "estimular" a economia) que se enxameou o país de ventoinhas e entregámos de bandeja brutais "rendas excessivas" (às empresas e bancos do regime) de que agora tanto se fala (mas só com a troika) e que, no essencial, se irão manter, apesar da retórica de Álvaro Santos Pereira.

Provavelmente, 5 dias de feriado bancário

Na sequência do artigo de ontem no Financial Times, assinado por Martin Jacob, We must break up the failing euro (requer registo prévio), Paul Joseph Watson explicita e alarga a tese de Jacob: “5 Day Bank Holiday” To Prepare For Collapse of Euro. Leitura útil, diria. Um excerto:
"Experience shows that currency break-ups, like devaluations, have to be handled so as to avoid anticipatory speculative activity. The essential requirement is a single, unequivocal decision to revert to national currencies, reached confidentially by all 17 governments and announced without prior notice."

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ainda a bolha do ensino superior

A College Bubble So Big Even The New York Times And 60 Minutes Can See It...Sort Of foi o título que Jerry Bowyer, escolheu para a sua coluna de ontem na Forbes. Bowyer refere-se ao programa 60 Minutes que referenciei há uns dias e a um artigo recente no NYT (com um espectacular gráfico). O autor escreve sobre a sua leitura da situação do ensino superior norte-americano (resultante da "bolha" que antecipou), mas creio que muito pouco alteraria para caracterizar a situação homóloga portuguesa. Um excerto:
"There has been a severe contraction in the quality of higher education in America. Did we really think we could open the floodgates and not affect the quality of graduates? Can you turn college into the new high school, and not get high school-like results? Grade inflation will only keep the problem concealed for so long before the general public becomes aware that outside of a few highly challenging programs and majors, the quality of American higher education is plummeting. Graduates are mastering fewer facts, can’t think critically about the facts they have mastered, and can’t express whatever ideas they have mastered in clear, cogent, grammatically correct sentences. Employers already know this."
Interessante também o comentário do Prof. Mark Perry:
Government housing policies turned "good renters into bad homeowners" and created an unsustainable housing bubble. It's now becoming apparent that government education policies have turned "good high school graduates, many of whom should have pursued two-year degrees or other forms of career training, into unemployable college graduates with excessive levels of student loan debt that can't be discharged," and created an unsustainable higher education bubble.

And the winner is...

"Nada será decidido hoje".

A insuportável arrogância

dos que acenam com a implosão da Europa, a que se seguiria a de boa parte do resto do planeta, se a Grécia viesse(vier) a abandonar o euro, deveriam ser obrigados a ver este vídeo. Talvez assim melhor percebessem que os impérios, sob diversas formas, não são eternos e que, nas construções humanas, nada é irreversível. Observariam ainda que a secessão não é uma anormalidade.

Uma notícia que não dei por ter cá chegado

Já foi há uns dias que o Frankfurter Allgemeine Zeitung (em inglês, no GWPF) divulgou que estaria a ser preparado, nos corredores de Bruxelas, mais concretamente, sob a tutela de Günther Oettinger, Comissário para a Energia da CE, um documento relativo à formulação de uma estratégia para abandonar a loucura incomportável em que caíram muitos países da União Europeia na subsidiação às novas renováveis. Como seria de esperar, parece ser da Alemanha que vem a motivação: cortar em 30% os subsídios que concede à produção de electricidade a partir de sistemas fotovoltaicos. 

Estatísticas e humildade científica

Desde há décadas que se sucede, com intensidade e frequência crescentes, a realização de panóplias de ensaios empíricos que procuram estabelecer correlações entre a presença (ou ausência) num grupo alvo de estudo (de pessoas, de animais, de plantas) de uma dada substância e a ocorrência (ou não-ocorrência) de um certo fenómeno. De cada um destes ensaios, pelo menos dos que chegam ao seu termo, sai um "estudo" que, em regra, é muito apreciado pela imprensa e televisão já que lhes proporciona tema de notícia, quer "confirme" (ou "desminta") resultados de anteriores "estudos" dobre a mesma matéria. Ontem, tivemos mais um exemplo: Painel norte-americano recomenda fim do PSA para teste de rotina do cancro da próstata.

Se tiverem  a paciência para lerem a notícia (presumo que mais provável para os homens que já passaram os 50 anos), encontrarão um padrão comum a milhentos outros estudos de índole exclusiva ou predominantemente estatística. Segundo o agora divulgado, não haverá "evidência" estatística que demonstre a utilidade do despiste do PSA, havendo inclusivamente suspeitas - estatísticas - que a sua realização sistemática (ortodoxia em vigor) possa inclusivamente conduzir à morte prematura de pessoas!

Mas, como sempre sucede com todo o estudo estatístico (e sem abordar o fenómeno da fraude científica, isto é, de resultados forjados), também a este lhe apontam problemas metodológicos que, a existirem, invalidariam as suas conclusões. Daqui resulta um fenómeno assaz curioso: em vez de se discutir a ciência relativa ao fenómeno que se pretende conhecer, discute-se a (in)correcção da metodologia estatística para o medir!

Tudo isto seria apenas de um domínio atribuível à excentricidade científica, não se desse o caso de ser através de processos desta natureza que se instituem novas práticas, novas ortodoxias, e se substituem outras (que tantas vezes "renascem" das cinzas para reganharem o estatuto perdido). Falando de saúde, não falamos de coisa pouca: no limite, falamos da vida e da morte. Nunca nos esqueçamos: a disciplina da Estatística, por sofisticados métodos quantitativos e probabilísticos que disponibilize para obter correlações, não pode substituir o conhecimento científico.

Barack Obama: resumo de um mandato

Excerto de Why the Left Fears Libertarianism, de Anthony Gregory:
«But Barack Obama is really what has made the left-liberal illusion fold under the weight of its own absurdity. Here we had the perfect paragon of left-liberal social democracy. He beat the centrist Hillary Clinton then won the national election. He had a Democratic Congress for two years. He had loads of political capital by virtue of following a completely failed and unpopular Republican administration. The world welcomed him. The center cheered him. And what did he do?

He shoveled money toward corporate America, banks and car manufacturers. He championed the bailouts of the same Wall Street firms his very partisans blamed for the financial collapse. He picked the CEO of General Electric to oversee the unemployment problem. He appointed corporate state regulars for every major role in financial central planning. After guaranteeing a new era of transparency, he conducted all his regulatory business behind a shroud of unprecedented secrecy. He planned his health care scheme, the crown jewel of his domestic agenda, in league with the pharmaceutical and insurance industries.

He continued the war in Iraq, even extending Bush’s schedule with a goal of staying longer than the last administration planned. He tripled the U.S. presence in Afghanistan then took over two years to announce the eventual drawdown to bring it back to only double the Bush presence. He widened the war in Pakistan, launching drone attacks at a dizzying pace. He started a war on false pretenses with Libya, shifting the goal posts and doing it all without Congressional approval. He bombed Yemen and lied about it.

He enthusiastically signed on to warrantless wiretapping, renditioning, the Patriot Act, prison abuse, detention without trial, violations of habeas corpus, and disgustingly invasive airport security measures. He deported immigrants more than Bush did. He increased funding for the drug war in Mexico. He invoked the Espionage Act more than all previous presidents combined, tortured a whistleblower, and claimed the right to unilaterally kill any U.S. citizen on Earth without even a nod from Congress or a shrug from the courts.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Roger Waters & David Gilmour: Comfortably Numb

Londres, 2011.

Letra:

De Obama a Tsipras passando por Hollande (e Lagarde)

Barack Obama é, como todos sabemos, um campeão do "crescimento" e do "emprego". Especialmente se "verdes" (agora renomeados de "limpos") pois, segundo a narrativa conhecida, só eles permitem combater eficazmente a hecatombe que se abaterá sobre a Terra decorrente das alterações climáticas (anteriormente denominadas de "aquecimento global"). Inspirado por essa referência da eco-teocracia que foi José Luis Zapatero, na linha da frente do combate à ameaça do "aquecimento global", Obama tem cumprido. Ao mesmo tempo que fechou, proibiu, protelou e lançou impostos sobre a exploração e prospecção dos combustíveis fósseis, subsidiou, emprestou e isentou, em centenas de milhar de milhões de dólares, assim propiciando o inevitável rasto de corrupção que se lhe sucedeu. Muitas ventoinhas, painéis solares1, etanol, biomassa, etc. Só tem falhado, apesar dos múltiplos e patéticos esforços, no TGV (oh!). 

O Sr. Hollande também é, não se cansa de o proclamar, um adepto do "crescimento" embora - hélas! - não seja um adepto muito audível da "coisa verde" (por que será, por que será?). Tem até umas ideias, quase inéditas, quanto ao assunto: por exemplo, baixar a idade de reforma, contratar 60 mil professores, congelar os preços dos combustíveis lançar um imposto sobre os combustíveis, agravar o IRS lá do sítio, etc e, claro está, convencer a Alemanha a emitir eurobonds. Em suma: o Sr. Hollande é contra a "austeridade" e pelo "crescimento", desígnio que lhe merece o encorajamento do Sr. Obama. Uns artistas. Para eles, "cortes" significam na realidade aumentos na despesa pública e mais endividamento sem limite (é o que for preciso, ouve-se e lê-se); para eles, o "crescimento" só existirá na presença de adequados "estímulos" às economias, leia-se, ainda mais despesa pública, ainda mais dívida, ainda mais impressão de moeda (especialmente esta última). Não ocorre a nenhum dos Srs. que uma redução de impostos possa promover o crescimento e ser uma medida contra a austeridade. Isso não! (nem mesmo quando a bíblia keynesiana expressamente a contempla)

Sucede ainda que o mais que provável epifenómeno grego, o Sr. Tsipras, também é a favor do "crescimento" (com o dinheiro dos alemães) e tem até umas ideias curiosas e assaz inovadoras, de como seria possível "estimulá-lo" de forma eficaz: através de uma nova edição do Plano Marshall dirigido para a construção do que já antevê como um novo Eldorado, agora de energia renovável!
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1Apesar da profissão de fé na energia solar, o surgimento de painéis solares de origem chinesa a preços muito competitivos levou o Sr. Obama os empresários favorecidos subsidiados pelo governo federal americano a convencer o Sr. Obama a impor tarifas alfandegárias para proteger os produtores americanos de painéis solares respectivos detentores de rendas excessivas. Ficam assim garantidos preços mais elevados para os consumidores americanos de electricidade. Uma sorte, portanto.

Escrito na pedra

André Azevedo Alves: Mudam-se os tempos, mudam-se os abrantes.

Espero que agora possam descansar

todos aqueles que andavam preocupadíssimos com a nossa saúde e que propunham a introdução de impostos para a defender, de forma a combater os terríveis malefícios da alimentação que fazemos (fazíamos): Fast food está a ser rapidamente devorada pela crise.

O toque de Midas em tempos de modernidade

BCE está a injectar 100 mil milhões para salvar a Grécia.

Perguntar-se-á o leitor curioso: mas como conseguem eles tornar isto possível? A resposta é simples: num computador do BCE substituem um registo electrónico cujo conteúdo inicial era este:

0000000000000000000000000000000000000.00

por este:

1011101001000011101101110100000000000.00

Et voilà! E digam lá agora quem faz de Master of the Universe? Sem gastar papel nem tinta! "Progresso" notável relativamente a outros tempos1:

_____________________
1Conforme se conta aqui, o Dr. Hjalmar Schacht que, em 13 de Novembro de 1923, foi nomeado Comissário para a Moeda Nacional com a missão de acabar com a hiperinflação da República de Weimar (por meio de um extraordinário truque e de muita sorte), viria a escrever nas suas memórias que, a 15 de Novembro, existiam reservas de papel-moeda no Reichsbank (com a intenção de as pôr em circulação) equivalentes a 300 vagões ferroviários de 10 toneladas de carga cada!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A novidade da política externa dum Nobel da Paz

Imagem retirada daqui

Frase do dia (43)

«A centralização conduz à apoplexia no centro e à paralisia nas extremidades.»
Félicité Robert de Lamennais

Como sair do Afeganistão?

Esta é a pergunta que William S. Lind formula num artigo na American Conservative. Creio que a seguinte passagem se virá a revelar, a seu tempo, presciente:
«The most that can now be attained in Afghanistan is a quiet defeat. That was what we got in Iraq, and it would look much the same in Afghanistan. An Afghan government, probably a coalition, would last for a while after we got out. We would leave on what we could claim was our own timetable, more or less. Afghanistan would not be a real state, just as Iraq is not a real state; in both cases, most of the security forces give their loyalty to entities other than the government. But by the time both disintegrate, the American public’s attention will have moved on to other things. That is how quiet defeat works.»

And now they are two and it ain't over yet (4)

Ainda que Ron Paul tenha decidido não prolongar a sua campanha nos estados onde ainda não decorreram as respectivas primárias, a escolha dos delegados à convenção nacional nos estados onde elas já ocorreram prossegue, com resultados substancialmente diferentes dos que muitos suporiam. No Minnesota, este fim-de-semana, Paul contabilizou 32 dos 40 delegados(!) que havia a eleger e que viajarão até Tampa, na Florida, em Agosto próximo. Para ajudar a perceber como, nada como ver o vídeo seguinte onde Paul, dirigindo-se à convenção republicana do Minnesota, exorta: "Legalize-se a Constituição!"

Robin Gibb (Bee Gees) - I Started A Joke

In memoriam.

No topo do confisco ainda que na cauda da riqueza

Portugal é um do países europeus com impostos mais elevados segundo o Eurostat (súmula e texto completo - Taxation trends in the European Union - Main results). Chegámos onde chegámos - e o pior ainda estará para vir - por perseguirmos uma ilusão letal: não é possível financiar o Estado Social. Basta revisitar os "bonecos" de Medina Carreira para se perceber que assim é.

Václav Klaus: só mudanças fundamentais poderão retirar a Europa da crise em que está mergulhada

Só agora tive oportunidade de ouvir na íntegra a intervenção de Václav Klaus, em Londres, no passado dia 3 de Maio, em evento organizado pelo Grupo Brugges, a que o insurgente Filipe Faria aludiu aqui e aqui. Klaus, economista de profissão, sucessivamente ministro das Finanças (na sequência imediata da Revolução de Veludo), primeiro-ministro, presidente do parlamento e, desde Março de 2003, presidente da República Checa, voltou a não desiludir: defensor de posições que reconhece como minoritárias - seja quanto ao federalismo europeu, seja quanto à ideologia "verde" e, em particular, a doutrina do "aquecimento global", seja quanto à defesa de uma economia de mercado de onde o Estado se deve o mais possível afastar (ou ser afastado). Enumerou oito linhas de actuação para que a Europa possa retomar, de forma duradoura, a prosperidade e o crescimento económico:
  1. Get rid of the unproductive and paternalistic Soziale Marktwirtschaft [Economia Social de Mercado] augmented, which means, farther undermined by the growing role of the green ideology;
  2. We should accept, our politicians should accept, that economic adjustment processes take time and that the impatient politicians and governments usually make things worse. The politicians shouldn’t try to mastermind the markets, to micromanage the economy, to “produce” growth by government stimuli and incentives. Let the market function;
  3. We should start making comprehensive reductions of government expenditures and forget flirting with solutions based on tax increases. These reductions, these budgetary reductions, must dominantly deal with mandatory expenditures because discretionary spending cuts are as a long term solution, quantitatively, more or less insignificant;
  4. We should stop the creeping but constantly expanding green legislation. The greens must be stopped from taking over much of our economy under the banner of such flawed ideas as the global warming doctrine;
  5. We should get rid of the centralization, harmonization, standardization of the European continent and after half a century of such measures start decentralizing, deregulating and de-subsidizing the economy;
  6. We should make it possible for countries which are the victims of the European monetary union to leave it and to return to their own monetary arrangements…;
  7. We should forget such plans or projects as a European fiscal union not to speak about ostentatively anti-democratic ambitions to politically unify Europe;
  8. We should return to democracy which can exist only at the level of nation-states not at the level of the whole continent. It requires returning from supranationalism to intergovernmentalism…

O vídeo contém a palestra inicial de Klaus, cerca de 21 minutos, seguindo-se depois um período de perguntas e respostas. Eu viu-o até ao fim dei por bem empregue o meu tempo.

O estatismo que nos sufoca e violenta

está bem espelhado no post de rui a. já perceberam, agora, por quê?:
«Só por excesso de ingenuidade ou distração congénita se pode imaginar um governo que não pressione jornais e jornalistas. Qualquer governo democrático, obviamente, porquanto nos outros não há jornais nem jornalistas para pressionar. Em todos encontramos um Santos Silva, um Gomes da Silva, um Relvas disposto a fazer, ou a mandar fazer, telefonemas para as redacções dos jornais, a enviar mensagens e mensageiros a ameaçar com cortes publicitários (directos ou indirectos…), a fazer discursos lacrimejantes e ridículos sobre a malvadez das «forças de bloqueio» instaladas nas redações dos pasquins lusitanos, etc.. Com menos frequência, encontramos mesmo chefes de governo que se prestam a entrar pessoalmente em jogadas de baixo recorte para calar jornalistas, como sucedeu com Sócrates, a TVI e Manuela Moura Guedes. Os governos não são, por estas e muitas outras razões, locais frequentáveis por espíritos que prezem a liberdade, a sua e a dos outros. Assim, só por excesso de ingenuidade, repita-se, se podem agora espantar com o ministro Relvas aqueles críticos da instrumentalização governamental da comunicação social que, há uns meses, não estranharam – ou mesmo até apoiaram – a decisão do mesmo senhor ministro de não empandeirar a putrefacta RTP, dinossauro vivo do nosso sovietismo doméstico. Já perceberam, agora, por quê?»
Há quem tente assacar à anunciada venda de um canal da RTP e às manobras de bastidores subsequentes (supostamente para a inviabilizar), o surgimento deste muito pouco edificante episódio ainda que, como escreve rui a., ele só possa surpreender os ingénuos e os irremediavelmente distraídos. Aqui pelo quintal, foram múltiplos os posts onde defendi a total privatização da RTP (televisão e rádio) e da Lusa, a bem da higiene pública, e contra a existência de instrumentos de mera ressonância da voz do dono em exercício. E ainda que desta vez o caso se tenha passado com um jornal que, desde que tem Bárbara Reis no comando, tem muito de insuportável, o que já se sabe que se passou NÃO É ADMISSÍVEL.

Escrevi, repetidamente, que o pior do legado de Sócrates foi o descalabro ético e moral em que mergulhou o país, cujos efeitos iriam necessariamente perdurar por muito tempo (aqui, citando Pedro Lomba). Não é um mero pedido de desculpas de Miguel Relvas e a desvalorização do sucedido por parte de Passos Coelho que o inverterão. Também eu sou muito céptico quanto a acreditar em coincidências.

sábado, 19 de maio de 2012

As Novas Oportunidades e a bolha educativa

ACTUALIZAÇÃO: link para o programa 60 Minutes abaixo referido.
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A divulgação do estudo de avaliação do impacto na empregabilidade e na remuneração do programa Novas Oportunidades não terá trazido grandes novidades para quem não tenha sido inoculado (para todo o sempre?) com uma visão romantizada da bondade da acção do Estado. Ontem, pretendendo lutar contra este mal, pedia emprestadas as palavras de Don Boudreaux para voltar a fazer notar que intenções e resultados são coisas diferentes (como diz o adágio, «de boas intenções está o Inferno cheio, e o Céu de boas obras» ou, parafraseando James Madison, se os homens não são anjos, não há razão alguma para pensar que as organizações o sejam, por altruistas que se enunciem os seus fins).

Foram gastos 1800 milhões de euros no programa. Na prática, em pedaços de papel, em "canudos" de custo unitário efectivo estratosférico. Só os ingénuos se terão surpreendido. Aos crentes, claro, nada os abalará, pelo que não vale a pena  tentar rebatê-los quando se adiantam "argumentos" contra a "falta de competência" da equipa que realizou o estudo, como aqui faz o sociólogo Luís Capucha, anterior director da Agência Nacional para a Qualificação.

Há coisa de um ano atrás, o multimilionário Peter Thiel anunciava os 24 vencedores de um programa (entre mais de 400 candidatos), por si lançado no Outono de 2010, segundo o qual estava disposto a atribuir uma verba de 100 mil dólares a quem ousasse sair da universidade - tornando-se num(a) dropout - para prosseguir uma "aventura" pelo empreendedorismo desde que a tempo inteiro. Procurava assim sinalizar o que entende como tremendo erro: a ideia que se generalizou que a obtenção de um futuro melhor para cada jovem passa, quase necessariamente, pela obtenção de um grau académico universitário. Nos EUA em particular, os diferentes subsídios e incentivos atribuídos pelo governo federal, de acesso a crédito bancário para  financiar a frequência universitária, levaram já à formação de uma bolha monstruosa de um milhão de milhões de dólares (1 trillion). Não é assim de estranhar que se verifique um fenómeno crescente de incumprimento dos graduados que não conseguem empregos (quando conseguem) com uma remuneração suficiente que lhes permitam pagar as dívidas contraídas.

Amanhã à meia-noite, na CBS, no programa 60 Minutes, será abordada esta iniciativa de Peter Thiel e a ideia de que a bolha universitária será, provavelmente, a próxima a rebentar (depois da do imobiliário). No vídeo seguinte, entreve-se o conteúdo do programa (via CD):


Em Portugal, como em outros países, essa bolha também existe. Não sabemos quantificar é o tamanho dela, pois o ensino superior público, apesar das propinas, é quase "gratuito". Os números verdadeiros estão algures "enterrados" na dívida pública.
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Leitura complementar: Educação estatal e empreendorismoRobert Reich to New College Grads: "You're F*cked"

A hora da verdade ou o prolongamento da agonia

Michael Rizzo, editor do blogue The Unbroken Window, tem um post muito interessante (e didáctico) acerca das escolhas de actuação dos gregos perante a hecatombe das suas finanças públicas.

Rizzo começa por fazer notar que as despesas públicas, num qualquer Estado e numa dada unidade de tempo (tipicamente o ano), estão restritas a três origens de financiamento: a dos impostos; a proveniente do acréscimo na dívida pública (impostos de amanhã) e, finalmente, num país com banco central emissor, as "receitas" provenientes da impressão de moeda1. Em linguagem simbólica, teríamos a seguinte identidade:

G (despesa pública [do governo]) = T (Impostos [taxes]) + Δ Dívida + Impressão de moeda

Ora, como a Grécia está na Eurozona, o último termo da identidade não está sob o seu controlo (Rizzo, com graça, diz que essa actividade foi alvo de outsourcing no BCE) pelo que o governo grego está antes perante uma versão comprimida daquela:

G = T + Δ Dívida

Sucede que, para que o governo possa recorrer à emissão de dívida, tem que encontrar quem esteja disposto a comprar títulos da sua dívida pública. E há, compreensivelmente, uma grande relutância, interna e externa, em emprestar dinheiro ao Estado grego. Mesmo os que ainda estão dispostos a fazê-lo exigem taxas de juro que bordejam os 30%(!) a 10 anos (61% a 5 anos, indizível a 2 anos) o que torna impossível, na prática, o recurso a  esse mecanismo. Tudo fica assim reduzido à expressão mais simples:

G (despesa pública) = T (Impostos)

E eis que, com toda a crueza, só há duas alternativas: ou se sobem os impostos, o que já se viu não produzir efeito tanto mais que o país atravessa uma profunda e prolongada recessão, ou se reduz a despesa pública. Rizzo avança ainda com uma hipótese suplementar, muito popular na América do Sul: expropriar os "ricos" o que o Sr. Tsipras, estou convencido, aplaudiria. Mas seria sempre sol de pouca dura.

Creio que fica assim meridianamente claro que só há duas possibilidades para os gregos: ou o BCE imprime dinheiro, a uma velocidade ainda maior do que já vem fazendo..., para "emprestar" a Atenas (indirectamente redistribuindo riqueza à custa dos países mais prósperos, como Philipp Bagus de forma insistente vem explicando) ou a Grécia terá de sair do euro.

Não me parece crível que haja a coragem necessária para levar a cabo a única alternativa racional: reduzir radicalmente a dimensão do Estado grego na economia ou seja, as despesas públicas, em ordem a permitir um crescimento económico saudável e duradouro porque assente na iniciativa privada. Pelo meio, é certo, a dor será gigantesca mas creio-a inevitável qualquer que seja o caminho. Os gregos encontram-se perante uma situação em tudo idêntica à de um toxicodependente em estado quase desesperado. Alimentar-lhe o terrível vício não me parece ser uma opção aconselhável.
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1Em rigor, no que os economistas designam por variação na base monetária. Poder-se-ia considerar ainda uma outra fonte de financiamento: as dádivas.

Hollande e a defesa de uma paridade muito especial

Não dei grande importância ao folclore associado à divulgação da composição do novo executivo francês até porque o seu elenco certamente se alterará após serem conhecidos os resultados das eleições legislativas cujas duas voltas ocorrerão a 10 e 17 de Junho.

A par de uma imperfeita  "paridade de género" (não respeita com o rigor que se esperaria a proporcionalidade estatística entre os sexos que ocorre no Hexágono) e de um (vasto) conjunto de "frescuras" traduzidas, por exemplo, num ministro (ainda que júnior) para o Sucesso Educativo; na emergência  - finalmente! - de um ministério (sénior) dos Direitos das Mulheres (assim enterrando o passo intermédio que foi o ministério da Igualdade) e de mais um vasto conjunto de "delícias" entre as quais uma tal de "Recuperação Produtiva" (?) e uma mui guterrista "paixão" pela Educação" (pasta elevada à 3ª posição protocolar no executivo), dou mais importância a outro tipo de sinais. Como o se segue, descrito por Alain Dumait (tradução minha):
Que François Hollande não tenha acompanhado o seu antecessor até ao carro [na saída de Sarkozy do Eliseu] antes da sua tomada de posse na terça-feira, 15 de Maio, releva de mera grosseria.

Que não tenha encontrado uma única palavra positiva para evocar o período e o balanço do mandato [do seu antecessor], mostra o seu sectarismo.

Mas ter-se sentido obrigado a convidar para o seu primeiro almoço no Eliseu todos os ex-primeiros-ministros socialistas, com as respectivas esposas ou companheiras, é muito mais simbólico da linha adoptada pelo novo governo: o retorno a um Estado 100% PS.

Ler o resto do artigo (em francês)
Parafraseando Luís XIV, L'État sont eux.

Santana - The Game Of Love

Um bom fim-de-semana!

A ser verdade (act.)

o que aqui se escreve, não consigo perceber de que está à espera Passos Coelho. Ou será que continuam estes tempos?

Intenções não são resultados

Não é por se decretar a felicidade na Terra que ela se realiza. Ou se promove o crescimento económico. Ou se contribui para a erradicação da pobreza. Frequentemente, pelo contrário, a lei das consequências inesperadas produz resultados inversos dos perseguidos. No vídeo que se segue, Don Boudreaux exemplifica com o caso da proclamada "salvação" das espécies ameaçadas.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Uma nota só

Ainda não escrevi nada sobre isto. Não que me tenha esquecido mas por não me querer precipitar no meu juízo. Até à data, apenas dou por conhecidas as portarias 139/2012 e 140/2012 e mesmo a primeira apenas remete para regulamentação posterior. Certo que há notícias de uns "cortes", daqui a 2020, de 1,8 mil milhões de euros, mas os detalhes - e o diabo está quase sempre nos detalhes - não se conhecem(*).

Não escondo porém que a minha inquietação vem num crescendo. Temo que tudo venha a ficar mais ou menos na mesma para o que, necessariamente, algo teria de "mudar" para não se perder a face (e responder à troika). Não estou sozinho neste cepticismo. O que vai acontecer ao défice tarifário? Quanto, apesar destes "cortes", vai subir a factura da electricidade daqui até 2020? E nas tarifas feed-in não haverá nada a fazer?
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 (*) - O mesmo se passa, salvo minha desatenção, com o tal SIR ("Sistema de Indústria Responsável").

O estouro aproxima-se, inexorável (9)

A fotografia de hoje do top ten  da bancarrota (imagem abaixo) não anda longe do horror tanto mais que, há dez dias atrás, a situação já não era famosa e se agravou acentuadamente em três dos PIIGS. É verdade que a nossa probabilidade de incumprimento, de 64,24%, já foi pior. Porém, nessa altura, o nó grego (e o espanhol) não estava tão apertado como agora.


Conhecer o senhor Alexis Tsipras, pelo próprio

Este vídeo da CNN merece ser visto mesmo até ao fim pelas ideias que pode proporcionar à ministra Cristas na sua luta titânica contra os empresários predadores da grande distribuição.

Frase do dia (42)

«Public policies are determined and laws are made by small minorities playing upon the fears and imbecilities of the mob – sometimes minorities of intelligent and honest men, but usually minorities of rogues.»

Da relação com a verdade

Por duas vezes, a primeira delas aqui, fiz eco da polémica sobre a nacionalidade de Barack Obama. Da segunda vez, há pouco mais de um ano atrás, deixava a pergunta Por que foi necessário esperar três anos? para que fosse produzida uma prova documental que, em definitivo, matasse a questão. Recorde-se que foi do lado democrata, concretamente da candidatura adversária pela nomeação pelo partido democrata à corrida presidencial, a de Hilary Clinton, que foi lançada a dúvida inicial e que outros democratas (até jornalistas) se esforçaram por a manter acesa.

Leio agora, via Obamatório, que a dúvida persiste e, aparentemente, com fundadas razões. Veja-se o que o Breitbart foi descobrir numa pequena brochura promocional de 1991: uma súmula biográfica de Obama onde o actual presidente dos EUA é dado como tendo nascido no... Quénia o que, a ser verdade, significaria que a sua eleição teria sido nula.

Da ignomínia da discriminação pelo género (2)

Não sou negro mas, se o fosse, ficaria indignado com os resultados de mais uma gritante e crescente disparidade de resultados de género: a relativa à desmesurada vantagem que as mulheres negras têm sobre os homens negros (praticamente 2:1) quanto à obtenção de graus académicos nos EUA (via Carpe Diem):


Alguém que inste o candidato Obama a rapidamente elaborar sobre  um qualquer tipo de affirmative action para que, finalmente, esta enormidade comece a ser corrigida. E, já agora, que também pense sobre esta outra, relativa a toda a população universitária americana que obteve um grau académico de há 30 anos a esta parte.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

E limpar o rabinho a meninos, não?

Um excerto da proposta, em discussão pública, da nova Lei para o cinema e audiovisual (itálicos meus):
Artigo 3º - Princípios e Objectivos

1. O Estado apoia a criação, a produção, a distribuição, a exibição, a difusão e a promoção de obras cinematográficas e audiovisuais…
2. O Estado protege e promove a arte cinematográfica…
3. O Estado adopta medidas e programas de apoio…
4. O Estado promove a interacção…
5. O Estado promove e zela pela conservação a longo prazo…
6. No âmbito das matérias reguladas pela presente lei, o Estado prossegue os seguintes objectivos:
a. Incentivar a criação, a produção, a distribuição, a exibição, a difusão e a edição de obras cinematográficas e audiovisuais nacionais…
b. Incentivar a qualidade, a diversidade cultural, a singularidade artística e a viabilidade económica …
c. Promover a defesa dos direitos dos autores e dos produtores…
d. Contribuir para a promoção da língua e da cultura portuguesas;
e. Promover a interacção do sector da produção independente com os sectores da exibição…
f. Incentivar a co-produção internacional…
g. Aprofundar a cooperação com os países de língua oficial portuguesa;
h. Contribuir
i. Incentivar
j. Contribuir
l. Contribuir
m. Promover
n. Promover
o. Contribuir
Tentando resumir: o Estado "apoia", "protege", "adopta", "promove" (por 7 vezes), "incentiva" (3), "contribui" (5) e, um pouco estranhamente, "aprofunda" uma única vez. Abençoado sejais!

Uma bela teoria

é o título do post de rui a. onde zurze - merecidamente, de resto - na exótica tese da esquerda: "os empregos, tal como os dinossauros pré-históricos, terão desaparecido, quase até à extinção, por factores politicamente exógenos, isto é, pelos quais ninguém é responsável na política nacional". Nada a opor a esta leitura, à excepção do escopo da crítica.

A meu ver o post falha metade do alvo ao fustigar em exclusivo a esquerda quando a direita em Portugal só em grau difere daquela no domínio económico. No essencial, todos querem mais despesa pública (é só pensar no TGV de Barroso e Sócrates). Hoje, a esquerda prefere que ela aumente já e em grande volume para “promover” o "crescimento" (na realidade, mais défice, mais dívida e um maior ritmo na criação de moeda  -“liquidez” - que inevitavelmente desembocarão amanhã num ainda maior descalabro económico e pior desemprego); já a direita, a título da manutenção de um "estado social" compassivo e “mais justo”, apenas pretende tornar os níveis de despesa pública "sustentáveis", para isso contando com a continuação de uma pressão fiscal asfixiante (e só aí reside a austeridade, reservada ao sector privado) e uma eventual retoma económica no futuro que permita, sem recorrer a novos agravamentos das taxas de imposto, que a receita fiscal aumente sem dor imediata assim possibilitando novos aumentos da despesa pública.

As metas que o actual governo estabelece não passam por uma aposta estratégica na redução nominal da despesa pública, mas apenas por um objectivo de redução do peso relativo da despesa pública no PIB sem qualquer intenção de discutir sequer as funções do Estado. Se dúvidas houvesse, bastaria o triste mas definitivo episódio do Pingo Doce no 1º de Maio para evidenciar que, também à direita, subsiste o horror (o à esquerda o ódio) à liberdade de actuação dos agentes económicos. Se bem que, pelo menos por ora e à excepção da banca, esteja arredada a "solução" do recurso às nacionalizações (reservada hoje para os regimes cleptocratas, teocratas e populistas), a verdade é que os empresários são apenas tolerados excepto quando se conformam aos interesses do Estado, nessa altura adquirindo o estatuto de bem-vindos, estatuto que manterão enquanto se mantiver essa conformidade, se necessário for, à custa da extracção das tais "rendas excessivas", claro.

Bife com batatas fritas ou óleo de fígado de bacalhau?

Um excerto de "O crescimento não se decreta", por Patrick Simon (minha tradução):
Durante a campanha eleitoral presidencial instalou-se um debate que persiste: austeridade ou crescimento?

É um pouco como perguntar a uma criança: bife com batatas fritas ou óleo de fígado de bacalhau, esparguete com molho de tomate ou xarope de rícino? Ou como se a cada um de nós nos propusessem: prefere ganhar mais dinheiro produzindo mais ou prefere reduzir as suas despesas produzindo menos? A resposta parece óbvia, a menos que se seja um adepto do bicho-papão.

Como é possível fazer perguntas tão estúpidas? E todavia foi exactamente o que o novo presidente, François Hollande, fez quando disse que não aceitaria o tratado europeu - que foi concluído sustentado nos esforços da estabilidade financeira e da redução da despesa pública -, se não forem introduzidas disposições sobre o crescimento. É o pensamento mágico: basta articular uma palavra para que, por uma espécie de truque de prestidigitação, o coelho saia da cartola e o crescimento seja retomado.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Pico quantos?

De acordo com os dados da Energy Information Association (EIA), foi a seguinte a evolução da produção de petróleo de 1973 aos dias de hoje. Em Janeiro último, foi mesmo batido o recorde de produção mensal correspondente a 75,580 milhões de barris por dia (via Carpe Diem):

Clicar para ver melhor
Julian Simon continua assim a ganhar apostas, mesmo que postumamente. Apesar da violenta barragem alarmista por parte dos profissionais do anúncio do desastre iminente do esgotamento dos recursos naturais, os combustíveis fósseis, muito em particular, teimam em não se esgotar.

É verdade que há políticos como Obama mas também,  entre outros, David Cameron e Julia Gillard, que teimam em tudo fazer para evitar que, nas áreas sob sua jurisdição directa, novas prospecções sejam levadas a cabo. Chega-se ao ponto de proibir, por exemplo, a prospecção de gás e petróleo no offshore, em toda a costa leste e oeste dos EUA, como aqui se documenta (apesar de Obama oferecer a Dilma Roussef os seus préstimos para o desenvolvimento da actividade ao largo da costa do Brasil...). Mas, pelo menos por enquanto, nem todas as terras são propriedade de estados governados por tolos. E é fácil ver o que acontece quando ao mercado não é retirada a oportunidade de funcionar.