sábado, 31 de dezembro de 2011

Coisas boas para 2012

Que as ideias da liberdade progridam e que aos seus defensores que já se manifestavam em 2011 se juntem muitos outros mais em 2012. São estes os meus votos para o Ano Novo.

Um particular obrigado aos leitores do EI.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Alicia Keys - Empire State Of Mind


Letra:

Jornalismo e avenças

Experimentem comparar este texto com este.

Estado, controlo de rendas e escassez

Já perdi a conta ao número de diferentes enquadramentos legais que, ao longo dos últimos 30 anos, se foram sucedendo com o objectivo anunciado de "dinamizar" o mercado do arrendamento urbano. Os resultados, bem conhecidos, são desastrosos: centros históricos das cidades a cair, êxodo maciço de habitantes para as periferias, um ridículo mercado de arrendamento, um endividamento generalizado das famílias obrigadas a optar pela aquisição da habitação com a consequente introdução de fortíssimos entraves à mobilidade geográfica das famílias. Enfim, o resultado clássico (inevitável) de toda e qualquer tentativa de controlo de preços por parte do estado. Também aqui, como em outros domínios, o regime democrático emulou Salazar.

Este histórico lastro legislativo, aconselha a muito cautela quanto aos efeitos reais da nova proposta de lei do arrendamento urbano que o Conselho de Ministros ontem aprovou (de que não fui capaz de encontrar o articulado). Pelo que tenho lido e ouvido haverá passos na direcção correcta sempre que se deixe às partes estipular livremente o que entendam quanto ao clausulado do contrato de arrendamento - oh epifania! Já os mecanismos de despejo, por incumprimento no pagamento das rendas, parecem apontar para a sua inevitável judicialização o que é um erro grave que em muito irá dificultar o desenvolvimento de um saudável (concorrencial) mercado de arrendamento.
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Leitura complementar: Como fingir que se fazem reformas, por Miguel Noronha.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Socialismo à direita

David Cameron plans minimum alcohol price in England

Como é característico de um qualquer governo socialista, Cameron pretende "proteger" a saúde dos súbditos porque estes, como é sabido, são incapazes de entender os malefícios que os "estudos" identificam e, consequentemente, a modificar os seus comportamentos. Daí a "necessidade" de recorrer ao "incentivo" habitual: mais impostos. Quem são os mais atingidos? Os pobres, naturalmente.

55 anos de deflação

Via Carpe Diem, a célebre imagem abaixo evoca a descarga do disco rígido do primeiro supercomputador lançado pela IBM, de seu nome, 305 RAMAC, em 1956. Pesava cerca de uma tonelada e tinha uma extraordinária capacidade de armazenamento de 5 megabytes! Ora, hoje é possível adquirir numa qualquer loja, uma pen drive (imagem da direita) com capacidade para 126 gigabytes, ou seja, 25600 vezes superior à daquele "supercomputador". A avaliar por certos economistas, isto deveria ser sinal de uma horrível desgraça: uma profunda e teimosa deflação (baixa de preços) de décadas. Bah!

Clicar para aumentar

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Associações de ideias

Ao ler que na CP: maquinistas mantêm greve dia 1 de Janeiro, ocorreu-me de imediato uma frase de um antigo chefe da casa civil de Obama, Rahm Emanuel: "You never want a serious crisis to go to waste".

Homenageando a memória

Porto teve um “Largo José Sócrates” mas a câmara já removeu a placa clandestina.

Foto do Público

O euro e as suas tragédias

Já me referi, por várias vezes, ao livro de Phillip Bagus, "The Tragedy of The Euro" ou, na (fraquinha)  tradução portuguesa, "A tragédia do euro".
PDF
Aqui ou aqui

Aqui, em entrevista a Alasdair Macleod da Gold Money Foundation (via ZH), Bagus revisita o tema. Vale a pena ouvi-lo com atenção - é da "nossa" moeda que fala! - e perceber como, afinal, um médico obstetra de 76 anos de idade, Ron Paul, não é um excêntrico quando, repetida e incansavelmente, aponta para os perigos da manipulação monetária por parte dos bancos centrais, em particular, da Fed.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Promessas a examinar com brevidade

«2012 será um ano de grandes mudanças e transformações. Transformações que incidirão com profundidade nas nossas estruturas económicas. São estas estruturas que muitas vezes não permitem aos Portugueses realizar todo o seu potencial, que reprimem as suas oportunidades, que protegem núcleos de privilégio injustificado, que preservam injustiças e iniquidades, que não recompensam o esforço, a criatividade, o trabalho e a dedicação. São estruturas que têm de ser mudadas.»

Passos Coelho, Mensagem de Natal, 25-12-2011

What If (2)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Vienna Boys Choir: Fröhliche Weihnacht überall

Feliz Natal para todos!

Alinhamento em Nova Iorque

Este, designado de Manhattanhenge, em homenagem ao astrofísico Neil deGrasse Tyson, ocorre quando o sol, no seu ocaso, é visível em simultâneo, no plano evidenciado na fotografia, com o conjunto das ruas da esquadria de Manhattan, no sentido este-oeste.

Fotografia publicada no Telegraph

Frase do dia (19)

«It is no coincidence that the century of total war coincided with the century of central banking.»
Ron Paul, End the Fed

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Um feito extraordinário

No Today's Zaman, 14-12-2011:
Dirigindo-se às tropas em Fort Bragg, na Carolina do Norte, a base da 82ª Divisão Aerotransportada, Obama não chegou a declarar vitória no Iraque, mas classificou o termo do conflito como "um feito extraordinário".
Hoje, no Diário de Notícias, atentados em Bagdad: Contabilizados pelo menos 69 mortos

Suspeito que o governo terá escolhido bem

Nicolau Santos: "Aliança com alemães ou brasileiros seria muito mais importante"

Previsões de Marc Faber para 2012

Os bancos centrais (Fed e BCE) continuarão a actuar sob o lema "print, print, print".

Inspeccione-se

A vereadora da câmara municipal de Lisboa, com o pelouro da habitação, defende que os imóveis deviam ser passíveis de uma inspecção periódica à semelhança do que se passa com os automóveis que "por aí circulam" (ver video). Bom! Embora a capacidade de circulação não seja um atributo frequente nos imóveis, diria que aí está mais uma "excelente" ideia que, entre múltiplas vantagens, possibilitaria criar - sim, leram bem - criar emprego! Portanto, já sabem: para combater o desemprego, inspeccione-se! E, se numa primeira volta, ainda sobrarem desempregados, é simples: aumente-se a frequência das inspecções que, pelo conhecido mecanismo do "multiplicador inspectivo", se assistirá ao aumento, automático, do número de inspectores necessários.

A não discriminação e a estupidez

(PDF)
No Reino Unido, é prática das seguradoras exigir às condutoras do sexo feminino um prémio de seguro automóvel inferior ao dos homens. A razão de ser desta discriminação radica no facto das automobilistas terem, estatisticamente estabelecida, uma taxa de sinistralidade inferior à dos seus pares masculinos.

Sucede que existe uma directiva da união europeia relativa à "igualdade de género" que, segundo entendimento do Tribunal de Justiça Europeu, torna ilegal a prática de tal discriminação. O resultado, segundo se pode ler aqui, é que os prémios de seguro automóvel, cujos titulares sejam mulheres se agravarão, por ano, em cerca de 900 milhões de libras esterlinas. De nada valeu a argumentação do governo britânico!

Vemos assim destruída, a bem de uma idiotice "politicamente correcta" levada avante por burocratas, toda a lógica económica de um negócio que assenta na determinação e diferenciação do risco. (Via EUReferendum)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Semelhanças só na aparência improváveis

À distância, dir-se-ia que nada haverá em comum entre um Trabant, essa maravilha tecnológica de um antanho não tão distante assim, e o moderníssimo e verdejante Chevrolet Volt da GM (também conhecida por Government Motors). Mas como Mark Perry aqui explica, não é bem assim...

Trabant
Volt (Ampera, na Europa)

Emigração inevitável

Guardian, 21-12-2011
O Guardian faz eco dos movimentos migratórios que se estão a verificar nos países europeus mais atingidos pelo muito baixo, quando não negativo, crescimento económico. Os portugueses e os gregos são dos mais atingidos pelo fenómeno. Mas as pressões migratórias estão também presentes noutros países em dificuldades como a Irlanda, a Espanha e a Itália. No caso dos portugueses, Angola, Moçambique e Brasil são os destinos, naturais, dos novos emigrantes.  

Nada de particularmente novo para nós, portugueses. Desde que a economia praticamente deixou de crescer - sensivelmente um par de anos após a adesão ao euro -, os últimos números disponíveis (de 2008) já indiciavam uma aproximação aos valores atingidos na década de 60 do século passado.
Fonte: Desmitos
Recorrendo ainda ao blogue Desmitos (que saudades prof. Álvaro Santos Pereira...), note-se como o gráfico (clicar na imagem para a ampliar) evidencia uma forte correlação entre a taxa de crescimento do PIB (no eixo vertical) e o número de emigrantes em cada um dos últimos quinze anos.

Fonte: Desmitos
É portanto natural - e será mesmo inevitável - que continue a saída de dezenas de milhar de compatriotas à procura de oportunidades noutras paragens. De pouco vale "exigir" ao Governo uma solução para este problema. Sobretudo se essa exigência é acompanhada do pressuposto que a "resolução" do problema passa por o Estado "estimular" a economia subsidiando tudo e todos. Ora foi exactamente essa via que nos trouxe onde chegámos, hoje completamente vergados pela monstruosa dívida contraída. Ainda assim, desprovidos de significativa parcela da nossa soberania, caminhamos "alegremente" para a institucionalizar, agravando-a, sem sequer discutirmos seriamente as consequências que daí advirão.

É verdade que só com crescimento económico saudável será possível inverter o ciclo migratório e voltar a atrair imigrantes que bem precisamos. A questão está em saber como o obter. Creio que sem surpresa para o leitor habitual, o autor deste blogue acha que isso passa necessariamente pelo efectivo e significativo recuo do Estado na actividade económica, na burocracia (des)regulatória e no Estado "social". Infelizmente não é isso que vejo sequer enunciado pelo actual governo. Da "Europa", exigem-nos pedem-nos, que nos "harmonizemos", em particular no domínio fiscal, ou seja, exactamente o inverso do que necessitamos fazer. Estou muito pessimista.

Adele - Someone like you


Letra:

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ron Paul no programa de Jay Leno

Tretas

Passos ensaia promessa de menos impostos "até 2015" amplifica a RTP, pressurosa, a entrevista que Passos Coelho deu ao Correio da Manhã.

Quando, no final de Agosto, foi divulgado o "Documento de Estratégia Orçamental", classifiquei de cobarde a falta de ambição que o Governo evidenciava, exactamente por manter elevadíssima a carga fiscal ao longo da legislatura, cf. imagem seguinte:


Nos números do próprio governo, em 2015 ela manter-se-ia praticamente inalterável face a 2011 (mas quase 20 pontos percentuais acima de 2010!). Como dar então qualquer espécie de crédito, agora, a este "ensaio de promessa" quando, uns meses volvidos, se sucedem, no rectângulo e na "Europa", as péssimas notícias, sem que vislumbremos qualquer espécie de golpe de asa - necessariamente radical - por parte do governo?

A ler: Portugal Segundo Zenão De Eleia, por Pacheco Pereira

Patético

Seguro desafia Passos a anunciar "fim da austeridade" (23:03 Sábado, 17 de dezembro de 2011)

A implosão do euro: um cenário 5 anos depois

divulgado pelo Telegraph. O gráfico abaixo evidencia a percepção existente das enormes disparidades existentes entre os actuais membros da zona euro. Por exemplo, cinco anos após o hipotético (por muitos considerado inevitável) estouro, o "dracma" perderia 44% do seu valor face ao euro, o "escudo" 28% e a "peseta" 24%. Por aqui se vê que, a manter-se o actual perímetro da zona euro, o ajustamento necessário é de tal ordem que terá (teria?) que demorar vários lustros a ocorrer. Nítida é a existência de uma espécie de "1ª liga" reservada para a Áustria, Finlândia, Alemanha e Holanda a que a França se tenta desesperadamente agarrar. 

Retirado daqui

Václav Havel, um homem de veludo


18 de Dezembro de 2011

Thelonious Monk - Round Midnight

sábado, 17 de dezembro de 2011

Tudo o que há a saber sobre o shale gas

Com a frequência condizente com o (elevado) ritmo a que se sucedem as sucessivas descobertas de novas e gigantescas jazidas um pouco por todo o mundo, tenho vindo a fazer no blogue múltiplas referências ao shale gas (gás de xisto), a última das quais aqui. Hoje pretendo dar conta do ensaio "The Shale Gas Schock", da autoria de Matt Ridley, ainda que a sua publicação tenha já ocorrido em Abril último. Não obstante, e porque se multiplicam as tentativas de ignorar esta "dádiva" da "Mãe Terra" por parte dos eco-teócratas, parece-me útil contribuir para a desmistificação dos riscos que a sua exploração comercial encerra. Nas palavras do  próprio Ridley: «não há dúvidas que a sua exploração comporta riscos ambientais, o que pode ser explorado para gerar preocupação pública suficiente para impedir a sua expansão em grande parte Europa Ocidental e em partes da América do Norte, embora os indícios sugiram que esses riscos são muito menores do que os das indústrias concorrentes». Compreender-se-á assim porque há quem não queira celebrar as boas notícias:


Importantes parecem-me também ser as palavras de Freeman Dyson, que assina o prefácio de que traduzo o seguinte excerto:
«As melhorias mais importantes da condição humana causadas pelas novas tecnologias são frequentemente inesperadas antes de ocorrerem e rapidamente esquecidas depois. A minha avó nasceu por volta de 1850 na industrial West Riding de Yorkshire. Ela dizia que a mudança realmente importante nas casas da classe trabalhadora quando ela era jovem foi a mudança das velas de sebo para as velas de cera. Com as velas de cera era possível ler confortavelmente à noite. Com as velas de sebo não era. Em comparação, a posterior mudança das velas de cera para a luz eléctrica não foi tão importante. De acordo com a minha avó, as velas de cera fizeram mais do que as escolas do governo para produzir uma classe trabalhadora letrada .

O gás de xisto é como as velas de cera. Não é uma solução perfeita para os nossos problemas económicos e ambientais, mas está cá quando é necessário, e isso faz uma enorme diferença para a condição humana. Matt Ridley dá-nos um relato justo e equilibrado dos custos e benefícios ambientais do gás de xisto. As lições a serem aprendidas são claras. Os custos ambientais do gás de xisto são muito menores que os custos ambientais do carvão. Por causa de gás de xisto, o ar em Pequim vai ser limpo como o ar em Londres foi limpo há 60 anos atrás [quando foram proibidas as lareiras domésticas a carvão]. Por causa do gás de xisto, o ar puro deixará de ser um luxo que apenas os países ricos podem pagar. Por causa de gás de xisto, a riqueza e a saúde serão distribuídas mais equitativamente à face do nosso planeta.»

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Nota: os meus avós maternos nasceram cerca de 60 anos depois da avó de Dyson. Não conheci assim já as velas de sebo mas ainda me recordo das lamparinas de azeite e da pequena revolução que foi, na casa dos meus avós, a introdução do candeeiro "a petróleo", acontecimento que também permitiu aos netos ler umas páginas de noite.

Cesária Évora - Sodade

17 de Dezembro de 2011


Letra:

Frase do dia (18)

Ouvido no elevador, segundo Rodrigo Moita de Deus:
"a inflação é a forma dos políticos esconderem os erros que cometem"

Tabuadas de hoje e reguadas de ontem

Telegraph, 16-12-2012
Vemos assim que os nossos amigos geneticamente eurocépticos também concluíram que a fixação da meta do domínio da tabuada (da multiplicação e da divisão) aos putos ingleses com 11 anos era algo um tanto tardio. Vai daí, na prossecução da via da "exigência", pensam agora colocar a fasquia nos nove anos para a aquisição daquela "competência". Como será que eu, e os da minha geração, conseguimos esse domínio na antiga 1ª classe? Devemos ter sido violentados e para sempre marcados por danos psíquicos permanentes. Só pode.

Rigor e austeridade

Parafraseando os alarmistas climáticos, é bem pior do que se pensava...

Expresso, 17-12-2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Revisionismo macaense

A sensação com que se fica após a leitura deste post de José António Barreiros (via Ferreira de Almeida,  do 4R) é que não apenas se confirma a convicção, pré-existente, de haver outra história sobre Macau que está por contar, como há quem dela saiba partes importantes e esteja a considerar a hipótese de as divulgar. 

Uma guerra que nunca poderá ser ganha

por mais recursos que nela se invistam, é uma guerra inútil. É o que se passa com a "guerra às drogas" que é, na génese - não o esqueçamos-, uma guerra a pacíficos consumidores para, logo depois, desenvolver a corrupção em larga escala em paralelo com o surgimento de regimentos de gangsters e respectivos capos. Não será de admirar, diria eu, que estes últimos sejam dos principais financiadores dessa guerra já que são eles que mais dela beneficiam.

Livros e tecnologia

Ainda que seja um grande consumidor de livros, quase exclusivamente em língua inglesa, o ritmo a que os consigo ler é lamentavelmente muito inferior ao que os compro (a justificação quanto à (ir)racionalidade deste comportamento é excessivamente bizarra para a publicar). Significa isto que sou um frequentador assíduo da Amazon pelo que uma figura como a seguinte, obtida às 17:30 de hoje, e relativa aos preços dos diferentes formatos da biografia de Steve Jobs recentemente publicada, me é muito familiar:


Eu, que já sou um tanto "casca grossa", sempre achei que o preço do livro digital (no caso, Kindle Edition), sendo apenas marginalmente inferior ao das edições em papel, não justificaria um "investimento" na compra e adaptação a um leitor digital quando, afinal, me sentia tão confortável com a "plataforma" que sempre manuseei, anotei e me habituei a ver nas prateleiras cá de casa, dela fazendo parte integrante. Não obstante, devo confessar que, recentemente, acabei por ceder perante a inultrapassável exiguidade do espaço caseiro.

Eis-me pois, ainda em fase de habituação, apenas tendo lido alguns pequenos ensaios que estão hoje no domínio público e que a Amazon mos proporciona de borla. Aqui chegado, fico disponível para ponderar na "justeza" do preço do livro digital. Será "justo" que, por exemplo, no caso acima espelhado, a edição digital custe apenas menos 4 dólares que a edição em papel, ainda por cima em hardback? Afinal o livro físico não implica o dispêndio de papel, de tinta, de complexo equipamento de impressão, prensagem, corte e encadernação, para além do seu manuseamento, transporte e armazenagem numa logística tremenda? Em contrapartida, o custo de fabrico cada unidade digital (custo marginal) é virtualmente zero. Como compreender, então, a pequena diferença de preço? Mais: como compreender que estejam a subir de preço face aos formatos tradicionais e em alguns casos sejam mesmo superiores aos da versão em paperback? E isto em simultâneo quando, na Amazon, de acordo com a própria companhia, o número dos livros digitais vendidos suplantam já o dos formatos tradicionais. A resposta dá-a Douglas French, presidente do Mises Institute: Consumers decide prices, not producers. O preço? Justo, portanto.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Keynesianos vs Austríacos

São confrangedoras as palavras de Ben Bernanke ou de Paul Krugman e outros keynesianos neste  video face à realidade que já se tinha instalado (a bolha imobiliária) e se recusavam a ver, bem como quais seriam as suas consequências do seu rebentar em 2007, quando contrastadas com as do "Austríaco" Peter Schiff e, claro está, de Ron Paul.


Via EPJ

Sinais (3)

Portugal vai ter primeiras máquinas Multibanco que dão ouro. Já neste fim-de-semana em Gaia e Cascais.

Precisamente

José Mendonça Cruz escreve:
A noite de 2ª feira da RTP1 era o Prós e Prós do tempo de Sócrates, como a noite de 2ª feira da RTP1 é o Prós e Prós do tempo de Passos Coelho - a RTP é do Estado e as coisas são o que são.

E agora, Tó Zé?

Los socialistas portugueses amenazan a Berlín con impagar la deuda.

ACTUALIZAÇÃO: Talk of 'nuclear default' sums up Left's anger at EU dictates

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tina Turner - Private Dancer

Será a Europa alvo do próximo bailout dos EUA?

Nigel Farage começa a ser uma presença frequente no programa do juíz Napolitano:

A oligofrenia do etanol celulósico

Em editorial, o Wall Street Journal, desanca - é o termo - nas loucuras por que enveredaram as administrações americanas (Bush e Obama) quanto ao etanol celulósico. O artigo, intitulado "The Cellulosic Ethanol Debacle", que merece ser lido na íntegra, termina assim (minha tradução):
Para recapitular: o Congresso subsidiou um produto que não existia, determinou a sua compra ainda que não existisse, vem punindo as empresas petrolíferas por não comprarem o produto que não existe e agora dobrou os subsídios, na esperança que um dia possa vir a existir. Poderíamos designar tudo isto por caminho da insensatez, mas tal seria injusto para com os tolos.

Capitalismo vs Clientelismo

Ainda há muito para contar (3)

Poland Protesters Blast EU Plan, no Wall Street Journal.

Jim Rogers: Abolish the Fed

Jim Rogers: «They [The US Government] should abolish the federal reserve that's the first thing they should do, and they are not going to do that, but what they should do is let the interest rates find their normal rate, their realistic level. Right now masses of people in America, the people who have save and invest, the people who have done what we would say as the right thing to do are being destroyed. Think about all the retirees people who have just been saving and investing. They're being destroyed in favor of the people who have done everything the wrong way in the past ten or twenty years ...»

Ainda há muito para contar (2)


É certo que a Irlanda tem uma relação "especial" para com os referendos relativos à União Europeia pois costumam ser repetidos logo que não produzam os resultados "desejados" (como aconteceu com os Tratados de Nice e o de Lisboa). Porém...

Entretanto, por cá, e quanto aos partidos do "arco" de poder, é inexistente o debate quanto à questão europeia. Caso não tenha andado distraído, só conto Pacheco Pereira e Manuel Maria Carrilho (e hoje também Luís Amado) a defenderem o recurso a um referendo à escala da UE o que, do meu ponto de vista, é o mínimo que se exigiria à decência política. Todavia, não creio que tal vá suceder a começar por Portugal onde sempre se fugiu do referendo à matéria "europeia" como o diabo da cruz.

Reforçada a convicção que já tinha à medida que vou chegando ao fim das últimas páginas de "The Great Deception", as duras palavras de Nigel Farage (via Sim Ao Referendo Europeu!) são cada vez mais justas:

História para (dummies) historiadores

A crónica de hoje de Rui Tavares, no Público, termina assim, na sequência da tese, por si expendida, que Hitler seria um anti-keynesiano[!]:
«Já na altura os EUA tiveram bastante sorte em ter um Roosevelt em vez de um Hitler. E ainda bem que ninguém se lembrou (então) de proibir o keynesianismo, nem de levar políticos a tribunal por políticas de expansão da economia.»
A bem da verdade histórica e da luta contra certa mitologia instalada, estou convencido que Rui Tavares se veria intelectualmente enriquecido lendo este post do Joaquim.

Empurrando com a barriga (2)

Segundo Vítor Gaspar, a "sustentabilidade da Segurança Social não está em causa" com a transferência de parte dos fundos de pensões da banca e das respectivas responsabilidades futuras com as pensões dos actuais 27 mil pensionistas do sector. Para tal, afirma, "[o] Estado assume a responsabilidade pelas pensões e irá fazer uma dotação específica para a Segurança Social, que será considerada de forma inteiramente separada".

Vamos lá a ver se nos entendemos: o montante total dos fundos de pensões constituídos a transferir para o Estado, admitindo o seu correcto provisionamento, corresponderão, hoje, à totalidade das responsabilidades futuras com o pagamento daquelas pensões. Assim sendo, se o Governo pretende usar parte dessa montante, em cash, para proceder à liquidação de dívidas em atraso, tal significa, necessariamente, que esse provisionamento passará a ser inferior ao necessário. Como só um tolo admitirá a hipótese de o Estado vir a conseguir obter rendibilidades superiores dos fundos por si geridos relativamente aos das entidades privadas (no fim de contas, os famigerados "mercados"), tal apenas significará que, no futuro, iremos assistir a transferências crescentes do Orçamento de Estado para satisfazer os compromissos agora assumidos. E assim continuará a degradar-se a relação, já hoje deficitária, entre as contribuições para a segurança social e as pensões processadas. O default é inevitável, isto é: o Estado irá, sucessivamente, mesmo para os actuais pensionistas, reduzir as pensões (velhice, invalidez, sobrevivência, etc.). A começar pelo recurso à inflação.

Inflação: o imposto dissimulado

Segundo o INE, a taxa de variação homóloga do índice de preços ao consumidor (IPC) relativamente a Novembro de 2011 (face a igual mês de 2012) situou-se nos 4,0%, sendo que a variação média nos últimos 12 meses se fixou nos 3,6%. Significa isto que, para além das reduções nominais no rendimento disponível (taxas mais gravosas no IRS, IVA, cortes nos 13º e 14º meses) existe mais um imposto, tão corrosivo quanto a ferrugem, que vai reduzindo o poder de compra dos portugueses sem que seja pré-anunciado em conferência de imprensa. É este "imposto invisível" que certas personagens pretendem ver substancialmente agravado quando apelam à emissão de nova moeda por parte do Banco Central Europeu. Mesmo que seja "só um bocadinho"...

EPUL: uma inutilidade a extinguir rapidamente

A que propósito temos uma empresa pública municipal de urbanização e comercialização de imobiliário novo em Lisboa? Compreensível numa qualquer Caracas governada (?) por um qualquer Hugo Chávez, a sua existência é, e sempre foi, totalmente injustificável. E isto numa câmara que, em simultâneo, é o maior proprietário de imóveis na cidade e o (não) trata da maneira que vamos sabendo... 


EXTINGA-SE!

"Estimulando" o desemprego e o fraco crescimento

I

Os keynesianos, de diferentes matizes, sempre têm sustentado que o Estado tem por obrigação (económica e moral) promover o "pleno emprego" e evitar os efeitos do que designou Keynes designou pelos "animal spirits" dos investidores e consumidores privados. Como? Fazendo crescer a "procura agregada" em alturas de recessão económica através do recurso ao aumento da despesa pública cujo efeito na economia seria amplificado pelo respectivo "multiplicador".

Tal como sucede aqui pelo quintal, Scott Grannis não vai nesta conversa. O gráfico que elaborou, e que reproduzo a seguir


ilustra bem esse, digamos, profundo cepticismo da medicina keynesiana. Escreve Scott Grannis (meus realces):
This chart ... lends support to claims by the anti-Keynesians (of which I am one) that the biggest factor that has worked to slow economic growth in recent years is the huge increase in federal spending. Instead of "stimulating" the economy, enormous increases—in both nominal and relative terms—in federal spending have ended up "stimulating" the unemployment rate more than anything else. The reason? The public sector spends money much less efficiently than the private sector... The vast bulk of government spending these days boils down to transferring money from those who are working and producing the most, to those that are working and producing the least, and that is not a prescription for a strongly growing economy.
II

No final do mês passado foi publicado um estudo do Banco Central Europeu intitulado "Economic Performance And Government Size" da autoria de dois portugueses, António Afonso e João Tovar Jalles. Escrevem eles nas conclusões (páginas 25/26, meus realces):
Our results allow us to draw several conclusions regarding the effects on economic growth of the size of the government: i) there is a significant negative effect of the size of government on growth; ii) institutional quality has a significant positive impact on the level of real GDP per capita; iii) government consumption is consistently detrimental to output growth irrespective of the country sample considered (OECD, emerging and developing countries); iv) moreover, the negative effect of government size on GDP per capita is stronger at lower levels of institutional quality, and the positive effect of institutional quality on GDP per capita is stronger at smaller levels of government size.

O futuro já hoje e o extraordinário Basílio

Basílio Horta culpa o Governo no caso da fábrica da Nissan.

Segundo o Jornal de Negócios, "Até agora foram cerca de 200 [!] os veículos eléctricos vendidos em Portugal. A Nissan é “responsável” por 110 dos 200, detendo um quota de mercado de cerca de 60%."

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

The Eagles - Hotel Califórnia


Letra:

Uma folha A4 e o Hotel do Mar

é o título da notável crónica de Pedro Lomba, hoje no Público. Lomba chama a atenção para as inacreditáveis declarações que Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, fez nesta entrevista (que eu não tinha lido mas de onde ecoou algo como "Fui convidada pela Maçonaria e pela Opus Dei, mas não fui para nenhuma") em particular, as respostas às seguintes perguntas de Bárbara Reis e São José Almeida:
P:Tem que se criar um novo capitalismo?

A. Esteves: Sim. Um novo paradigma para o capitalismo passa por esse regresso da política. Eu acredito que numa folha A4 se podia mudar a Europa toda. É uma questão de acertar em cheio. Esta crise já nos obrigou a ver as evidências, agora falta só a coragem de as passar ao papel.
(...)
P: Tenciona ter uma atitude pública para contrariar o espírito do caça-político?

A. Esteves: Os deputados sabem que podem contar comigo para defender a imagem a que temos direito, que é uma imagem de dignidade. E é uma dignidade acrescida pelo sentido de entrega que é superior ao do cidadão comum, à das pessoas que estão habituadas às suas vidinhas(...)
Palavras que merecem a justa indignação de Lomba:
«Está a dra. Assunção a dizer que a "dignidade" de um deputado é "acrescida" face ao cidadão comum? Que a "entrega" de um deputado é "superior" [à] do cidadão comum que aguenta há décadas em silêncio os vexames de uma democracia partidária de videirinhos? Quer maior "entrega" do que essa? E ainda fala das "pessoas habituadas às suas vidinhas"?»
e
«Achar-se que uma folha A4 chegava para mudar a Europa toda" mostra bem a inépcia e a falta de cultura política das nossas elites. E, no entanto, a frase já convenceu um dos "mestres" da dra. Assunção, o notável professor Freitas do Amaral que, em entrevista recente à Visão, afirmou isto: "Como dizia a presidente da AR, Assunção Esteves, os problemas da Europa podem resolver-se numa folha A4. Vinham os líderes dos países europeus, reuniam-se num fim-de-semana, num sítio tranquilo como o Hotel do Mar, em Sesimbra, e resolviam o problema."(...)
Espantoso. Mas não se surpreendam. Estamos a falar do mesmo professor Freitas que, há uns anos, propôs acabar o conflito Israel-Palestina com um jogo de futebol.
Caros concidadãos: se me estiverem a ler em 2080, saibam que eram assim as elites do regime em 2011. A gente pedia ideias e em troca recebia uma folha A4 e o Hotel do Mar»
Como comentário diria apenas que quando o dr. Mário Soares e outros estadistas portugueses se lamentam,  da falta de "estatura" dos actuais políticos europeus, no fundo, do que se estão a queixar é que rareiem agora os políticos arquitectos dos desígnios vertidos numa folha A4. Os tais que nos meteram no desastre monumental com a introdução do euro (como via, insidiosa, do verdadeiro Projecto: a concretização dos Estados Unidos da Europa). Ignorantes.
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Nota: há uns anos largos atrás, trabalhava eu então na CP, o presidente de uma recém-nomeada administração, convocou uma espécie de conclave (passivo) dos directores da empresa (umas largas dezenas). Depois de uma arenga de cerca de duas horas, em que humilhou propositadamente três das mais prestigiadas figuras da casa, terminou a reunião solicitando a cada um dos presentes que lhe remetessem, numa única folha A4, o que achavam que devia ser mudado na empresa. Já não me recordo muito bem mas, logo após se saber, através da imprensa, que requisitou um jeep todo-o-terreno para exercitar, talvez, uma espécie de Paris-Dakar em pleno areal nas cercanias da Figueira da Foz, o seu fim foi o que se adivinha. Não sei já se chegou a durar um ano antes de ser demitido. Quanto às tais folhas A4, não será preciso acrescentar que nunca mais ninguém ouviu falar.

Grave para quem?

Ainda na sequência disto, segundo o Jornal de Negócios, a Nissan terá considerado que a medida que põe "fim [a]os incentivos aos veículos eléctricos [no final do corrente ano] é grave". Grave para quem? Certamente que não para os contribuintes...

Bom senso

é o que me parece estar vertido na proposta de revisão curricular do 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário que a equipa de Nuno Crato divulgou ontem e vai entrar agora em discussão pública. Sem alarido ou histeria, eis-nos (bem) regressados à expressão muito próxima do que era o antigo currículo liceal que frequentei (com a excepção do 12º ano). Do ponto de vista curricular, diria, falta ainda retomar, sem complexos, o ensino dual, ou seja, promovendo activamente vias profissionalizantes através da reintrodução de escolas "técnicas" recorrendo, por exemplo, aos centros de formação profissional do IEFP, entretanto privatizados, como em tempos propus aqui.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Scorpions - Wind Of Change

Com a Filarmónica de Berlim.

Sem surpresa (4)

Segundo anuncia a Lusa (às 18:47), "a Nissan suspende investimento de 156 milhões na fábrica de baterias em Aveiro para os seus carros eléctricos", "um dos últimos investimentos estrangeiros anunciados pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates".

É destes projectos que Zorrinho ainda fala. Triste.

A perspectiva britânica (act.)

ACTUALIZAÇÃO: declaração de David Cameron, sobre o último Conselho Europeu, nos Comuns.

"We’re right about the euro - that’s why Europe is angry", por Boris Johnson. Um excerto (tradução minha):
«Não, eles não estão realmente zangados connosco por nos opormos ao novo Tratado para a União Fiscal. A razão pela qual as nossas irmãs e irmãos europeus estão tão cronicamente enfurecidos com os britânicos é que tenha sido inteiramente provado que tínhamos toda a razão quanto ao euro. Por mais de 20 anos, os ministros britânicos têm ido a Bruxelas dizer que adoram todas essas coisas acerca do mercado único mas que duvidam da sabedoria de tentar criar uma união monetária. E por mais de 20 anos, alguns de nós temos vindo a dizer que a razão de uma união monetária não funcionar é que tal não se pode fazer sem uma união política - e que uma união política não é democraticamente possível.

Advertimos que seria necessário um espécie de Eurogoverno central para controlar os orçamentos nacionais e a política fiscal, e que os povos da Europa não o iriam adoptar. Agora, reparem. Não foram os banqueiros anglo-saxões que causaram o problema na zona euro, mon ami Sarkozy. Foi o fracasso total dos países da zona euro - a começar pela França, aliás - em observar as regras de Maastricht. Foi a recusa dos gregos em controlar as suas despesas ou reformar o seu sistema de segurança social. Na Grécia e em Itália, os líderes democráticos foram efetivamente depostos na esperança de apaziguar os mercados e salvar o euro, e o que torna os líderes dos países da zona euro ainda mais furiosos é que não parece que esteja funcionando.»

Porque não somos competitivos

Entre sete indicadores, ilustrados pelo Telegraph, escolhi três para evidenciar razões da nossa falta de competitividade e consequente dificuldade em atrair investimento estrangeiro.

O primeiro gráfico evidencia a duração, em dias, de uma operação de exportação/importação por mar:


Ainda há muito para contar (act.)

Presidente do Parlamento alemão questiona legalidade das conclusões da Cimeira.

UE : Hollande veut renégocier l'accord s'il est élu (François Hollande, candidato socialista às próximas eleições presidenciais francesas "quer renegociar o acordo se for eleito")

domingo, 11 de dezembro de 2011

Eric Clapton - Wonderful Tonight


Letra:

Quem com ferros mata...

Será que estamos em presença de uma resposta ao Stuxnet e variantes? (Via Vento Sueste)

Há coincidências que são excessivas (2)

Na sequência de Há coincidências que são excessivas, via ThinkMarkets:
This will be a short post. Nearby is a Venn diagram showing the intersection between Goldman Sachs and the federal government: people who before or after were attached to both (...)
Clicar na imagem para ver melhor

Ron Paul: a diferença de ser quem é há muitos anos

As intervenções de Ron Paul no debate de ontem entre os candidatos à nomeação republicana para as eleições presidenciais de 2012:

Perspectivas

Por Tom Toles

Politicamente incorrecto

«The problem is that people do not need to be told what they should choose. People are pretty good at making choices for themselves. Men can stay home. Women can do startups. The thing is, most don’t want to. And that’s okay.»

"Stop Telling Women To Do Startups", por Penelope Trunk

Os maiores empregadores no mundo

Este excelente "boneco" (mais um da The Economist) também podia ter por título "Estatismo vs Capitalismo":

Gigantesca descoberta de gás de xisto na China

Via MacLeans.Ca (tradução e realces meus):
A China - o maior consumidor mundial de energia - descobriu grandes quantidades de gás de xisto [shale gas] na sua província de Sichuan, de acordo com o Financial Times. Com esta descoberta, espera-se que a indústria chinesa de energia vá dotar o país de uma fonte de combustível "barata e abundante" para algo como os próximos 300 anos, de acordo com as estimativas e o padrão de consumo actual. Este tipo de gás não convencional é extraído de formações xistosas utilizando água altamente pressurizada e produtos químicos, técnica conhecida como "fracking" que se tem vindo a tornar cada vez mais popular, revolucionando os mercados por todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, hoje o maior produtor mundial de gás de xisto.
Nota: vejo frequentemente confundido aquilo que necessita ser destrinçado. Refiro-me à confusão, às vezes premeditada, que se estabelece entre "reservas" e "recursos" falando de produtos minerais. Por "reservas" de uma dada fonte energética dever-se-á entender o volume existente dessa fonte energética num país, isto é, o volume já provado e cuja extracção é actualmente economicamente viável; já por "recursos" energéticos de um país se deve entender o total do potencial energético de um país, aqui se incluindo, por exemplo, depósitos de hidrocarbonetos de que se sabe a existência mas que não podem ainda ser consideradas reservas por, por exemplo, não existir tecnologia, por enquanto, tecnologia que permita extraí-los a preços economicamente sustentáveis. É assim que se explica o aparente paradoxo que, brevemente, aqui expus e que vem permitindo, desde Malthus, que o Apocalipse anunciado do "esgotamento de recursos" esteja sempre a ser adiado.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Charlie Parker - I've Got Rhythm

O sucessivo adiamento do Apocalipse

que as Cassandras teimam em continuar anunciando,



tem aspecto de continuar aí ainda por umas larguíssimas décadas...


(Extraído de "North American Energy Inventory", Dezembro de 2011)

A corrupção da agenda ambiental de Obama

Já na passada 4ª feira tinha chamado a atenção para mais uma "barraca" da administração Obama derivada da fobia pela energia "verde". Referia-me à desagradável descoberta de o Volt - o carro eléctrico (irmão gémeo do Opel Ampera), com extensor a gasolina, da Government Motors (GM) - ter a tendência para se incendiar após a ocorrência de uma colisão lateral (vídeo aqui).

Ora sucede que a coisa é bem pior pois, afinal, e segundo a BBC, este comportamento do carro já era conhecido desde Junho sem que os consumidores fossem, entretanto, avisados para o risco que corriam!

E é esta "tropa" que quer "proteger" os consumidores e "defender" o ambiente com comportamentos eticamente deploráveis e dúplices! Bastará lembrar o que sucedeu quando correu o rumor que os aceleradores dos Toyota tinham um defeito: a administração americana, accionista da GM, através do secretário dos Transportes, Ray LaHood, pressurosamente informou que "the reason Toyota decided to do the recall and to stop manufacturing was because we asked them to." Claro está que quando o rumor se revelou infundado, a administração Obama procurou suprimiu a divulgação do erro em que tinha incorrido (tratavam-se, afinal, de meros erros de condução).

Paco de Lucía & Chick Corea - Spain

Magistral.

Oh!

Escreve-se no Público: "A horas do encerramento da cimeira climática da ONU em Durban, África do Sul, uma conclusão parece evidente: não haverá tão cedo um novo tratado global para conter as alterações climáticas."

É oficial: começou a desalavancagem. Oh!

Deflating Balloon
Imagem retirada daqui

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Economia e modelos matemáticos (4)

Enquanto esperava numa fila no centro de saúde, onde acabei por ficar meia hora com apenas uma única pessoa à minha frente!, li umas páginas de "Obliquity". Registei, de imediato, o primeiro parágrafo do prefácio  (minha tradução e realces); 
«Há mais de dez anos, fundei e geri um negócio de consultoria económica em que grande parte dos proveitos era obtida com a venda de modelos para grandes clientes empresariais. Um dia, perguntei a mim mesmo: se esses modelos eram úteis, porque não construir modelos similares para a nossa própria tomada de decisão? A resposta, percebi, estava em que os nossos clientes, na realidade, também não utilizavam esses modelos para a sua tomada de decisão. Eles usavam-nos, interna ou externamente, para justificar decisões que já tinham tomado

Red District orçamental

O boneco abaixo ilustra, de forma eloquente, o trajecto que os diferentes países pertencentes à zona euro percorreram desde 1999.

Imagem retirada daqui (clicar para aumentar)

Auto-defesa para mulheres

Via TBP

À atenção dos que têm a BBC como modelo de serviço público de rádio e televisão

Richard North, em "A triple betrayal" a propósito da publicação ontem do escrito "The BBC And Climate Change: A Triple Betrayal", de Christopher Booker. Um excerto:
«O que Booker fez por nós... foi demonstrar que a actuação errada da BBC sobre as alterações climáticas não foi simplesmente um reflexo da sua incompetência inata e deferência natural para com a autoridade corporativa.

Tem sido de facto o resultado de uma política deliberada, desde o meados da década passada, quando altos executivos da BBC, incluindo os responsáveis dos noticiários e actualidades, juntamente com a sua equipa de jornalistas de temas ambientais, tomaram a decisão que a cobertura sobre as questões relacionadas com as alterações climáticas deveria ser mais abertamente sectária.

Tralha socrática

Enquanto Passos Coelho "quer alterar Constituição para impor limite ao défice", já o PS, a crer (a vários títulos surreal) na entrevista de Carlos Zorrinho ao Público (link não disponível), "rejeita revisão constitucional para mudar tratados europeus" (mas admite "Leis de valor reforçado").

Zorrinho (via Seguro?) mantem-se fiel àquela coisa designada de "Estratégia de Lisboa" (Março de 2000) que, (re)lida agora, é atrozmente risível e mesmo grotesca. Por exemplo (realces meus),
A União atribuiu-se hoje um novo objectivo estratégico para a próxima década: tornar-se no espaço económico mais dinâmico e competitivo do mundo baseado no conhecimento e capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos, e com maior coesão social. A consecução deste objectivo pressupõe uma estratégia global que vise:

– preparar a transição para uma economia e uma sociedade baseadas no conhecimento, através da aplicação de melhores políticas no domínio da sociedade da informação e da I&D, bem como da aceleração do processo de reforma estrutural para fomentar a competitividade e a inovação e da conclusão do mercado interno;

– modernizar o modelo social europeu, investindo nas pessoas e combatendo a exclusão social;

sustentar as sãs perspectivas económicas e as favoráveis previsões de crescimento, aplicando uma adequada combinação de políticas macroeconómicas.
(...)
As pessoas são o principal trunfo da Europa e deverão constituir o ponto de referência das políticas da União. O investimento nas pessoas e o desenvolvimento de um Estado-providência activo e dinâmico será fundamental tanto para o lugar da Europa na economia do conhecimento como para assegurar que a emergência desta nova economia não venha agravar os problemas sociais existentes em matéria de desemprego, exclusão social e pobreza.
Zorrinho, um conjuntural, mas estrénuo, defensor da soberania nacional não se revê nas medidas de austeridade que o eixo "Alemanha-França" vem impor antes propõe que a "Europa" retome uma "política de crescimento" e, assim, retome o objectivo de liderar do mundo desenvolvido. E como exemplo dessa política, dessa ambição, não encontra melhor que isto:
«Eu acredito que a Europa teria tudo a ganhar em ter um projecto de cooperação reforçada no plano da mobilidade eléctrica, por exemplo. A mobilidade eléctrica (comboios, carros) podia ser uma área liderada pela Europa, porque nós somos o continente mais dominado pelo petróleo e muitos dos problemas das dívidas soberanas têm origem aí... No fundo, aplicar o plano de reformas que está previsto no Tratado de Lisboa»
Como assim se constata, a tralha socrática continua de muito boa saúde.